Há imensas investigações e estudos feitos por historiadores vimaranenses acerca do seu território, da vida das instituições, das personalidades marcantes, dos factos relevantes da História do concelho.
Há muita (e rica) informação que está dispersa e que merecia, já, uma compilação que servisse de referência para ser adotada por uma disciplina autónoma nas unidades curriculares do ensino em Guimarães.
Agora que o ano letivo se aproxima do final, é tempo de pensar verdadeiramente nessa possibilidade. Em tempos, o vimaranense António Monteiro de Castro defendeu a criação de um grupo de trabalho para elaborar um manual da História de Guimarães.
Considerava que a divulgação e valorização da herança histórica e patrimonial deveriam ser uma obrigação do Município, referindo ser “fundamental condensar num manual a ligação que surge entre acontecimentos memoráveis da história de Guimarães, mas que não se sabem os pormenores do contexto em que apareceram”.
Com a aproximação do 24 de Junho de 2028, data em que se comemoram os 900 anos da Batalha de S. Mamede de 1128, que deu origem à formação do nosso país, é de todo pertinente pensar efetivamente na concretização de um projeto desta natureza.

Com ou sem grupo de trabalho, afigura-se crucial reunir especialistas na matéria, que peguem literalmente em todos os estudos feitos até hoje, seja sobre a história recente, seja acerca de uma memória passada ou mais longínqua. Uma disciplina dinâmica que acompanhe os tempos e não pare na… história!
Existem escolas, a nível nacional, que têm já uma larga experiência na oferta de planos próprios, onde a matriz curricular dos cursos integra disciplinas cujos documentos curriculares são definidos centralmente e disciplinas cujos documentos curriculares são elaborados pelo estabelecimento de ensino e propostos aos serviços centrais do Ministério da Educação para apreciação pedagógica.
A autonomização da disciplina “História de Guimarães” será, garantidamente, um instrumento de trabalho precioso que o Município de Guimarães proporcionará a alunos e professores das escolas do concelho. Será, também, uma forma de inculcar e promover o conhecimento dos principais monumentos e espaços patrimoniais do concelho, complementando o trabalho que tem vindo a ser feito, com o projeto “Reconhecer Guimarães” ou através das ações desenvolvidas pela Casa de Sarmento, com as suas iniciativas didáticas e conteúdos relacionados com a história de Guimarães.

Já todos ouvimos falar das Jornadas Históricas. Habitualmente, confinam-se às paredes das salas onde se realizam. Posteriormente, podem, até, ser publicadas em livro. Mas têm de ser dadas a conhecer à comunidade escolar para que, mais tarde, os alunos cheguem a casa no final de um dia de aulas e partilhem essa informação com as suas famílias.
Nessa altura, as Jornadas Históricas passariam a ser mais valorizadas, com os seus projetos de investigação a terem a utilidade (pública) merecida. Ao mesmo tempo, o valioso trabalho efetuado era preservado e transmitido de geração em geração, premiando-se quem se dedica a aprofundar o passado e o conhecimento do território onde nasceu Portugal.