Após uma profunda intervenção, a Estação de Canedo está novamente disponível para servir a população, agora com fins diferentes de outrora, mas com a mesma intenção de “servir com dignidade a comunidade”, assegura o Município de Celorico de Basto.
“Hoje estamos aqui reunidos para celebrar a reabilitação deste edifício. Um espaço carregado de memórias e de histórias, que tinha que ser reabilitado”, disse José Peixoto Lima, presidente da Câmara Municipal de Celorico de Basto.
Esta estação foi construída na década de 40 do séc. 20, tendo sido finalizada, até ao Arco de Baúlhe, em 1949. “Um processo de construção que demorou quase 40 anos, com milhares de pessoas a rasgar este território ao longo do Vale do Tâmega, quase sem meios, e que foram capazes de construir obras de arte notáveis. O encerramento da linha, depois de tantos sacrifícios, de tantas memórias e vivências, foi uma tristeza para todos nós”, referiu o autarca com saudosismo. “Esta estação, como todas as outras, foram objecto de actos de grande vandalismo. Tivemos que, no fundo, reabilitar tudo”, recorda o edil celoricense.
Sendo imperativo manter estes espaços preservados, José Peixoto Lima diz que “a melhor forma de o fazer é dando-lhes uso. E esse é o grande desafio. Estamos a fazer de tudo para lhes dar um uso que valorize os edifícios. Neste momento, grande parte dos edifícios das estações estão a ser utilizados para apoiar os utentes da ecopista, promover o nosso território e ao mesmo tempo dinamizar a nossa economia local. Esse é um propósito que queremos cumprir”.
A par desta estação agora reabilitada será reabilitado o edifício da casa do Agulheiro, “ o projecto já existe, o processo para a sua construção está a ser lançado, e esperamos que a muito curto prazo possamos levar a cabo essa obra. A escassez de habitação é um problema a nível nacional, mas neste concelho queremos reabilitar todos os edifícios públicos que estão devolutos e colocá-los ao serviço das pessoas. A nossa estratégia local de habitação é ampla e não se vincula apenas ao 1.º direito, com 362 habitações candidatadas ao apoio, de iniciativa privada. Nesta casa do agulheiro vivia uma família, de forma indigna que foi realojada, porque ninguém fica para trás”.
A reabilitação desta estação era também um objectivo claro do presidente da Junta de Freguesia de Canedo de Basto e Corgo, Sérgio Mota, que se mostrou agradado com o resultado. “Um edifício carregado de histórias e memórias, que prestou um serviço prestigiante à população e que agora ganha uma nova vida e prestará um serviço diferente no âmbito do alojamento urgente e temporário, espaço de venda de produtos regionais e apoio aos utilizadores da ecopista”.