Foi junto ao Arco da Porta Nova que os apoiantes do Chega se reuniram ontem de manhã para uma arruada até à Praça da República, em Braga, numa acção de campanha que contou com o líder do partido, André Ventura, e o cabeça-de-lista pelo distrito, Filipe Melo.
Esta acção de campanha ficou marcada por protestos de elementos da comunidade cigana, que do lado do Campo das Hortas chamavam “racistas” e “fascistas” aos apoiantes do partido de Ventura, que, por sua vez, respondiam com “Chega, Chega” e “Portugal é nosso”.

De um lado, os apoiantes do Chega agitavam bandeiras do partido e de Portugal, do outro, os cerca de 20 ciganos ali concentrados ostentavam uma bandeira da comunidade cigana e outra de movimentos anti-nazis.
O momento mais tenso da manhã aconteceu precisamente quando chegou Ventura, com os gritos a aumentar de volume, de ambos os lados. Já anteontem, numa arruada em Aveiro, a comitiva do Chega se tinha cruzado com um grupo de pessoas de etnia cigana, que também acusaram Ventura de ser racista e lhe pediram que não alimente o ódio contra esta comunidade.
Questionado sobre estes casos, André Ventura disse que as pessoas da comunidade cigana “não podem andar pelo país todo a impedir o Chega de fazer campanha política”.

“Continuamos a ter um conjunto de ciganos que são, nalguns casos os mesmos, que andam pelo país todo. Têm de estar organizados. Eu não sei se é a própria comunidade que se orga- niza, se são os partidos de esquerda, não sei. Sei que estão organizados e que estão plantados”, afirmou Ventura.
Já Filipe Melo, em declarações ao Correio do Minho, referiu que “estamos num país livre, onde a manifestação é possível de parte a parte”. E garantiu: “Não vamos, jamais, deixar de fazer o nosso trabalho, independentemente de meia dúzia de manifestantes que se cruzam com a nossa comitiva”, acrescentou Filipe Melo, notando que Braga é uma forte aposta para o partido aumentar o número de deputados.