Como habitualmente, terminada a temporada, o plantel, equipa técnica, demais staff e elementos do corpo directivo que trabalham de forma mais próxima com a equipa reuniram-se para um encontro em que foram feitos alguns balanços.
Sabe o Correio do Minho que este foi um momento aproveitado por António Salvador para ter um discurso assertivo na direcção de todos os elementos. O presidente arsenalista realçou o cumprimento do grande objectivo da temporada, o 3.º lugar no campeonato, e saudou os mais directos responsáveis por esse desígnio, embora tenha também mostrado o seu desagrado por uma ponta final de temporada em que considera não ter sido posta em evidência toda a ambição vitoriosa que um clube com o estatuto que o SC Braga já adquiriu tem de ter.

O líder dos Guerreiros do Minho, apurou o nosso jornal, ficou agastado com a pobre exibição da equipa na final da Taça de Portugal, diante do FC Porto, fazendo questão de o demonstrar internamente. A equipa apresentou-se muito longe dos parâmetros exigidos e não actuou de forma condizente com aquilo que, considera o líder máximo do clube, é a sua obrigação. Não era obrigatório vencer, mas a equipa tem de entrar e actuar em cada jogo com o intuito de o ganhar, independentemente do adversário.

O jogo com os dragões não foi, porém, o único que desagradou a António Salvador nesta ponta final de uma temporada que o presidente considera globalmente positiva. Na Luz, diante do Benfica, numa altura em que a equipa estava bem dentro do sonho e da luta pelo título, a pobre exibição também não foi ao encontro das expectativas da massa adepta, cuja frustração é partilhada pelo dirigente, que quer uma equipa a apresentar outra imagem nos jogos teoricamente mais difíceis.

A questão dos recordes batidos na actual temporada é naturalmente importante para o clube, e António Salvador saúda esse facto, elogiando a equipa e o técnico pelos feitos alcançados. Porém, o presidente quer que esses recordes conduzam a algo, a títulos, até porque, lá está, a ambição é grande e a exigência tem de ser maior.

Nesse sentido, o presidente também não ficou particularmente agradado com as referências a esses mesmos recordes feitas na antevisão à final da Taça de Portugal, quer por parte do capitão Ricardo Horta, quer por parte do técnico Artur Jorge. Considera António Salvador que isso acabou por amolecer a equipa, que não entrou em campo depois com a atitude certa, de ‘faca nos dentes’, pronta para disputar o jogo nos limites, oferecendo, no mínimo, uma exibição condizente com o nível a que os adeptos já estão habituados.

Por tudo isto, António Salvador exigiu uma reflexão interna a tudo o que se passou ao longo da temporada, sobretudo a esta ponta final da mesma, já tendo como ponto de partida o lançamento de 2023/24, em que o objectivo é melhorar o que foi feito esta época, sempre à procura de mais - no campeonato, um clube da dimensão do SC Braga não pode ficar satisfeito com o terceiro lugar; na Taça de Portugal, o intuito passa por voltar à final e… vencê-la, tal como na Taça da Liga, onde Salvador não quer ver repetido o desfecho deste ano; na Liga dos Campeões, o presidente quer ver atingida a chegada à fase de grupos.

Segundo aquilo que foi ainda possível apurar, o lugar de Artur Jorge nunca esteve em risco, sendo o elemento em quem António Salvador confia para conduzir a equipa em 2023/24, naquilo que o presidente espera seja um trajecto mais produtivo ainda, em relação à actual campanha. A exigência cresce para patamares nunca antes visto nos Guerreiros do Minho.