O primeiro Homem era português
Escreve quem sabe
2018-02-25 às 06h00
Écostume ouvir-se, “Sou frontal, quer gostem ou não!”. Uma verdade é certa, ser frontal é diferente de ser franco(a) ou sincero(a), embora sejam confundidos/tidos como iguais. Ser frontal envolve muitas perdas, porque se age por impulsividade, as palavras não tem filtro verbal, e são ditas de forma direta e clara, não tendo em consideração os danos que pode causar com tais palavras. “Eu não gosto de ti! Não te suporto!”, “Só tens defeitos.”, “A tua vida é assim, e o culpado (a) és tu.”
Quem o faz, pretende nada mais nada menos que aliviar a tensão emocional, direcionar a raiva e a agressividade aquele(a) que incomodou ou prejudicou. Uma intenção pouco construtiva que nada mais, nada menos pretende atacar outrem. Perfaz uma espécie sensação de alivio imediato mas também momentânea (“Disse-lhe tudo na cara. – ficando satisfeito(a) por isso.”) do que estava “guardado a sete chaves”. No entanto, as consequências são inúmeras e irreparáveis, a curto prazo, nomeadamente no que respeita ao relacionamento interpessoal de pessoas significativas como a família ou de pessoas com quem tem de se lidar no dia à dia, tais como, os colegas de trabalho. As palavras tem um poder inigualável tanto para o bem como para o mal sendo jamais são esquecidas.
A situação piora, quando passa a palavra, justa ou injustamente, no sentido em que, alguém só porque ouviu dizer partilha da mesma opinião sem conhecer a pessoa tirando juízos de valor só porque num momento pontual foi …frontal. Ser sincero(a) também tem os seus desafios. Hoje a honestidade e a sinceridade estão em vias em desuso. Opta-se por se ser politicamente correto(a), em opiniões e conselhos desprovidos de sentimentos sinceros que se baseiam em discursos manipulativos com o intuito de conseguir algo ou pelo menos não perder o que se tem.
Uma das explicações para este comportamento social passa pelo conceito de verdade. A verdade dói e tornou-se numa injúria. A maior parte das pessoas prefere viver na ilusão de (in) verdades. Observe e repare à sua volta: aquela pessoa que se recusa a reconhecer que o problema possa ser seu quando todas as pessoas se afastam; aquele que não aceita a não correspondência de um sentimento amoroso; aquele que “sabe-tudo” e auto intitula-se de “o melhor”, e que se recusa aceitar a opinião de outrem mesmo que esteja errado e a critica seja para o seu próprio bem; aquele pai/mãe cujo filho(a) enveredou por caminhos desviantes (pela negligência emocional durante a infância) que atribui a culpa em exclusivo à sociedade e não a ele(a) próprio(a).
As pessoas querem ouvir o que desejam e não o que é real. Com a sinceridade também há perdas mas há igualmente muitos ganhos. Ser sincero(a) é ser correto. É aconselhar como se fosse para si próprio(a). Ser sincero(a) e verdadeiro tem outras características que a frontalidade não tem. A sinceridade compreende e ajuda, ao contrário da frontalidade que pisa e derruba violando a autoestima. E a autoestima é o maior tesouro que o ser humano pode ter. Trata-se do amor-próprio. Mas a sinceridade caminha de “mãos dadas” com a empatia, isto é, a capacidade de falar e dizer como se estivesse a escutar tais palavras. É preciso pensar no que se diz e expressar com tato. Mas atenção importa referir que a outra pessoa que recebe o conselho/opinião deve primeiramente solicitar e estar receptiva ao que vai ouvir numa atitude incondicional. Pode-se expressar o que se deseja, e acredite que para “entender á primeira” não é necessário altear a voz ou fazer uso da má educação. A frontalidade implica a resposta daquele(a) que foi atacado (a) e os ataques causam desgaste para ambas as partes. A frontalidade sente “prazer” pela dor daquele que recebe a mensagem. A sinceridade é paciente porque sabe esperar pelo momento certo, de modo a que aquele que recebe a mensagem se vá preparando emocionalmente. Ser sincero(a) implica igualmente saber que há verdades que nem precisam de ser ditas. É ser construtivo perante aquele que precisa de ajuda, não deixando de ser fiel às próprias convicções. É estar receptivo(a) ao ponto de vista do outro, oque há sempre uma razão por detrás de alguma reação ou comportamento.
A vida é basicamente um sistema bilateral emocional em que todos se relacionam onde tudo o que se dá, retorna.
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