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‘Calma é só amanhã!’ vem pensar a liberdade na noite de 24 de Abril
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‘Calma é só amanhã!’ vem pensar a liberdade na noite de 24 de Abril

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‘Calma é só amanhã!’ vem pensar a liberdade na noite de 24 de Abril

Braga

2024-04-23 às 06h00

Libânia Pereira Libânia Pereira

Mais de 80 pessoas reúnem-se no palco do Theatro Circo na noite 24 de Abril para reflectir a liberdade. ‘Calma, é só amanhã!’ é um espectáculo multidisciplinar que dá voz à comunidade.

Citação

'Calma, é só amanhã!’ junta em palco mais de 80 participantes que se propõem a reflectir o 25 de Abril. O espectáculo com encenação de Nuno Preto, é apresentado amanhã, às 21.30 horas, no Theatro Circo, e será um espaço de debate, através da arte, de direitos e liberdades conquistados por Abril, mas que não podem ser tidos como garantidos.
O desafio foi lançado pelo Theatro Circo ao encenador Nuno Preto, assim como à comunidade em geral e a diferentes grupos artísticos da região. O resultado é a junção em palco de mais de 80 pessoas, das mais variadas faixas etárias (desde os 5 aos 73 anos). “O objectivo era criar um espectáculo que partisse das pessoas da cidade, e não só, sobre revoluções adiadas e que festejasse os 50 anos do 25 de Abril. Quisemos criar um espectáculo que convocasse a comunidade de Braga, as diferentes pessoas que a compõem”, revelou Nuno Preto ao Correio do Minho.
Assim, às mais de 30 pessoas que chegaram através da convocatória pública juntaram-se a Escola de Dança Ginasiano, a Academia Clássico Contemporânea, os alunos do Conservatório Bomfim, o grupo de bombos TAMBOMBO da Escola de Palmeira, e a NEED Cooperativa. Esta última trabalha com pessoas com necessidades especiais, acabando por se tornar numa oportunidade para “entender a liberdade ou a falta de liberdade destas pessoas, cuja realidade é diferente”, considerou o encenador.
Toda esta diversidade é reunida em palco. “Encontramo-nos todos no mesmo palco para festejar e brindar ao 25 de Abril, ou melhor dizendo, ao 24 de Abril, já que a ideia de ‘Calma, é só amanhã!’ é fazer um espectáculo onde na noite anterior ao 25 de Abril vamos pensar nos direitos que podemos alcançar ou naqueles que nos fazem falta, aqueles que ainda não foram conquistados até hoje”, explicou.
Os mais de 80 participantes são também co-criadores, “são pessoas que fizeram parte de todo o processo criativo. Isto é um processo altamente capacitante, criativo, divertido, mas também reflectivo, que vem pensar e debater as nossas liberdades”.
O espectáculo conta com diversas manifestações artísticas que vão desde o teatro, à dança, passando pela música, até ao desenho. “E tem também política, muita política”. “Podemos escrever com o corpo, com as palavras, com a música, com desenhos... o espectáculo reúne todas essas vontades”, revelou o encenador.
Trata-se assim de um espectáculo multidisciplinar porque as pessoas são diferentes e querem fazer coisas diferentes”, notou.
Entre os participantes neste espectáculo estão Sara e Gustavo, da Escola de Dança Ginasiano, dois jovens que falam de uma “experiência especial e desafiante”, onde sobressaí “o colectivo”. “Esta é uma peça muito orgânica, onde não há deixas exactas, não há tempos, há sim uma energia de grupo que é o que te faz sentir as mudanças e a dinâmica da peça. Adoro isso, adoro!”, confessou Sara.
Trabalhar com 80 pessoas tornou-se “desafiante, mas ao mesmo tempo fácil”, disse. “Há um consenso, estamos todos com a mesma energia”.
Sara e Gustavo são jovens, não viveram o 25 de Abril, mas mostram consciência da importância deste marco histórico. “Reflectimos imenso sobre estas questões, até pela realidade que vivemos. Há acontecimentos que estão a pôr em causa coisas que dávamos por garantidas, e estamos a ver que não estão. É cada vez mais iminente a mudança desses direitos”, disse Sara.
Para Gustavo, este espectáculo é também uma “forma de agradecer por aquilo que foi feito há 50 anos. O 25 de Abril não é uma simples efeméride como qualquer outra, é uma data que simboliza o nosso estilo de vida. Tudo o que fazemos ao sair de casa é política e o facto de termos a liberdade de poder fazê-lo é muito importante. A nossa geração não sabe o que é não ter esses privilégios que hoje temos, mas, infelizmente, no mundo há ainda muitos países que não os têm. Temos de glorificar o que temos e lutar para que não volte a estar tão mau como já esteve”, defendeu.
A arte e a cultura são encaradas como meios privilegiados para chegar às pessoas, para transmitir mensagens que de outra forma não são absorvidas. “A arte é potente. Às vezes as palavras não tocam, às vezes o sentimento que se passa pela arte é mais significativo”, realçou Sara.
O encenador Nuno Preto acrescentou que “é um privilegio podermos ter aqui mais de 80 pessoas a falar destas questões, algo impensável há 50 anos atrás”.
Os palcos, disse ainda, “têm uma responsabilidade de chegar às pessoas. Não temos de ter a mesma filiação política. Temos de ser honestos e projectar em palco a abertura”, sublinhou.

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