A Cruz (qual calvário) das Convertidas
Ideias
2012-04-22 às 06h00
Por estes dias, tenho feito um consumo mais intenso de televisão, mas não é fácil sentar-me em frente ao pequeno ecrã de forma gratificante. Em todos os canais, o que vai para o ar é, por vezes, do domínio do inverosímil. Centremo-nos aqui na oferta televisiva de domingo.
Na semana passada, a RTP1 exibiu antes do Jornal da Tarde um impensável programa intitulado “Portugal Low Cost”. Este magazine, que procura divulgar formas baratas de conhecer o nosso país, tem como cicerones três imponderadas raparigas que destroem qualquer interesse na emissão. Basta ver no mesmo canal “Viagem ao centro da minha terra”, que vai para o ar nos serões de sexta-feira, para se perceber que não é preciso contratar modelos para atrair a atenção do público. Em formatos como estes, quem mora nos sítios que se dão a conhecer é, muitas vezes, o melhor guia. Espero que o canal generalista de serviço público encontre melhor almofada para alavancar o noticiário da hora do almoço. Esta não lhe proporciona grandes audiências…
Pela tarde, quem se dispuser a ver televisão tem de gostar de ser surpreendido, porque os canais, principalmente os privados, insistem em não divulgar os filmes que escolhem para as matinées. Percebe-se a estratégia, mas, como telespectadora, acho inadmissível ler nas grelhas que consulto “filme a designar”. A Entidade Reguladora para a Comunicação Social não pode intervir aqui?
Sendo uma consumidora ávida de informação, a entrada no horário nobre proporciona-me alguma satisfação, principalmente ao domingo, altura em que os alinhamentos dos noticiários se libertam mais de acontecimentos de agenda e das fontes oficiais, permitindo-se integrar peças que reportam realidades dificilmente mediatizadas durante a semana, mas que reúnem grande interesse. Na SIC há ainda um valor acrescido: a “Grande Reportagem SIC”, um programa com uma certa longevidade e com a tradição de promover um jornalismo de qualidade. É bom usufruir daquele momento, porque o que vem a seguir pode ter tudo, menos interesse público.
Com as chamadas novelas da vida real em repouso, a programação televisiva de grandes audiências vergou-se a formatos de imitação musical de artistas conceituados. Ora feitos por gente com notoriedade pública, no caso da TVI com “A Tua Cara não me é estranha”; ora preenchidos com concorrentes anónimos que procuram uma fama volátil, como acontece nos “Ídolos”. Na era de um modelo de TV ainda à deriva, os castings, que habitualmente são atirados para uma zona de bastidores, constituem-se como emissões e aquilo que vemos é, na verdadeira acepção da palavra, um espectáculo deplorável. Ali, em frente a um júri que ensaia expressões ora de admiração, ora de enfadonho, rapazes e raparigas passam por verdadeiras humilhações e o espectador olha para aquilo não sabendo se há-de rir ou há-de mudar rapidamente de canal.
Poder-se-ia, no meio de um serão televisivo quase perdido, tentar ver qualquer coisa nos canais de informação do cabo. Não sendo eu uma incondicional adepta do universo futebolístico, não tenho paciência para ouvir durante largos minutos comentários a jogos de futebol que não vi. Por isso, o melhor é sempre procurar alternativas. Fora da televisão. Nem que seja um bom argumento para dormir mais cedo.
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