A presidente do Conselho Nacional de Inovação Pedagógica no Ensino Superior (CNIPES), Patrícia Rosado Pinto, defendeu ontem na Universidade do Minho (UMinho), que a inovação na pedagogia deve ser aplicada em experiências que vão para além da sala de aula.
Patrícia Rosado Pinto foi a oradora principal da primeira edição do Forum EPIC, realizado pelo consórcio EPIC - Excelência Pedagógica e Inovação em Co-criação. O consórcio agrega a UMinho, as universidades de Aveiro e da Beira Interior, e os institutos politécnicos do Cávado e Ave, de Leiria e Viana do Castelo.

Patrícia Rosado Pinto esclareceu que há muito tempo que as instituições de ensino apostam na inovação, principalmente ao nível da investigação, mas na pedagogia continua a ser um desafio. “Para mim, a inovação pedagógica sai da sala de aula. A inovação passa por espaços de aprendizagem e não é obrigatório que seja só na sala de aula e que seja só tecnológica. Faz sentido a ideia de que se pode criar inovação numa biblioteca, num laboratório ou num espaço de aprendizagem”, destacou Patrícia Rosado Pinto, presidente do CNIPES.
Manuel João Costa, Pró-Reitor para os Assuntos Estudantis e Inovação Pedagógica da UMinho, frisou que o encontro teve como finalidade apresentar as boas práticas na área da inovação pedagógica, aplicadas pelo Consórcio EPIC.

“Temos como objectivo a ideia de partilhar e reflectir sobre as experiências que já tivemos, como os programas de formação de docentes de seis instituições. Temos também partilhas sobre inovação pedagógica para mostrar como se pode fazer diferente no ensino superior”, declarou Manuel João Costa.
O Pró-Reitor destacou que algumas das boas práticas de inovação já estão a ser aplicadas na UMinho.
“Nós estamos a trabalhar a inovação pedagógica mais afincadamente desde 2019. Temos feito várias iniciativas e temos uma sala de aprendizagem activa que é única no país que obriga a inovações”, apontou Manuel João Costa.

O Pró- Reitor para os Assuntos Estudantis e Inovação Pedagógica da UMinho, lembrou que o grande desafio para o futuro da inovação pedagógica passa pela junção da tecnologia com os estudantes.
“No futuro estão programadas iniciativas em que vamos juntar pessoas das áreas das tecnologias, estudantes e docentes, com pessoas das àreas das ciências, artes e humanidades. Um dos objectivos é trabalhar a transformação também nestas áreas com especial carinho. Vamos fazer muitas coisas novas”, garantiu Manuel João Costa.
No encontro foram ainda debatidos temas como o impacto transformador das experiências EPIC em inovação pedagógica e a transformação pedagógica com inteligência artificial.
O Consórcio EPIC - Excelência Pedagógica visa melhorar a experiência dos estudantes, e capacitar os professores para o desenvolvimento de processos de ensino mais inovadores e digitais.
O consórcio representa 72 mil estudantes e seis mil docentes das regiões Norte e Centro do país. O projecto insere-se no programa Impulso Mais Digital e tem apoio financeiro do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).