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2025-04-23 às 06h00
Correio do Minho prossegue a série de entrevistas aos cabeças-de-lista dos partidos com assento parlamentar na antecâmara das eleições de 18 de Maio. Jorge Araújo, candidato do LIVRE por Braga, dá a conhecer os objectivos do partido nas legislativas, com o desígnio claro de voltar a crescer em termos de votos e eleger um deputado.
Depois de ter triplicado o número de votos, em 2024, - em relação às legislativas de 2022 - o LIVRE parte para as eleições do próximo dia 18 de Maio com o objectivo claro de conseguir, desta vez, a eleição de um deputado. Jorge Araújo é o cabeça-de-lista por Braga e confessa que abraçou o desafio devido à “deriva política”, aos “extremismos” que têm ganho terreno, nos últimos anos, e “aos ataques àquilo que é o projecto de democracia e de Estado Social Europeu”. Em entrevista à Rádio Antena Minho, Correio do Minho e CMinho TV, o candidato lembrou que o partido é, “de longe, o melhor projecto político que temos para Portugal” e reforçou a ideia de elegerem um deputado como principal meta.
“Esperemos que sim. Também tenho essa responsabilidade. Achamos que o LIVRE é, se calhar, tendo em conta a conjuntura e as sondagens, a força à esquerda do Partido Socialista com as melhores condições de eleger no distrito. Teríamos também que duplicar ou triplicar novamente aquilo que foram os resultados das últimas eleições. Acreditamos que é possível. Estamos preparados. Temos uma equipa bastante preparada tecnicamente e politicamente. Portanto, estamos a apostar e acreditamos que nos vão dar essa confiança aqui em Braga”, confessou Jorge Araújo, explicando que são, “de longe o partido que melhor percebe as pessoas e os problemas”.
“Temos uma visão positiva e não demagógica e destrutiva daquilo que são os problemas da sociedade. Acreditamos muito na democracia participativa e no ouvir as pessoas. O que eu peço é que me dêem essa oportunidade. Eu certamente se for eleito, levarei aquilo que são as vozes do Minho para a Assembleia e aquilo que é a cultura do nosso território que tem que ser defendida e promovida sempre como uma ideia de uma sociedade que tem que ser cada vez mais pluricultural’, revelou.
Numa campanha que será feita muito no terreno - “queremos muito ouvir as empresas, as pessoas, as associações, os sindicatos, os grupos sócio-económicos que temos aqui, seja da parte dos empresários ou do sector agrícola - perceber quais são as necessidades e explicar que o LIVRE é um partido que tem soluções. Soluções na parte económica, social, soluções para a economia e também para aquilo que é o crescimento de uma sociedade progressista”, explicou o candidato.
A candidatura do LIVRE em Braga aponta setas à eleição de um deputado, tendo em conta os números verificados nas anteriores legislativas, de quase 13 mil votos, e Jorge Araújo aproveitou para esclarecer as principais diferenças entre os restantes partidos de esquerda, como CDU, PCP e Bloco de Esquerda.
“Acho que aquilo que diferencia o LIVRE é este positivismo que nós temos daquilo que é o modelo sócio-económico progressista europeu. Acreditamos que temos de investir, obviamente, numa economia baseada no conhecimento, baseada na tecnologia e também nos factos. Somos um partido muito ecologista, somos o único partido de esquerda ecologista e fazemos parte do grupo europeu dos verdes, dos ecologistas. Nesse aspecto, acho que somos uma força muito mais progressista e com uma visão pensando naquilo que serão os valores de futuro. Não tão pessimista, se calhar, como algumas esquerdas tentavam passar. Acreditamos que é possível fazer uma sociedade de progresso tendo em conta a coesão de todas as classes e que temos de trabalhar com todos. Não somos um partido que cria inimigos ou bodes expiatórios”.
