Revisão do PDM e parque industrial em Regadas são a aposta do município
2020-05-20 às 06h00
Paulo Cunha visitou ontem as secundárias de Famalicão, onde testemunhou “o bom ambiente” que vive no regresso às aulas presenciais. Edil realçou ainda o cumprimento das regras de segurança.
Em Famalicão, a reabertura das escolas secundárias, onde desde segunda-feira são ministradas aulas presenciais aos alunos de 11.º e 12.º anos, decorreu com “absoluta normalidade”, apesar “do contexto excepcional em que vivemos actualmente”. Isso mesmo constatou o presidente da Câmara Municipal, Paulo Cunha, que dedicou a manhã de ontem à realização e um périplo pelas três secundárias famalicenses.
O autarca visitou as escolas Padre Benjamim Salgado, em Joane, D. Sancho I e Camilo Castelo Branco, em Famalicão, um périplo que o deixou “muito satisfeito” por perceber que alunos, famílias, professores e pessoal não docente “estão adaptados à nova realidade”.
“Todos desejamos rapidamente regressar a alguma normalidade e cada passo que damos com êxito é importante para que possamos dar com segurança o próximo passo”, argumentou o autarca, que registou o “enorme sentido de responsabilidade” dos alunos e respectivas famílias.
“Há duas ou três semanas dizia-se que seria impossível recomeçar as aulas presenciais porque a afluência dos alunos ia ser muito baixa. Não passaria dos 10 a 20%”, recordou Paulo Cunha, evidenciando que o que viu ontem foi precisamente o contrário.“A afluência dos alunos é enorme. São muito poucos os casos de alunos que, por opção próprio, não vieram às aulas”, disse.
Paulo Cunha confirmou ainda que os alunos estão a cumprir a etiqueta respiratória, utilizando máscara de protecção, assim como também cumprem as normas de afastamento social, e as regras que disciplinam o acesso às salas de aulas e circuitos de circulação fixados pelas escolas.
“Noto que no espaço público, assim como na sala de aula, as regras estão a ser cumpridas de forma muito rigorosa, mas com um rigor que, eu diria, simplificado. A sensação que fica é que os alunos, dentro da sala de aula, com todas as regras de protecção, estão confortáveis, desinibidos e à vontade. E este à vontade também é importante para o processo de aprendizagem se possa continuar a cumprir”, acrescentou.
O edil demonstrou igualmente “apreço” pelo trabalho desenvolvido pelo pessoal não docente ao longo dos últimos dois meses e não esqueceu as direcções das escolas e os professores “que souberam adaptar-se” a estes novos métodos de ensino.
“Muita gente pensava que os nossos professores estão amarrados a um modelo de ensino de há muitos anos, mas o que está a acontecer com esta pandemia é um sinal de uma enorme capacidade de invenção, de imaginação e de criatividade do nosso corpo docente”, afirmou, dando?“os parabéns” aos professores pela forma como se adaptaram a este novo conceito de ensino.
Deste périplo, o edil levou ainda “uma vontade férrea” de continuar “o compromisso de toda a comunidade” que permitiu que no concelho as escolas reabrissem com tranquilidade.
O edil recordou que, em Famalicão “há muitos anos” que o processo educativo se desenvolve “de forma muito competente, com enorme sentido de responsabilidade, com cumplicidade no melhor dos sentidos”, isto porque envolve as direcções dos agrupamentos, as escolas não agrupadas, as associações de pais, os professores, a Câmara Municipal, as Juntas de Freguesia, no fundo a comunidade no seu todo”.
O concelho acaba por ter um “currículo educativo” que faz com “para Famalicão seja mais fácil vencer as adversidades”, rematou.
Regresso do ensino presencial visa valorizar as aprendizagens
Carlos Teixeira, director do Agrupamento de Escolas Camilo Castelo Branco, sustenta que o regresso ao ensino presencial para os alunos do 11.º e 12.º não visa “meramente preparar os alunos para os exames nacionais”, mas, acima e tudo, pretende “valorizar a aprendizagem”.
Foi na Escola Secundária Camilo Castelo Branco que terminou o périplo realizado por Paulo Cunha, altura em que o director deste agrupamento partilhou o testemunho de como é que esta secundária se organizou para a reabertura. Não escondeu que deu trabalho, porque foi como que “planear um novo ano lectivo, com outro ainda a decorrer”. Porém, com organização, planeamento e empenho de todos, os alunos estão de regresso à sala de aula, num ambiente marcado pela tranquilidade e cumprimento das regras de segurança.
O director fez ainda um balanço do ensino à distância, considerando que “tem funcionado bem”, mas alertando que “não há nada que substitua o ensino presencial”, onde é possível ter o “feedback real” dos alunos à medida que é feita a valorização das aprendizagens. “As escolas não vão ser diferentes do resto do mundo. Temos de nos adaptar porque não podemos ficar eternamente enclausurados”, disse.
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