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Vale mesmo a pena o Ensino Secundário na Escola Secundária de Maximinos

Uma eleição, dois caminhos para Portugal

Vale mesmo a pena o Ensino Secundário na Escola Secundária de Maximinos

Voz às Escolas

2025-05-07 às 06h00

Paulo Antunes Paulo Antunes

Vale sim, e muito, estudar no Ensino Secundário da Escola Secundária de Maximinos. Num tempo em que a escola pública tantas vezes se vê envolta em debates extremos, é essencial parar, escutar menos o ruído e olhar com atenção para aquilo que realmente importa. E quando se observa de perto o trabalho que está a ser feito no Agrupamento de Escolas de Maximinos (AEMAX), percebe-se que há ali algo consistente, pensado e profundamente transformador.
Não estamos a falar de uma escola qualquer. A Secundária de Maximinos é única na cidade por estar fora do centro de Braga, servindo comunidades marcadas por grandes contrastes culturais e sociais. É um espaço de verdadeira diversidade: acolhe alunos de mais de 40 nacionalidades, muitos dos quais têm o português como segunda língua, e enfrenta, no dia a dia, realidades socioeconómicas exigentes. Mas é precisamente aí que está a sua força — essa mistura de desafios e potencial constrói uma escola com coragem, visão e clareza de propósito.
Enquanto há escolas que operam em contextos mais homogéneos, o AEMAX assume, sem hesitação, o desafio da diversidade. E fá-lo com um projeto educativo centrado em três verbos que se sentem na prática: Inovar, Incluir e Inspirar. Não são apenas palavras bonitas — são orientações que se traduzem em ações concretas e em resultados palpáveis.
A escola aposta numa pedagogia diferenciada e atual, com recurso a tecnologias digitais, metodologias de projeto e abordagens adaptadas às necessidades de cada turma. Mas o compromisso vai além da sala de aula. Há uma aposta firme na participação dos alunos, no voluntariado e em projetos de cidadania que ligam a escola ao mundo real. E, mais do que tudo, cultiva-se o desejo de inspirar: a escola quer que os jovens aprendam, sim, mas também que sonhem, que ambicionem, que façam perguntas, que ousem.
Se compararmos, sem citar nomes, com outras ofertas públicas e privadas da cidade, percebe-se o que distingue Maximinos. Onde alguns valorizam o mérito em terrenos já férteis, aqui constrói-se o sucesso passo a passo, enfrentando dificuldades. Onde reina a lógica da repetição, em Maximinos há reflexão contínua, com base na escuta das famílias, na autoavaliação e nas reais necessidades dos alunos.
E os dados falam por si. A variedade de cursos — científico-humanísticos, artísticos especializados e profissionais —, o compromisso com a inclusão — com gabinetes de mediação, apoios a alunos cegos ou com baixa visão —, e a forte ligação a instituições culturais e científicas da cidade colocam o AEMAX num patamar difícil de igualar. Não surpreende que seja parceiro frequente em projetos europeus, que saiba acolher refugiados com dignidade e que adapte o ensino ao ritmo e singularidade de cada aluno.
O espaço físico também impressiona: recentemente renovada, a escola tem equipamentos modernos e instalações de qualidade. Mas o que realmente faz a diferença é aquilo que não se vê de imediato — a crença na educação como motor de mudança. O ensino com exigência, mas também com empatia. A recusa do fatalismo do insucesso. A luta contra o estigma de ser “da periferia”.
Sim, vale a pena estudar em Maximinos. Vale porque ali se trabalha com os pés no presente e os olhos no futuro. Porque existe uma visão coletiva, participada e firme. Porque há coragem para fazer diferente. Porque, mais do que ensinar matérias, aquela escola ensina a ser — ensina liberdade, ensina responsabilidade e ensina o que é pertencer.
Numa cidade como Braga, onde nem sempre se valoriza o que nasce fora de centro, mas onde muitas das respostas mais inovadoras têm precisamente aí o seu berço, Maximinos mostra que a escola pública pode, de facto, ser um lugar de verdadeira emancipação. Porque ali se faz escola para todos, todos, todos — como tão bem dizia o Papa Francisco. E é exatamente por isso que vale, sim, muito a pena.

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