A cada semana, um novo capítulo na bonita história que o Gil Vicente está a escrever na edição 2021/2022 da I Liga. Os barcelenses são mesmo a equipa-sensação da presente temporada, como o comprova o quinto lugar que, neste momento, têm seguro com três pontos de vantagem sobre o mais directo perseguidor, o Vitória SC.
O Gil Vicente, na contabilidade dos últimos dez jogos do campeonato, é a terceira melhor equipa da I Liga, com 21 pontos conquistados (em 30 possíveis), fruto de seis triunfos, três empates e apenas uma derrota - esse desaire foi registado frente ao campeão nacional Sporting (0-3), na 15.ª jornada.

Depois disso, três vitórias (Tondela, Vitória SC e Portimonense) e apenas um empate (no Bessa, frente ao Boavista), que catapultaram a equipa para um lugar europeu que, ainda assim, não entra no discurso dos responsáveis pelo emblema de Barcelos, desde logo do técnico Ricardo Soares, colocando sempre água na fervura, mantendo a equipa com os pés assentes no chão, recordando que o objectivo primordial da temporada passa por assegurar a manutenção, para a qual mais seis ou sete pontos, do ponto de vista matémático, deverão chegar.

Neste período de dez jogos, os gilistas marcaram 18 golos e sofreram apenas dez, menos, por exemplo, que Benfica (11) e SC Braga (12), equipas que, no período referido, conquistaram 20 e 19 pontos, respectivamente.
A próxima jornada, de resto, reserva para os galos uma visita ao Estádio da Luz, num duelo que se perspectiva de exigência máxima no que à manutenção deste registo diz respeito. Em Barcelos não há como não se pensar numa estreia nas competições europeias.

“Abraçámos a ideia de jogar como um grande”... e não é que jogam mesmo?

A frase exposta no título desta peça foi proferida por Ricardo Soares, na antecâmara do dérbi minhoto da 17.ª jornada frente ao Vitória SC (que os gilistas venceram por 3-2), numa alusão à ideia de jogo que vem trabalhando, há sensivelmente um ano, no emblema de Barcelos.
Assumir as despesas, ter a iniciativa, pressionar de forma eficaz na tentativa de recuperar rapidamente a bola são alguns dos aspectos que facilmente se identificam no futebol dos galos que, no que toca ao domínio da posse de bola nos jogos em que participam gostam também de ser protagonistas.

As armas não são as de outros concorrentes que surgem atrás neste ponto estatístico, mas a qualidade existente é de tal forma inegável que os números que aqui vão ser apresentados não podem surpreender ninguém que esteja mnimamente atento à realidade actual do campeonato.
Os gilistas são, neste momento, a quarta equipa com mais tempo de posse de bola (média de 53% em casa e 55% fora, segundo o transfermarkt), só atrás de Porto, Sporting, Benfica e Braga.
Foi, precisamente, no último jogo, com o Portimonense, que o Gil registou o número mais ‘avassalador’, com 71% de posse de bola, um dado que também se explica pela estratégia ultra-defensiva que os algarvios adoptaram depois de ficarem reduzidos a dez. Em sentido inverso, foi com o Vitória que o Gil teve menos posse (31 por cento).