Semana Santa pelos olhos dos mais novos
2019-09-22 às 06h00
Festa do Caldos do Pote voltou, ontem, a juntar milhares de pessoas em Sabariz. Numa iniciativa da Junta de Freguesia e da Associação Popular de Sabariz foram confeccionados e servidos mais de 1500 litros de caldos cozinhados à moda antiga.
É na mais pequena freguesia do concelho, Sabariz, que se realiza a iniciativa da Rota das Colheitas que mais pessoas mobiliza: a Festa do Caldo do Pote. Ontem, foram ali confeccionados e servidos para cima de 1500 litros de caldo, confeccionados por mais de meia centena de populares que fazem questão de manter viva uma tradição da aldeia.
Foram 25 os tipos de caldos cozinhados em potes de ferro colocados à fogueira. E houve caldos para todos os gostos: da pedra, de galinha, de enchidos suíços, à lavrador, de rabo de boi, de bacalhau, de ossobuco com feijão moleiro, de repolho com nispo de vitela, de javali, de feijão verde, entre muitos outros, sem esquecer o emblemático caldo verde.
O mais procurado, mantendo a tradição de outros anos, foi o caldo da pedra, confeccionado por Domingos Gonçalves. Na abertura das portas do certame, Domingos tinha tudo preparado para servir para cima de 300 litros deste delicioso caldo, que tem o seu segredo na qualidade “das carnes, do feijão e da muita hortaliça que leva”.
Domingos Gonçalves faz também questão se ser ele a oferecer os ingredientes para os caldos que confecciona, apesar de a organização se disponibilizar para suportar esse encargo. “É o meu patrocínio para este evento que dá nome à terra que me acolheu”, contou ao ‘Correio do Minho.
A procura pelo caldo da pedra é tanta que este acaba por ter uma fila própria para ser servido na malga que é adquirida à entrada do evento.
O da pedra é o mais popular, mas todos os caldos são igualmente deliciosos, até porque todos eles contam com um ingrediente em comum: a dedicação das pessoas da terra que se unem para concretizar o evento da Rota das Colheitas que mais participantes mobiliza, como refere Fernando Silva. O presidente da Junta nota que, com excepção da Festa das Colheitas que decorre na sede concelhia, “esta será a iniciativa da Rota das Colheitas que mais pessoas chama”.
Ontem eram esperadas mais de duas mil pessoas, apesar da chuva que obrigou a organização a arranjar um toldo para cobrir o recinto. “O único inconveniente é mesmo o fumo que atrapalha um bocadinho por causa de termos coberto o recinto, mas teve de ser assim por causa da chuva”, explicou.
Além dos caldos, confeccionados em antigos potes de ferro com capacidade que vai de 40 a 100 litros, também não faltaram as tradicionais pataniscas de bacalhau, fritas na hora e saboreadas quentinhas. Esta foi a 10.ª edição da Festa do Caldo do Pote, uma iniciativa da Junta de Freguesia local e da Associação Popular de Sabariz. Mário Fernandes, desta associação recorda que na origem deste evento está a vontade de contribuir para a preservação de uma tradição da cozinha campestre aldeã e recuperar os antigos potes de ferro que caíram em desuso.
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