O eurodeputado José Manuel Fernandes foi um dos participantes, ontem, na conferência realizada no hemiciclo do Parlamento Europeu, promovida pelo Partido Popular Europeu (PPE) e que reuniu cerca de 600 especialistas em questões da agricultura, para debater o futuro e a visão do PPE para a agricultura europeia. O eurodeputado minhoto foi um dos responsáveis por convidar especialistas [ver caixa] que puderam apresentar a sua visão sobre os principais problemas da agricultura.
“Como o PPE é a voz que defende os agricultores europeus, este evento foi uma excelente oportunidade para discutir os enormes desafios que os agricultores estão a enfrentar”, considerou Manfred Weber, o presidente do Partido Popular Europeu.
Na abertura do evento, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, deixou uma mensagem de agradecimento e esperança para o sector, afirmando querer “prestar tributo aos nossos agricultores e agradecer-lhes por nos proverem com comida saudável todos os dias, algo que tomamos como garantido”, lembrando que “a Europa é líder mundial em termos de inovação” e prometendo que “vamos pôr os nossos progressos tecnológicos ao serviço da nossa agricultura”. A presidente da Comissão Europeia frisou mesmo a ideia de que “a Europa está do vosso lado [agricultores]. Só este ano disponibilizamos mais de 500 milhões euros para os agricultores que precisavam”.
Ursula von der Leyen terminou a sua participação, afirmando-se “profundamente convencida que a agricultura e a natureza podem andar de mãos dadas. Mas temos de olhar para os desafios que os agricultores enfrentam, para que vocês (agricultores) possam continuar a garantir segurança alimentar europeia no futuro. Para isto precisamos de cooperação mais próxima com o sector agrícola. Isto será central na próxima fase do European Green Deal”.
José Manuel Fernandes, na sua intervenção, lembrou que “o PPE é o único partido que tem verdadeiramente defendido a agricultura no Parlamento Europeu. O PPE, e em particular o PSD no Parlamento Europeu, tem defendido acções que são necessárias à agricultura, como por exemplo, o aumento das actuais dotações do programa POSEI Agricultura. Com a nossa persistência, em permanente articulação com o sector, fomos capazes de manter na última revisão, o que já foi uma vitória, tendo em consideração a inoperância da Ministra da Agricultura nas negociações que, mesmo tendo a Presidência portuguesa, vendia os interesses das nossas regiões autónomas em Bruxelas por puro desconhecimento”.
Outros aspectos lembrads e defendidos pelo eurodeputado foi a “reposição das taxas de cofinanciamento para as Regiões Ultraperiféricas em 85% no FEADER” e também a defesa de “um programa especifico para os transportes, que muito ajudaria o sector a fazer face aos elevados custos de contexto”.
Para José Manuel Fernandes, a necessidade de reforçar estas verbas e assegurar altas taxas de cofinanciamento, e olhando para o caso português, revela-se de extrema importância “não só para assegurar que são contornados os constrangimentos da ultraperiferia, reconhecida nos tratados, mas também porque infelizmente o Estado português tem optado por uma postura discriminatória e sancionatória para com as suas regiões autónomas. Ainda agora criaram ‘um auxílio estatal para apoio à economia na sequência da guerra na Ucrânia’ e uma ‘medida extraordinária de apoio aos agricultores, destinada a mitigar o efeito da subida dos preços e por consequente os custos produção’, nas quais não contemplaram os agricultores das suas duas regiões autónomas, quando o Estado é uno, o que toma proporções gravosas quando estão envolvidos fundos europeus”.
Esta conferência abordou ainda temas como a problemática dos incêndios, das alterações climáticas o PEPAC e o PRR, com o PPE a demonstrar claramente o porquê de ser o maior defensor da agricultura europeia.