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Haja público e haverá magia do circo mesmo com regras da pandemia
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Haja público e haverá magia do circo mesmo com regras da pandemia

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Haja público e haverá magia do circo mesmo com regras da pandemia

Entrevistas

2021-01-04 às 06h00

Teresa M. Costa Teresa M. Costa

Ruben Circus trouxe a magia do circo a Braga durante a quadra natalícia e o público retribuiu com a sua presença. É um dos poucos circos que, em Portugal, continuam em actividade, procurando adaptar-se aos tempos de pandemia.

Citação

A pandemia criou ainda mais dificuldades, mas não tirou a magia ao circo que, tal como outras actividades culturais, teve que adaptar-se. No Ruben Circus, que no último mês trouxe o circo à cidade de Braga, a lotação da tenda ficou reduzida a menos de um quarto, as matinés dos fins-de-semana deram lugar às manhãs e os espectáculos nocturnos foram antecipados para o final da tarde... tudo para que o espectáculo não pare.
Foi preciso cumprir todos os requisitos impostos pela autoridade de saúde e, pela primeira vez, foi feito um espectáculo para transmitir apenas online para os colaboradores de uma multinacional instalada em Braga.
Mário Ruben Freitas, proprietário do Ruben Circus, revela que o desafio da transmissão online foi lançado a outras empresas, mas não teve mais adesões.

Para a “família” do Ruben Circus, também foi um espectáculo diferente, como se fosse um ensaio geral, aponta aquele responsável que lembra: “vivemos dos aplausos do nosso público”.
O espectáculo contratado com a multinacional foi a “receita em caixa” que incentivou o Ruben Circus a instalar-se em Braga na quadra natalícia, o que já é habitual, já que costuma trabalhar com espectáculos pagos para o Pingo Doce do BragaParque e para o Município de Braga que, todos os anos, proporciona uma ida ao circo às crianças das escolas do concelho.
Este ano, não foi assim e o Ruben Circus “viveu” o Natal em Braga com a receita da bilheteira. Mário Ruben Freitas confessa que “havia algum receio”, mas “superou as expectativas” e elogia a boa adesão do público, em função dos lugares disponíveis que foram reduzidos de 900 para 186.
O melhor dia foi mesmo o de Natal com a tarde preenchida por duas sessões.

Os espectáculos programados para a tarde de 1 de Janeiro foram antecipados para o período da manhã, devido às restrições impostas para o Ano Novo, mas não tiveram adesão, refere o responsável pelo Ruben Circus.
“Não trabalhar à noite acarreta, desde logo, uma quebra na facturação” admite Mário Ruben Freitas.
Até Março de 2020, o Ruben Circus andou de terra em terra na “onda” da melhor época para esta arte, mas foi apanhado pela pandemia e acabou confinado em Arraiolos, durante mais de três meses.
O responsável agradece o acolhimento desta terra alentejana. “Não nos faltou nada”, garante.
Entre Julho e Setembro, o Ruben Circus voltou à estrada para percorrer alguns concelhos do Alto Minho, mas o Verão é mais parado, já que é normalmente animado por festas e romarias, o que, este ano, também não aconteceu. A próxima paragem ainda não está definida, mas é certo que vai parar e esperar que a vacina faça efeito com a expectativa de um regresso à estrada no final deste mês.

O circo é uma arte que passa de geração em geração

O aquário de piranhas é uma das atracções do Ruben Circus, mas são vários os números a merecer o aplauso do público neste que é, à semelhança de muitos outros, um circo familiar.
Com 39 anos de idade, o actual proprietário do Ruben Circus, Mário Ruben Freitas, nasceu no circo e dele fez a sua vida. “Já o meu bisavô tinha circo” descreve aquele que é, actualmente, o apresentador do espectáculo, mas que já passou por outros números.
Além de entrar no aquário das piranhas, o filho mais velho - Ruben Junior - também é trapezista e mágico.

“No circo, faz-se um pouco de tudo” assume Mário Ruben Freitas que sustenta que “o próprio circo é uma escola”. “O que aprendemos vamos ensinando aos nossos filhos” afirma o proprietário do Ruben Circus que integra, actualmente, três famílias, num total de 18 pessoas. “É uma arte que passa de geração em geração” reforça Mário Ruben Freitas que reconhece que os circos tiveram necessidade de adaptar-se, este ano às regras da pandemia, mas, também, nos últimos anos, às alterações da lei, como a que proibiu os animais no circo.
“Houve circos que dependiam muito dos animais e tiveram quebras de 50 por cento” revela o proprietário do Ruben Circus, dando conta que as pessoas continuam a perguntar pelos animais. O aquário de piranhas foi a resposta do Ruben Circus à proibição de outros animais, mas també os números com o Faísca McQueen e outros sobre rodas, bem como os lasers.
Este circo aposta também no conforto dos espectadores com uma tenda aquecida.

Para Mário Ruben Freitas, esta adaptação é importante para os circos continuarem a trabalhar.“Um circo parado está a gastar dinheiro porque pagamos tudo e os custos são elevados” aponta o responsável do Ruben Circus, lembrando que “o artista só ganha quando se trabalha” e que os custos são permanentes. No caso de Mário Ruben Freitas, “as poupanças ajudaram a fazer face à pandemia”. Aquele responsável destaca o papel das câmaras municipais na manutenção dos circos. “Se a câmara não autorizar o circo não pode trabalhar” refere. “Somos cultura, mas sem autorização dos municípios não podemos trabalhar” reforça Mário Ruben que encara o ano que agora inicia com esperança.
“Como se viu em Braga, as pessoas vêm ao circo, mas precisamos que os municípios nos deixem instalar” sublinha.

Outra mais-valia é a Associação Portuguesa de Empresários e Artistas de Circo (APEAC), constituída em Maio do ano passado, em plena pandemia.
“É importante os circos estarem unidos, só assim vamos conseguir ultrapassar as dificulades” sustenta o proprietário do Ruben Circus para quem “o circo é uma arte que jamais poderá ser esquecida”.
Para ajudar a escrever a história desta arte, o Ruben Circus está a participar num documentário sobre o circo com o tema “Pão e circo” que está a ser realizado por Stephane Oliveira.

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