A formação na área da filigrana é uma área prioritária para o município. A garantia foi dada ontem pelo presidente da Câmara Municipal da Póvoa de Lanhoso, Frederico Castro, na assinatura do protocolo com o CINDOR - Centro de Formação Profissional da Indústria de Ourivesaria e relojoaria, para a criação de um pólo de Formação Especializada em Filigrana. A sessão decorreu no Theatro Club.
“Nós decidimos priorizar esta área, porque sentimos que é importante para o futuro da filigrana, dos profissionais e dos empresários. Apostamos estrategicamente nesta área e queremos que a Póvoa de Lanhoso esteja na linha da frente pelas melhores práticas formativas e de preservação do património”, destacou o autarca.
Frederico Castro acrescentou que existem no concelho muitas empresas do sector com falta de mão-de-obra, pelo que o protocolo assinado ontem com o CINDOR permite colmatar essa necessidade. “O pólo vai colmatar esta oferta formativa, que nos assegura que pelo menos teremos para o mercado os meios e formadores necessários, cria uma alternativa de saída profissional e aumentamos a probabilidade de proteger e preservar o património histórico e cultural que a filigrana representa. Sobre tudo dá, também, sustentabilidade no futuro”, realçou o autarca da Póvoa de Lanhoso.
Além do pólo do CINDOR, o município espera colocar em funcionamento, até 2029, o Centro de Competências da Filigrana. O investimento deve rondar um milhão de euros. O centro vai ocupar uma das antigas casas dos juizes.
A directora do CINDOR, Eunice Neves, apontou que o sector da filigrana “atravessa uma fase de mutação” e necessita “de pessoas, principalmente ao nível da gestão”. Daí que o pólo a ser criado na Póvoa de Lanhoso a partir de Julho, permita “alinhar a oferta formativa com as necessidades das empresas”.
O CINDOR oferece formação modular (200 horas), percursos de curta e média duração (300 horas) e formação pós-laboral.
A primeira acção de formação do pólo do CINDOR acontece a 2 de Julho.
Domingos de Carvalho, presidente do Conselho de Administração do CINDOR, destacou que o pólo permite “dar continuidade a um legado” que é a indústria da filigrana.
O presidente da Associação Portuguesa de Ourivesaria e Relojoaria (APOR), João Faria, salientou que o novo pólo “é resposta à formação necessária para o sector e o primeiro passo para um caminho promissor. Que o novo pólo seja um local de inspiração e onde se aprenda a arte da filigrana”. O delegado regional do Norte do Instituto de Emprego e Formação Profissional, César Ferreira, indicou que a instituição que representa está empenhada em “formar para o trabalho” e “optimizar recursos”. César Ferreira deu, ainda, conta de que a nivel nacional há “150 mil jovens com ensino secundário completo que estão inactivos”. A assinatura do protocolo com o CINDOR foi seguida de uma visita à sala de formação localizada no primeiro piso do Centro Comercial da Calva, onde vários jovens tinham formação na área da filigrana.