O Boccia é a modalidade que maior número de medalhas em competições internacionais traz para Portugal, garantiu António Barata, da organização do Mundial de Boccia 2010, a decorrer em Lisboa.

Em declarações à agência Lusa, aquele vice-presidente da Federação portuguesa de Desporto para Pessoas com Deficiência observou que o Boccia é “a modalidade rainha das pessoas com paralisia cerebral” e a que tem maior número de atletas com deficiência a praticá-la.

António Barata recordou que a modalidade existe em Portugal há mais de duas décadas e tem uma expansão quase nacional, incluindo na Madeira, o que é facilitado pelo facto de qualquer ginásio ou pavilhão polidesportivo com piso liso permitir a sua prática.

O boccia em Portugal “tem competições regionais e nacionais e tem tido excelentes resultados a nível europeu, mundial e paralímpico”, indicou.

A modalidade é geralmente praticada em pavilhões desportivos municipais, embora algumas equipas possuam campos próprios em centros de reabilitação, adiantou o dirigente desportivo.

António Barata salientou que o Mundial de Boccia, a decorrer de 1 a 9 de junho no Estádio Universitário, em Lisboa, tem um orçamento de cerca de 40 mil euros, suportado sobretudo por apoios do IDP - Instituto de Desporto e pelas inscrições das equipas.

Aquele elemento da organização indicou que há pouco apoio de empresas privadas e o que existe é geralmente em géneros, dado que apenas uma empresa patrocinou financeiramente o campeonato, com mil euros.

No Mundial de Boccia de Lisboa estão presentes 34 países, representados por 223 atletas, entre os quais 11 portugueses, precisou.

A organização conta com mais de uma centena de pessoas no apoio, na base do voluntariado.

António Barata assinalou que para o êxito deste campeonato mundial foi muito importante o apoio do aeroporto de Lisboa, que permitiu a recolha dos atletas na placa por autocarros da organização, agilizando muito a saída do aeroporto, e da Câmara Municipal de Lisboa, que melhorou as acessibilidades nos percursos entre os hotéis das imediações e o Estádio Universitário.

O mesmo dirigente desportivo assinalou que o Boccia, desporto para atletas com paralisia cerebral ou doenças neurológicas afins, tem quase duas centenas e meia de atletas federados e tem as regras normais da alta competição, com obrigatoriedade de exames médicos regulares aos atletas e controlos anti-doping.

O IDP financia os estágios dos atletas que precedem as grandes competições internacionais, precisou.

As competições regionais e nacionais são muitas vezes realizadas em pavilhões polidesportivos municipais e muitas câmaras apoiam as provas suportando o alojamento em hotéis da zona e a alimentação.

*** Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico ***