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2019-09-21 às 06h00
Semana da Saúde Mental, que tem lugar em Braga de 7 a 11 de Outubro, coloca na agenda do dia a problemática das doenças degenerativas que afectam 182 mil portugueses. Segundo Congresso Internacional de Demências é o ponto alto da programação.
Partilhar experiências e reforçar a articulação entre as diferentes entidades que actuam na prevenção e acompanhamento das doenças mentais é o grande propósito da Semana da Saúde Mental que decorre em Braga de 7 a 11 de Outubro.
Promovida pela Câmara Municipal de Braga em parceria com o ACES Braga - Agrupamento de Centros de Saúde do Cávado I, a iniciativa tem como ponto alto o II Congresso Internacional de Demências, que terá lugar nos dias 10 e 11, no Altice Forum Braga, e que junta especialistas nacionais e internacionais que actuam na área.
Em Portugal existem 182 mil pessoas que sofrem de Alzheimer e segundo a Organização Mundial de Saúde em todo o mundo há 47,5 milhões de indivíduos com demência, registando-se 7,7 milhões de novos casos por ano. Ainda de acordo com a instituição, até 2030 os indivíduos com este tipo de doença deverão chegar aos 75,6 milhões, números que poderão triplicar até 2050, atingindo-se os 135,5 milhões.
De acordo com os números avançados ontem pelo director do Agrupamento de Centros de Saúde de Braga, no concelho estão sinalizados 1 329 doentes, número que “está subvalorizado”, garante o responsável.
“Estes são números que nos preocupam e alertam para a importância de debater o tema para que se possam preparar respostas adequadas e fazer face à evolução destas enfermidades”, revelou a vice-presidente da câmara de Braga e vereadora do pelouro da Saúde, Sameiro Araújo, durante a apresentação da iniciativa.
A vice-presidente deu conta que o seminário internacional, inserido na semana da Saúde Mental, vai trazer a Braga figuras de renome nacional e internacional nesta área, como é o caso de Mercé Boadá, da Fundacion ACE; Juan Carlos Rodriguez, da AFAGA, representan- tes da Alzheimer Portugal e ainda Marisa Matias, eurodeputada e relatora da petição nacional para o estatuto do cuidador, bem como a vice-presidente da Alzheimer Europe.
A discussão sobre a importância de um diagnóstico precoce, assim como estratégias de intervenção serão, segundo Sameiro Araújo, as linhas principais deste seminário que não esquecerá também a o papel fundamental do cuidador informal, “tema que tem de ser debatido porque são figuras fundamentais na promoção da qualidade de vida das pessoas com doenças mentais”.
A vice-presidente referiu ainda que a autarquia tem implementado estratégias de prevenção ao nível da saúde mental, nomeadamente através dos programas de actividade física.
O ACES de Braga tem feito progressos na área da saúde mental, mas o director do agrupamento alerta que é necessário investir ainda mais não só na prevenção, como no acompanhamento dos doentes, através de equipas multidisciplinares. “Estamos a falar de uma doença que tem custos directos muito elevados, quer para o serviço de saúde, quer para o utente”, diz.
Domingos Sousa defende um ajustamento do rácio proporcional entre serviço/doente.
Leonel Fernandes, enfermeiro especialista na área da Saúde Mental, referiu que esta é uma “área esquecida politicamente” e que é necessário apostar na promoção de hábitos saudáveis não só nos adultos como nas crianças, temas que serão debatidos no congresso.
Firmino Marques, vereador da câmara de Braga trouxe a esta apresentação o exemplo do ‘Café Memória’, precursor do congresso internacional que vai já na sua segunda edição.
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