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Carlos Eduardo Reis: “Parece-me inevitável abrir-se um novo ciclo no PSD Braga”
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Carlos Eduardo Reis: “Parece-me inevitável abrir-se  um novo ciclo no PSD Braga”

Entrevistas

2024-08-17 às 06h00

Rui Miguel Graça Rui Miguel Graça

Não assume uma posição final acerca de uma candidatura à Distrital do PSD Braga, mas garante que ninguém ficará “espantado” se isso acontecer, até porque “têm surgido vários apelos nesse sentido”. Admite não ter essa “ambição”, mas confessa que “também não tinha ambição de ser vereador”. “Mas o poder a todo custo tem, realmente, sempre um custo. Só estou disponível para unir, mais importante que os protagonistas é saber o que temos de fazer com os mandatos”.

Citação

Questionado se irá assumir uma candidatura à Distrital do PSD Braga, Carlos Eduardo Reis respondeu-me: “venha até Barcelos, vê a cidade nova que estamos aqui a construir e conversamos acerca dos temas que quiser”. E assim foi....
Numa entrevista que se falou de Sebastião Bugalho e Michel Houellebecq, fomos brindados com uma frase de Audrey Azoulay, ex-ministra da cultura francesa e actual directora-geral da UNESCO: “É tempo de libertar todo o seu potencial para moldar o futuro”, lê-se sobre a Cultura na escadaria da Casa da Criatividade de Barcelos, local perfeito para esta conversa e para saborearmos a vista da futura nova Barcelos, cidade que outrora era separada pelo rio e que no futuro esse mesmo rio irá ser um perfeito elo de ligação.

“O tempo que antecede os actos eleitorais serve para falar de futuro mas também para fazer um balanço. E é público que em Barcelos não temos uma visão notarial da comissão política distrital “referiu Carlos Eduardo Reis, vereador na Câmara Municipal de Barcelos em regime de não permanência e deputado da nação na actual legislatura, sendo ainda vice-presidente da Comissão de Negócios Estrangeiros e Comunidades Portuguesas e pertencendo ainda as comissões de Economia, Obras Públicas e Habitação, e de Ambiente e Energia, em ambas como suplente.
Todavia há um cenário a traçar? Algo para analisar também, certo? “Claro que sim”, refere.

“Parece-me importante contextualizar. “Há dois anos fizemos saber a Paulo Cunha que não contaria com o nosso apoio. No entanto, nunca confundimos os planos e apresentamos sempre resultados. É uma responsabilidade que dá crédito e propriedade para debater livremente as estruturas que nos representam. No entanto, não contam comigo para posturas irresponsáveis e divisionistas. Não faremos aos outros aquilo que vieram cá fazer em 2021. Como não quero falar das divisões que acontecem em concelhos vizinhos, e que são públicas, faço alusão ao que aqui se passou na gestão das autárquicas de 2021. Isto para mostrar que os dirigentes devem ter opinião mas colocar sempre a solidariedade e o partido acima dos seus interesses políticos e pessoais. Não me parece que para o desafio autárquico do próximo ano a estratégia e a postura de 2021 resulte”, destaca Carlos Eduardo Reis.

“Mas que avaliação se faz de Paulo Cunha? Não quero pessoalizar a questão, tenho respeito por Paulo Cunha, foi um excelente autarca, está agora na Europa a iniciar funções importantes. Tenho ouvido dizer que ninguém compreenderia que não fosse recandidato. Bem, acho exatamente o contrário. Sobretudo porque agora estará ainda mais longe do terreno, dos desafios que teremos em 2025. Além de me parecer que perdeu apoios e condições. O tempo político pede um novo ciclo”, refere Carlos Eduardo Reis, aludindo ao escritor francês Michel Houellebecq, que nasceu na ilha da Reunião, e que escreveu sobre a “irreversibilidade do processo de degradação” .
“Ha um tempo de desgaste, há timings que são impossíveis de contrariar na política, não há protagonistas eternos”, acrescenta, garantindo que o partido hoje tem protagonistas de qualidade em vários territórios”.

