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Braga: Lésbicas, gays, bissexuais e transgéneros marcharam por visibilidade
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Braga: Lésbicas, gays, bissexuais e transgéneros marcharam por visibilidade

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Braga: Lésbicas, gays, bissexuais e transgéneros marcharam por visibilidade

Braga

2013-07-14 às 06h00

Marlene Cerqueira Marlene Cerqueira

Lésbicas, gays, bissexuais e transgéneros (LGBT) marcharam ontem pelas ruas da conservadora cidade de Braga com o objectivo de dar visibilidade e voz a estas minorias. Iniciativa juntou cerca de duzentas pessoas.

Citação

Nem menos nem mais, direitos iguais” — foi com a entoação destas palavras de ordem que arrancou ontem à tarde, junto ao Arco da Porta Nova, a 1.ª Marcha pelos Direitos LGBT de Braga. Pelas ruas daquela que é considerada uma das mais conservadoras cidades do país, cerca de duas centenas de gays, lésbicas, bissexuais e transgéneros marcharam até à Praça da República com o objectivo de dar visibilidade ao movimento LGBT, contribuindo para mudar mentalidades e lutar contra o preconceito.

“O nosso objectivo principal é dar visibilidade à comunidade LGBT em Braga”, começou por explicar Paula Antunes, da comissão organizadora, ao ‘Correio do Minho’.
Nesta região do país ainda existe “alguma fobia”, daí a importância desta marcha em Braga, realçou. “Esta marcha era desejada há muito tempo e é muito simbólica por ser Braga, uma cidade onde a LGBT ainda tem pouca visibilidade. É isso que pretendemos mudar. Vamos sair à rua e mostrar que existem pessoas LGBT em Braga”, afirmou Paula Antunes.

A adesão à marcha surpreendeu a organização. “As nossas expectativas foram superadas. Temos muitas pessoas de Braga, mas também veio gente da Galiza, de Coimbra, do Porto e de outras regiões do país”, salientou Paula Antunes, enquanto observava as cerca de duas centenas de pessoas que se preparavam para subir a Rua do Souto em direcção ao coração da cidade.

Para além de dar visibilidade à comunidade LGBT, esta marcha teve subjacente também motivações políticas e terminou com leitura de um manifesto junto ao chafariz da Arcada.
O documento em causa contempla um conjunto de reivindicações, nomeadamente o aperfeiçoamento da legislação portuguesa no que que se refere às questões LGBT, a erradicação da violência física, psicológica e sexual contra estes grupos por motivos da sua orientação sexual ou identidade de género, o combate ao bullying infanto-juvenil, a concessão do direito à adopção de crianças, a participação equitativa no mercado de trabalho e a inclusão efectiva da educação sexual nos programas escolares.

Natural de Braga, Bruno Ferreira foi uma das pessoas que ontem integraram esta marcha. “É a minha primeira marcha e ainda bem porque foi aqui, em Braga, que nasci”, contou ao ‘CM’, acrescentando que espera que esta iniciativa se repita para ajudar a mudar as mentalidades bracarenses.

“Espero que esta iniciativa proporcione o diálogo para que se comece a tocar nesta questão e se combata o medo do desconhecido”, confessou, revelando que em Braga já se tem vindo a fazer alguns progressos “nas camadas mais jovens, sobretudo, já há maior abertura para lidar com estas questões da sexualidade. Há de facto uma mudança de mentalidade, mas ainda existe um muito longo caminho a percorrer. daí a importância de iniciativas como esta marcha”, afirmou.

Do Porto para participar nesta marcha veio a jovem Inês. “Estou aqui com o objectivo de mostrar que não somos uma minoria, que somos muitas e que estamos aqui para lutar pelos nossos direitos. Não queremos esconder quem somos, queremos lutar”, afirmou, revelando que esta é a primeira marcha em que participa no nosso país. “Já estive noutras marchas no estrangeiro e lá o conceito é diferente. Existe uma grande festa onde pessoas, sejam hetero ou homossexuais participam e se divertem. Cá a questão centra-se mais em dar visibilidade às pessoas LGBT”, contou.

De Guimarães veio Helena Costa, lésbica assumida, como afirmava no cartaz que segurava ao peito. “Em Guimarães ainda há muitos preconceitos, à semelhança do que acontece em Braga. Não há uma discriminação óbvia na rua, mas há sempre um olhar acusador e bocas à socapa. As pessoas não se sentem seguras para se assumirem por temerem represálias”, contou.

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