Cerca de 100 pessoas, na maioria estudantes e professores, participaram ontem na II Conferência EULUSO - Relações Ex- ternas da União Europeia com os Países Lusófonos, que decorreu na Escola de Economia e Gestão da Universidade do Minho (UMinho).
O encontro, que contou com a presença dos embaixadores de Angola nos Estados Unidos (Agostinho Van-Dúnen) e na Bélgica, Luxemburgo e União Europeia (Mário Azevedo Constantino), pretendeu incentivar a cooperação entre as autoridades angolanas e as instituições europeias.
“Há uma falta de investigação, de ligações entre diplomatas e académicos dos vários países da Lusofonia, particularmente naqueles que trabalham na União europeia. Há muitas relações, por exemplo, Brasil - União Europeia, Angola - União Europeia ou Cabo Verde - União Europeia, mas não trabalham conjuntamente. O nosso objectivo com este projecto (EULUSO) é criar um espaço para esta comunidade”, explicou João Morato Pinto, investigador da Escola de Economia e Gestão da UMinho e um dos organizadores da conferência.
A falta de cooperação entre os países africanos de língua portuguesa é mesmo o principal desafio que se coloca na relação com a União Europeia.
“Há falta de cooperação a nível académico e o trabalho de cooperação entre os embaixadores não passa para a sociedade civil. Temos de criar uma ponte entre o que vai acontecendo na diplomacia e a sociedade civil”, acrescentou João Morato Pinto.
Os resultados da investigação no âmbito do projecto EULUSO vão ser traduzidos num livro a publicar brevemente.
“Este livro vai ser uma porta de entrada para aqueles que em mestrado ou doutoramento desejem investigar esta área. O nosso desejo é ter uma tese de mestrado ou doutoramento, por exemplo, entre um estudante angolano e outro brasileiro, em que comparam os dois as relações dos seus países com a União Europeia”, desafiou João Morato Pinto.
O embaixador de Angola nos Estados Unidos da América, Agostinho Van-Dúnem, abordou o tema ‘Desafios e Oportunidades na Política Externa Contemporânea de Angola’ e defendeu também a cooperação entre as instituições angolanas e europeias.
“A cooperação é o principal desafio, principalmente ao nível económico. Temos como meta principal diversificar a nossa economia e estamos focados para o desenvolvimento, para criarmos as condições sociais de bem-estar para a população. A diplomacia é um instrumento para alcançarmos esse objectivo”, disse o embaixador angolano nos Estados Unidos da América.
Na conferência foram ainda abordados temas relacionados com as Missões da União na África Lusófona, a crise económica da Zona Euro e as consequências das guerras na Ucrânia e no Médio Oriente.