“Estamos a construir uma cidade nova em Barcelos”

Carlos Eduardo, baptizado em homenagem a um dos Maias, do livro de Eça de Queirós, foi apelidado de “O homem no corredor” por Sebastião Bugalho, na altura no papel de cronista, hoje, curiosamente o líder do PSD no Parlamento Europeu, onde se encontra também Paulo Cunha, actual Presidente da Distrital de Braga. Sobre as palavras de Bugalho, disse “li o que escreveu, claro. É a sua visão, de uma pessoa que tem uma escrita eloquente, fina. Sinto-me mais um homem do terreno, de intervenção”. “O homem do corredor pode também ser visto como do terreno?”, lança a questão. “Naturalmente que sim. A intervenção acontece em todos os terrenos. Os corredores também o são. Aliás, nem é importante o espaço físico. Eu tenho essa visão de intervenção. mas não de ingerência. Isso aplica-se também na política regional. O actual presidente da distrital parece olhar para os processos de forma notarial. Eu considero que este é um órgão de intervenção política, onde a ligação às secções não é apenas burocrática”, considera Carlos Eduardo Reis. Voltando a Barcelos aponta-nos o horizonte.

“Estamos a construir uma cidade nova em Barcelos, como lhe disse aquando da nossa primeira troca de impressões. Aqui, da varanda da Casa da Criatividade é possível observar. Em tempos dizia-se que Barcelos estava separado pelo rio. A breve prazo, Barcelos vai estar ligada pelo rio. Não só entre si. Vão nascer cinco praias fluviais, que vão permitir a criação de uma dinâmica forte ao nível da qualidade de vida, estão a nascer ecovias com ligação a Braga e a Esposende, por exemplo. Um passadiço que depois casará em perfeição com o masterplan que o presidente Mário Constantino já apresentou. Aproveitaremos todos os fundos comunitários disponíveis. Estamos preparados para isso. O nosso concelho não voltará a deixar escapar fundos por falta de planeamento ou de projectos, ou de estar à espera que venham resolver os problemas por nós. Fomos eleitos para isso”, destaca Carlos Eduardo Reis.

“A cidade está em obras. Estão em curso vários projectos ao nível mobilidade, vamos recuperar o tempo perdido. O novo hospital, a futura ponte, o complexo desportivo. Vamos fechar a circular urbana, que vai trazer um novo paradigma e dinâmica” referiu, acrescentando “temos que acelerar e contribuir para o fortalecimento do quadrilátero urbano”. “Esta é uma região altamente exportadora, com um peso importante no país, Barcelos faz parte disso. Há todo o valor das gentes do Minho, a nossa garra, as nossas tradições. Olhe para o IPCA. A sua expansão é um exemplo que deve ser replicado em outras áreas de intervenção. Nasceu aqui em Barcelos, mas deixou de ser apenas de Barcelos. Tem um contributo enorme na formação dos nossos jovens e na forma como responde ao mercado de trabalho e às suas exigências”, salienta ainda. “A professora, Maria José Fernandes, está a concretizar um trabalho notável na instituição, é um parceiro estratégico importante para o município”.

Mas, diga lá, vai ou não ser candidato? “Como lhe disse. Instabilidade apenas na lógica do poder pelo poder asseguro que não haverá. A oposição ou a ideia diferente não ser visto necessariamente como algo bélico. Houve realmente conversas, sensibilização, a própria avaliação que faço do trabalho da distrital, tenho pensado nisso. Não posso ser indiferente ao facto de existirem hoje mais dirigentes a falar sobre a necessidade de um novo ciclo. Mas como disse, não vale a pena ter o poder para manter o status quo, o mandato tem que servir para acrescentar, crescer, temos eleições autárquicas no próximo ano, e percebi igualmente essa preocupação nestas abordagens”, concluiu.
É deputado da nação, vive de perto o que se passa na Assembleia da República, apesar de ser igualmente vereador na autarquia. Considera que Luís Montenegro e o seu Governo “estão a fazer um grande trabalho, excelente arranque” em “diversas áreas que o Partido Socialista anestesiou, negligenciou”. “É importante manter esta dinâmica”, conclui ainda Carlos Eduardo Reis.

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