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Educação em saúde mental é “necessidade imperiosa”

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Educação em saúde mental é “necessidade imperiosa”

Braga

2023-03-01 às 06h00

José Paulo Silva José Paulo Silva

Saúde mental infantil foi o tema em debate em mais uma emissão conjunta das rádios Antena Minho e Onda Cero. Depois da pandemia, esta é uma área vista como prioritária.

Citação

A educação em saúde mental foi defendida como uma prioridade para o objectivo da promoção da qualidade de vida das cidades, na quinta emissão conjunta das rádios Antena Minho e Onda Cero (Galiza), cujo tema foi ‘A saúde mental nos colégios e a infância’.
Adelina Pinto, vice-presidente da Câmara Municipal de Guimarães e presidente do grupo temático para a Educação e Cultura da Associação do Eixo Atlântico, afirmou que “educação em saúde mental é fundamental”.
A?autarca destacou que o ‘ProChild’, projecto de intervenção comunitária, que realiza o rastreio e a avaliação de problemas de saúde mental das crianças entre os 3 e os 10 anos, desenvolvido pela Câmara Municipal de Guimarães e a Associação de Psicologia da Universidade do Minho no contexto de pós-pandemia, prova que as escolas onde há mais sensibilização para a saúde mental são as que têm mais crianças sinalizadas para acompanhamento psicológico ou psiquiátrico.

Olegario Sampedro, presidente do Instituto de Mediación Educativa de Ribeira, um município galego, também convidado da emissão radiofónica conjunta, sustentou que “a educação em saúde mental é uma necessidade imperiosa”, já que a pandemia revelou que os problemas mentais dizem respeito a todos.
“É preciso normalizar a saúde mental”, disse, sugerindo a criação, nos municípios, de uma figura nova, a de “coordenador de bem estar emocional”.
O psiquiatra Juan Carlos Diaz Del Valle, membro da Asociación Gallega de Psiquiatría, anotou que os confinamentos impostos pela pandemia de Covid-19 fizeram aumentar a procura da saúde mental por parte da população infantil e juvenil, dado o crescimento das situações de stress, agravadas com as dificuldades económicas de muitas famílias e o actual contexto de guerra.

Segundo este especialista, a detecção de perturbações mentais é feita ao nível da escola, mas há barreiras para chegar a intervenções urgentes no sistema de saúde.
Para o presidente do Instituto de Mediación Educativa de Ribeira, “as sinergias sociais são fundamentais” na saúde mental infantil, algo que está a feito neste município galego com um projecto “com repercussão nacional e internacional”.
A vereadora vimaranense entende que as autarquias locais podem ter uma intervenção mais ajustada que o Estado central no rastreio da saúde mental infantil, mas detecta “dificuldades” no encaminhamento das situações que implicam acompanhamento especializado, nomeadamente a nível hospitalar, sugerindo, por isso, um reforço da oferta de pedopsiquiatria dos hospitais de Braga e Guimarães.

“Em Guimarães, temos tentado um fluxo simplificado do processo de detecção e encaminhamento para os serviços hospitalares”, referiu Adelina Pinto, sublinhando que a pandemia veio “trazer ao de cima os problemas dos mais vulneráveis”.
Xoan Mao, secretário-geral do Eixo Atlântico, opinou na emissão conjunta Antena Minho-Onda Cero que “a Galiza devia aprender com Portugal” nesta matéria, ressalvando que “as políticas sociais não podem ser uma corrida para ver quem ganha mais votos” e que deve existir “uma coordenação entre os próprios departamentos municipais”. O responsável do Eixo Atlântico afirmou que algumas das cidades desta associação “são vanguardistas” a nível europeu no que à promoção da saúde mental diz respeito, mesmo “sem apoios de ninguém”.
As emissões conjuntas entre a rádio Antena Minho e a rádio Onda Cero enquadram-se no projecto C3D, cofinanciado pelo programa de cooperação transfronteiriça Interreg V Espanha -Portugal.

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