O ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital, Pedro Siza Vieira, ficou ontem impressionado com o desempenho da empresa multinacional Coindu - Componentes para a Indústria Automóvel, localizada na freguesia de Joane.
O governante teve oportunidade de visitar toda a linha de produção destinada às principais marcas de automóveis comercializadas em Portugal.
“Esta é uma empresa que fez uma aposta muito grande na digitalização e na automação de processos industriais. Com isso teve uma melhoria muito grande da sua eficiência operacional e, ao mesmo tempo, conseguiu ir conquistando clientes mais exigentes para os produtos que faz. Hoje em dia, marcas de segmentos ‘Premium’ da indústria automóvel produzem em Portugal e escolhem esta empresa em detrimento de outros concorrentes noutras partes do mundo”, destacou Pedro Siza Vieira.

O responsável pela pasta da Economia acrescentou ainda que foi “a aposta na inovação e na automação que tem feito esta empresa ganhar competitividade e esse tem de ser o caminho para a economia portuguesa no seu conjunto. Temos de apostar mais na qualificação dos recursos humanos, na digitalização, na automação de processos, na inovação e isso é que nos vai trazer competitividade e mais valor acrescentado para as nossas exportações”.
O administrador da empresa, António Cândido Pinto, esclareceu que foi a aposta na digitalização que permitiu à empresa manter a laboração em Portugal.

“Nós estamos com os processos de fabrico totalmente automatizados. Somos uma empresa de mão-de-obra intensiva altamente digitalizada e altamente tecnológica. Isto tem permitido garantir a nossa presença em Portugal. De outra forma já teríamos desaparecido há uns anos. Estamos a contrariar a tendência de deslocalização para os mercados de baixo custo e Portugal continua a ser um país competitivo quando conseguimos acompanhar a automatização”, disse António Cândido Pinto. A Coindu emprega cerca de 2200 pessoas em Portugal e apresenta um volume de facturação próximo dos 90 milhões de euros. Entre os principais clientes estão a Volkswagen, Audi, Porsche, Aston Martin, a Lamborghini, a Lotus, a BMW e a Tesla.

O ministro da Economia referiu-se ainda ao estudo da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico), divulgado ontem e que dava conta do aumento das vulnerabilidades das empresas portuguesas e da possibilidade de existirem mais insolvências. Pedro Siza Vieira respondeu que o mesmo relatório “mostra que Portugal vai ser o país da OCDE que mais vai crescer nos próximos anos. Entre 2021 e 2023 vamos crescer quase 14 por cento. Vamos estar acima dos níveis de 2019 já no próximo ano. É um cenário muito positivo”.
Siza Vieira frisou que entre os meses de Janeiro e Outubro deste ano, as exportações portuguesas “cresceram acima dos níveis que tínhamos em 2019”. Para esse crescimento terão contribuído as medidas de apoio que o Governo dirigiu às empresas e à protecção do emprego durante a pandemia.

Também ontem foi divulgado que o défice da balança comercial aumentou quase mil milhões de euros em Outubro, face ao mesmo mês do ano passado.
No entender do ministro da Economia “significa que como estamos a ter crescimento de consumo, as importações estão a aumentar, mas o importante é olhar para o conjunto do ano em que as exportações portuguesas cresceram quase 18 por cento em relação ao ano passado, e 4,3 por cento relativamente a 2019”.