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Vinte anos de TV privada

A Cruz (qual calvário) das Convertidas

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Ideias

2012-10-07 às 06h00

Felisbela Lopes Felisbela Lopes

No momento em que se completam 20 anos da TV privada em Portugal, penso ser de extrema importância a academia dar o seu contributo para uma leitura mais apurada daquilo que se passou. Mais do que olhar para os programas, decidi entrevistar os protagonistas das decisões que marcaram o panorama audiovisual português nestas duas últimas décadas. O resultado chega agora às livrarias em forma de livro. “Vinte anos de TV privada em Portugal”, publicado pela Editora Guerra e Paz, integra 20 entrevistas que resultam de longas conversas que tive o privilégio de fazer a quem fez ou influenciou a televisão.

Faltarão certamente a este meu livro personalidades que também contribuíram para fazer a História do Audiovisual Português. Falta sempre alguém, quando se escolhem pessoas a quem entregamos a difícil empreitada de recordar o que se passou nas últimas duas décadas no campo televisivo. Aqueles que eu escolhi assumiram, neste período, um indiscutível protagonismo e dispuseram-se, desde o primeiro momento, a conversar, sem guião previamente definido, sobre tudo o que se julgou importante lembrar.

Apenas Emídio Rangel se recusou a fazer esse exercício. Talvez fosse esse um depoimento relevante para recordar os primeiros anos da SIC, a estação que conquistou a liderança de audiências em tempo ímpar. No entanto, outros por si reconstituíram esse período, lembrando que o sucesso de determinado projecto televisivo nunca poderá ser reclamado de forma solitária.

Abro as entrevistas com um conjunto de actores políticos: Aníbal Cavaco Silva, o primeiro-ministro que, no início dos anos 90, conduziu todo o processo de concessão dos canais privados; Alberto Arons de Carvalho, o secretário de Estado dos Governos PS que tutelou a comunicação social e que, entretanto, fez um doutoramento sobre serviço público; Nuno Morais Sarmento, o ministro dos Governos do PSD a quem muitos atribuem a reforma mais importante da RTP; e Miguel Relvas, o ministro do primeiro Governo de Pedro Passos Coelho a quem foi entregue a tarefa de conduzir o dossier da privatização de um dos canais do operador público. Aos decisores políticos, juntam-se três entrevistas aos que serão identificados como os ‘donos’ das televisões: Francisco Pinto Balsemão (SIC), Miguel Paes do Amaral (TVI) e Guilherme Costa (na altura em que fiz a entrevista era ainda presidente do Conselho de Administração da RTP). Seguem-se outras três conversas com aqueles que, neste período, foram directores-gerais da TVI, da SIC e da RTP, e que acumularam outras funções nas estações concorrentes: José Eduardo Moniz, Luís Marques e Luís Marinho.

Abre-se, em seguida, um espaço para falar de informação, com os respectivos directores, os que foram (António Rego) e os que continuam a ser (Alcides Vieira, José Alberto Carvalho, Nuno Santos); e para falar de entretenimento, optando-se aqui por alguém com intervenção na direcção de conteúdos e com grande experiência na apresentação (Júlia Pinheiro), por um nome de referência ao nível das produtoras de formatos de sucesso (Piet Hein Bakker) e pelo responsável da Casa da Criação, donde saem as novelas portuguesas com maior audiência (Adriano Luz). O livro fecha com três entrevistas: ao comentador mais popular da TV portuguesa (Marcelo Rebelo de Sousa), ao primeiro Provedor do Telespectador (José Manuel Paquete de Oliveira) e ao primeiro presidente da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (José Alberto Azeredo Lopes).

Muito ficou certamente por dizer, mas em cada entrevistas aprendi muito. Todos, à sua maneira, acabaram por me contar factos que eu desconhecia. Em discurso directo.

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