LIVRE quer 10% de habitação pública em Portugal
Uma das bandeiras do LIVRE para a campanha nestas legislativas é a saúde, com Jorge Araújo a defender que uma das medidas pela qual vai lutar, caso seja eleito, “é a rápida construção do Hospital Barcelos/Esposende”. “Era uma promessa muito antiga que parou, infelizmente, com o Governo do PSD durante a ‘troika’ e depois teve avanços muito lentos”, frisou.
“Defendemos uma saúde universal e de qualidade. Acredito que uma saúde para ser universal e de qualidade não pode ser um negócio e terá que ser pública. É possível criar mais autonomia nos modelos de gestão dos hospitais públicos e, se os hospitais públicos trabalharem com os mesmos instrumentos de gestão, a mesma autonomia, a mesma capacidade de contratação de uma PPP podem, numa semana ou duas, contratar quadros ou auxiliares médicos ou até mesmo médicos, não faz muito sentido estarmos a dar uma gestão a uma empresa privada que terá, obviamente, que ter um diferencial de lucro. Acho que a privatização, seja dos cuidados primários, ULS, seja dos cuidados secundários, poderá pôr em causa aquilo que é o princípio constitucional da saúde para todos e da universalidade do próprio sistema”, sublinhou, rejeitando as Parcerias Público-Privadas e criticando a “descapitalização” dos quadros públicos para o sector privado.
Jorge Araújo defende ainda a urgência de resolver o “problema que temos com a habitação, que é a falta de habitação acessível às pessoas da classe média”.
“Acreditamos que é possível fazer investir em habitação pública e cooperativa, analogamente como acontece na Alemanha, como acontece em muitos países. Viena, na Áustria, é, por exemplo, um dos estados mais evoluídos do mundo, tenho 60% de habitação pública e cooperativa. Lá não há inflação, as rendas e as casas praticamente não aumentaram nos últimos anos. O nosso plano que temos aqui a longo prazo, a 10/15 anos, é conseguir ter 10% de habitação pública em Portugal, pública e cooperativa. Não só para habitação social, mas também habitação a custos controlados para a classe média. E isso é uma mudança de paradigma, porque até hoje o nosso sistema de habitação pública era muito mais municipal como ajuda social. Acreditamos que a classe média deve ter acesso a essa habitação pública. Como um investimento, um plano de investimento a 10 ou 15 anos, o PRR já tem previsto cerca de 60 mil casas, é questão de fazer isso durante 10 ou 15 anos e conseguiríamos, pelo menos, arrefecer o mercado”, referiu.
Quanto à polémica lei dos solos, para o candidato do LIVRE é “tentar tapar o sol com a peneira”: “é uma desregulação daquilo que é o controle e o ordenamento do território, que é das poucas coisas que temos muito boas. Ia, certamente, aumentar a especulação imobiliária naquilo que são os terrenos e do ponto de vista ambiental, é completamente contraproducente”.
Outra das propostas do partido tem a ver com a atribuição à nascença de 5 mil euros a cada bebé em Portugal, que o candidato bracarense diz ser “um exemplo daquilo que é o borbulhar de ideias progressistas do pensamento político do LIVRE”.
Jorge Araújo abordou ainda a questão da semana de trabalho de quatro dias, “que achamos que é possível no futuro, faseadamente, chegarmos a isso” e da subida do salário mínimo, nos próximos anos, “até aos 1.200 euros na próxima legislatura”. “Acima de tudo, temos de tirar as pessoas do ordenado mínimo. O ordenado mínimo é uma baliza do limiar da pobreza”, alertou.
Quanto à questão ambiental e alterações climáticas, “as empresas têm de perceber que quando investem em energias renováveis estão a reduzir a factura e a dependência das oscilações do mercado do petróleo e do gás”, sendo que uma das medidas “é incentivar uma economia social e local para a produção de biogás”.
No que diz respeito à mobilidade, o cabeça-de lista defende “a ligação de todas as capitais de distrito à ferrovia”, sendo “fundamental” ter uma ligação Barcelos-Braga e Guimarães-Braga. Depois, acrescenta, as “mobilidades têm de ser estudadas, se é o metrobus, se é o metro ligeiro ou se é o comboio”.
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