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2024-08-17 às 10h14
Psicóloga bracarense Andreia Barbosa está a desenvolver um estudo sobre a qualidade do sono na infância e as suas consequências. O sono insuficiente é classificado como problema de saúde pública.
“Um sono insuficiente e de baixa qualidade nas crianças tem vindo a constituir um problema de saúde pública”. O alerta é deixado pela psicóloga bracarense Andreia Barbosa, que está a desenvolver um projecto de investigação no âmbito da sua especialização em Sono na Infância e Adolescência, de modo a se capacitar melhor no seguimento das consultas que desenvolve neste campo, promovendo um acompanhamento diferenciado, dotando os pais de conhecimentos e estratégias para melhorar a qualidade de sono dos seus filhos.
O estudo procura avaliar hábitos e rotinas de sono instituídas pelos pais em crianças entre os 4 e os 36 meses. “Um sono insuficiente e de baixa qualidade nas crianças tem vindo a constituir um problema de saúde pública, sendo que um total de 25% a 50% das crianças portuguesas até aos cinco anos de idade apresenta dificuldades relacionadas com o sono. O número de horas de sono diárias identificadas nas crianças portuguesas, é inferior ao número de horas recomendadas que devem ser dormidas, reflectindo-se, depois, nos comportamentos da criança”, refere Andreia Barbosa.
“Irritabilidade e agitação, maior choro, assim como maior dependência dos pais no momento de adormecer e durante a noite, com despertares frequentes” são apontados como comportamentos resultantes de um sono insuficiente.
Outros aspectos estão, também, incluídos neste estudo como o impacto no ambiente familiar e questões da parentalidade. “Por exemplo, dificuldades de sono na criança afectam também o próprio descanso e a intimidade dos pais e, muitas vezes a hora de dormir passa a ser motivo de conflito com disfunção no casal a nível emocional”, explica a psicóloga.
“Convém referir que esta educação para melhorar a qualidade de sono está, ainda, relacionada com as competências da criança ao longo do seu crescimento, ao nível da aprendizagem, com interferência no seu rendimento escolar, e também no seu processo de sociabilização e com as suas rotinas de sono futuro enquanto adulto”, acrescenta.
O propósito de Andreia Barbosa com este estudo é “conhecer melhor os hábitos de sono desde cedo e promover uma relação positiva com o sono, não só para a criança, mas também para os pais, de forma a que estes possam enfrentar, com mais tranquilidade, os desafios que o sono das crianças acarretam para toda a família”.
“O sono continua a ser subestimado na sua importância para a saúde física e mental”, lamenta. “Num mundo com cada vez mais exigências, parece que a solução passa por sacrificar horas de sono. Convém informar que o sono é um processo biológico que permite ao corpo e ao cérebro o merecido descanso e a essencial recuperação. Durante o sono, o cérebro processa informações, consolida memórias e aprendizagens realizadas em vigília, regeneram-se tecidos, regulam-se diferentes sistemas do organismo e até tem relação com o nosso apetite”, sublinha a especialista.
Andreia Barbosa afirma que muitos estudos demonstram consistentemente que a falta de sono adequado está associada a uma série de problemas que vão muito além do cansaço e da irritabilidade. “A insónia, por exemplo, não é apenas um sintoma comum em perturbações mentais como a depressão e a ansiedade, mas também pode ser um factor desencadeante. Isto é, os problemas do sono podem agravar os problemas de saúde mental, e problemas de saúde mental podem causar perturbações do sono”, garante.
Deste modo, a mensagem é clara: “dormir a quantidade certa de horas por noite é essencial, mas a sua duração varia consoante a idade, havendo um intervalo recomendado para cada faixa etária”.
Para melhorar a qualidade do sono existem estratégias que podem e devem ser adoptadas. Entre elas, Andreia Barbosa recomenda: ter uma rotina consis- tente, deitar e acordar no mesmo horário todos os dias para ajudar a regular o ciclo sono-vigília; ter um ambiente propício, com um quarto escuro, silencioso e uma temperatura adequada e, uma exposição limitada a ecrãs que emitem luz azul; praticar actividades relaxantes antes de dormir, como a leitura, meditação ou um banho quente; e, trazendo para aqui a relação com o comportamento alimentar, evitar bebidas com cafeína, álcool e refeições pesadas antes de dormir.
A autora do estudo refere, por último, que “experimentando estas recomendações consegue-se compreender que a qualidade do sono e a saúde mental estão intrinsecamente ligados. Desvalorizar o sono é ignorar um dos pilares do bem-estar psicológico”.
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