Xutos e Ana Moura no cartaz da Festa das Cruzes 2024
2020-01-19 às 13h00
IRMANDADE DE SANTA CRUZ organizou ontem o I Encontro do Serviço de Psicologia que debateu a ansiedade e a depressão na pessoa idosa. Afinal, é tão importante tratar da saúde mental como da saúde física em qualquer idade.
É tão importante falar de alimentação como de ansiedade e/ou de depressão, tal como de reumatismo ou de diabetes. A ideia foi defendida ontem, em Braga, por António Fonseca, psicólogo e docente da Universidade Católica Portuguesa (UCP).
António Fonseca, que falava no I Encontro do Serviço de Psicologia organizado pelo lar de idosos da Irmandade de Santa Cruz, apontou que tendemos mais a pensar e a debater hábitos de vida saudável e menos as temáticas ligadas à saúde mental.
Citando estudos internacionais, o docente da UCP apontou que cerca de 20 por cento das pessoas com mais de 55 anos vão sofrer de ansiedade, depressão ou de outro quadro clínico de saúde mental.
O envelhecimento da população e os indicadores de saúde ditam que as pessoas vivam cada vez mais anos. “O outro lado da medalha é a maior possibilidade de sofrer de doenças, não só físicas, mas também do foro mental” alertou António Fonseca realçando que as doenças mentais também põem em causa o bem-estar e a qualidade de vida.
Perante uma plateia composta por utentes, familiares e colaboradores da estrutura residencial para idosos da Irmandade de Santa Cruz, o psicólogo lembrou que as pessoas podem ter bons níveis de glicemia e até de tensão arterial e colesterol, mas sentirem-se tristes para afirmar que “é tão importante a saúde percebida como a saúde real”.
A psicóloga ao serviço do lar da Irmandade de Santa Cruz, Sófia Medeiros, concorda que “estar bem significa qualidade de vida e bem-estar psicológico”.
Sofia Medeiros realça a necessidade de explicar a importãncia de ter um serviço estruturado de psicologia dentro de instituições de acolhimento de idosos, tão importante como o serviço médico ou de enfermagem.
Com os utentes da Irmandade de Santa Cruz, a psicóloga tem trabalhado a estimulação cognitiva e a reestruturação da narrativa.
“A perda de pessoas, de capacidades e de autonomia exige a adaptação a novas rotinas na instituição” explica Sofia Medeiros, acrescentando que o seu papel passa por reequilibrar e, em casos de perda, pela estimulação cognitiva”.
Oitenta por cento dos utentes da instituição beneficiam de intervenção psicológica com ganhos como a diminuição de conflitos, a par da melhoria da sintomatologia, aponta.
19 Março 2024
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