Até à próxima terça-feira, dia 17, a cidade de Fafe anima-se com as Feiras Francas, programa festivo que regressa após dois anos de interregno provocado pela pandemia. “Apelo a que venham e se divirtam. Precisamos de nos libertar desta pressão que fomos acumulando”, declarou ontem o presidente da Câmara Municipal de Fafe, Antero Barbosa, na inauguração da ‘Expo Rural’, mostra que faz parte do programa das Feiras Francas.
O autarca fafense confessou “felicidade” com o regresso dos festejos, com votos de que as condições meteorológicas permitam uma vivência plena dos mesmos nos próximos dias.
Antero Barbosa destacou a opção do Município de privilegiar os artistas locais no programa de animação das Feiras Francas, considerando que os mesmos foram particularmente afectados com cerca de dois anos de confinamento da sua actividade.

“Quisemos dar oportunidade aos artistas locais para fazerem eles também a retoma depois de dois anos muito difíceis”, disse o presidente da Câmara Municipal no arranque das Feiras Francas, que a autarquia organiza em parceria com a Cooperativa dos Produtores Agrícolas de Fafe, a Junta de Freguesia de Fafe, o Rancho Folclórico de Fafe e a empresa ‘Águas de Fafe’.
Do programa de hoje fazem parte a Feira das Coisas da Vida Rural, na Praça das Comunidades, nde serão recriados momentos do dia a dia no campo. No Parque da Cidade actuam as bandas de Golães (14h30) e Revelhe (16h30). Às 21h00, há um espectáculo inédito com os fadistas Rosa Veloso e Valentim Carvalho, na varanda do Arquivo Municipal. Seguem-se, no palco principal, os concertos do grupo ‘Os Trastes’ (21h30) e ‘El Señor’ (23h00). A noite termina com a actuação dos Djs Nino, Miguel Mendes e Ziks.

Terra da vitela luta por mais produção autóctone

A Cooperativa dos Produtores Agrícolas de Fafe (COFAFE) é responsável pelo programa de actividades agro-pecuárias das Feiras Francas, nomeadamente uma exposição de animais e o um concurso pecuário agendado para o dia 17, no Parque da Cidade.
Teixeira Alves, presidente da COFAFE, destacou, em declarações ao Correio do Minho, a importância da mostra e concurso pecuário para os produtores que “estiveram dois anos sem tirar os animais dos estábulos”.
Para o dirigente da cooperativa, o tempo é agora de compensar os produtores pelos prejuízos que tiveram com a pandemia, sendo intenção desta organização de produtores criar as condições para o aumento dos efectivos bovinos, nomeadamente os de raça minhota e barrosã em perda nas últimas duas décadas.

Com cerca de mil bovinos em pequenas explorações, o concelho de Fafe tem condições, segundo o presidente da COFAFE, para aumentar a sua produção de carne de vitela.
“Seria desejável o aumento dos efectivos das raças minhota e barrosã e do cruzamento entre as duas que sempre se fez para poder abastecer os talhos e fazer chegar aos restaurantes a carne de qualidade que conhecemos em criança e que hoje é mais difícil de encontrar”, disse-nos Teixeira Alves, na visita inaugural à exposição onde podem ser vistos alguns dos melhores exemplares daquelas duas raças autóctones.
O presidente da COFAFE, a par da perda de efectivos bovinos, regista alguma estabilidade na produção de pequenos ruminantes, nomeadamente de cabras serranas e ovelhas bragançanas e bordaleiras de Entre-Douro e Minho, espécies também presentes na exposição de gado da ‘Expo Rural’. Três mil destes animais constituem o efectivo global no concelho fafense.