Prémio à instalação de jovens agricultores; apoios bancários com taxas de juro zero; inovação tecnológica, promovendo a eficiência e a sustentabilidade; sensibilização para o consumo de produtos; assegurar o rendimento dos agricultores )que é neste momento cerca de 40 por cento inferior ao de outras actividades); reconhecimento da actividade agrícola, desestigmatizando-a. Estas foram algumas das soluções apontadas pelos jovens agricultores do concelho de Barcelos, na defesa do sector - tão importante na região -, que ontem marcaram presença na conferência que pretendeu debater ‘O Futuro dos Jovens na Agricultura’.
A sessão decorreu na Quinta Pedagógica d’Alvarenga, em Alvito São Pedro, Barcelos, contando com um painel composto pelo ministro da Agricultura e das Pescas, José Manuel Fernandes, ainda José Carlos Miranda, líder da Cooperativa Agrícola de Barcelos, bem como por dois jovens produtores, Edgar Campos e João Pinheiro, numa organização a cargo da JSD Barcelos, que assim reforçou uma das linhas orientadoras de intervenção da actual comissão política.
“Iniciámos este mandato com o mote ‘Sentir, Pensar e Agir’ e é nessa base que centramos o nosso trabalho. Quisemo-nos debruçar sobre a realidade da Agricultura Jovem no nosso concelho. Agradecemos aos jovens agricultores a amabilidade que tiveram em receber-nos nas suas casas e nas suas produções. Fizemos visitas por todo o concelho e ficámos a perceber o que de tão bom se faz por cá”, começou por referir Joana Sousa, líder da concelhia barcelense da JSD, num trabalho elogiado por Mariana Carvalho, vice-presidente da CM Barcelos e responsável pelo pelouro da juventude.
“Enche-me de orgulho e esperança que haja jovens com estas preocupações, numa actividade que tem sido um pouco esquecida. Sublinho a capacidade de mobilização que tiveram. Foi tudo extraordinariamente bem planeado, com as visitas e o respectivo levantamento das preocupações dos jovens agricultores”, disse a autarca, destacando a discussão pública promovida, “muito interessante e que tem de ser valorizada”. “Os resultados apresentadores devem merecer a atenção de quem tem responsabilidades. Enquanto vereadora da juventude digo sempre que nós, os jovens de há mais tempo, temos por vezes a veleidade de achar que sabemos decidir pelos jovens de agora. É muito importante ouvirmos, temos juventude muito capaz”, acrescentou.
Já o ministro José Manuel Fernandes, também agradado com o “envolvimento da juventude”, plasmado na “ambição e motivação” que sentiu por parte de uma plateia densa que lhe foi colocando várias questões, destacou o mais importante a reter após quase três horas de reflexão.
“Falámos de uma Agricultura que contribui para a coesão territorial, para a criação de riqueza, para a competitividade, que ajuda ao objectivo de combate às alterações climáticas, que provoca a necessidade de investigação e inovação. Sendo este um encontro dirigido para jovens agricultores, também importa referir que duplicámos os apoios para esta área. Não só apostámos na renovação geracional, como também aumentámos o rendimento dos agricultores nas alterações que fizemos. Agricultura é também compatível com o objectivo de biodiversidade, da sustentabilidade ambiental e essa necessidade ficou aqui bem patente”, explicou.
“Apoios centrais? Apoio total para reduzirmos o défice agro-alimentar. Em 2023 foi de 5.700 milhões de euros. Temos reduzido esse défice, até porque isso diminui a nossa autonomia estratégica e nós temos de conseguir não só exportar mais, como importar menos”, rematou José Manuel Fernandes.