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Normalidade marca arranque do novo ano lectivo no Agrupamento de Escolas Dr. Francisco Sanches
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Normalidade marca arranque do novo ano lectivo no Agrupamento de Escolas Dr. Francisco Sanches

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Normalidade marca arranque do novo ano lectivo no Agrupamento de Escolas Dr. Francisco Sanches

Entrevistas

2019-09-23 às 06h00

Marlene Cerqueira Marlene Cerqueira

Foi tranquilo o arranque do novo ano lectivo no Agrupamento de Escolas Francisco Sanches. Questões relacionadas com a distribuição dos manuais escolares acabaram por ser o “contratempo”.

Citação

No Agrupamento de Escolas Dr. Francisco Sanches o ano lectivo arrancou dentro da normalidade, com a comunidade educativa preparada para promover a aprendizagem dos alunos e, sobretudo, formar jovens solidários, com espírito crítico construtivo, que se virão a tornar adultos plenos.
“O nosso arranque de ano lectivo foi tranquilo. Partilhamos com a ideia de que a escola não é um centro repressivo, mas um centro de bem-estar em que os alunos aprendem com prazer”, diz Jorge Amado, director do Agrupamento.
O único “contratempo” neste início de ano acabou por estar relacionado com a entrega de manuais escolares gratuitos. O director explica a razão: “porque primeiro os manuais eram dados. Depois, afinal eram emprestados e tiveram de ser devolvidos. Depois estavam escritos... enfim! No meu entender, não era necessário dar manuais a toda a gente. Era necessário era ter um banco de manuais nas escolas para os alunos estudar. Os alunos não têm que andar a carregar livros de casa para a escola e da escola para casa. Já passam muitas horas na escola e é na escola que devem realizar a aprendizagem. Em casa, devem é estar com a família, brincar e conviver, porque isso é muito importante”.

Outro constrangimento prende-se com o envelhecimento da classe docente e dos assistentes operacionais. Jorge Amado nota que no que respeita aos assistentes operacionais e assistentes técnicos, a portaria que os enquadra “é cega”. E explica que o seu agrupamento conta com “um conjunto de assistentes operacionais que, em parte, acaba por estar inoperacional, ou pelo menos tem essa operacionalização limitada pela idade e pela doença”. Estas situações não são contempladas na referida portaria.
Mas também há constrangimentos no caso de assistentes operacionais mais jovens, que, tendo mais habilitações, acabam por não ficar muito tempo em funções, apesar de as desempenharem de forma exemplar.
Estes constrangimentos acabam por ser ultrapassados com “a boa vontade e empenho que existem”, nota Jorge Amado, realçando que apesar do muito trabalho e dos baixos salários, as pessoas são profissionais e acabam por desempenhar bem as suas funções.

Escola EB 2,3 renovada exige mais manutenção

A nível de infra-estruturas, a Escola EB 2,3 está requalificada, porém “precisa de mais manutenção”, alerta Jorge Amado, notando que essa é uma tarefa do Município. O director nota que “apesar da boa vontade da autarquia”, como esta não está no terreno, as questões mais simples relacionadas com a manutenção do equipamento acabam por demorar mais para ser resolvidas.
“Se nós, escola, tivéssemos maior autonomia e maior capacidade financeira, essas questões seriam resolvidas mais rapidamente, pois actualmente há muita burocracia para resolver o que quer que seja”, assume.
O responsável realça que o orçamento actual do agrupamento é “metade do 2005”, sendo que apesar de os alunos serem menos “as exigências actuais são muito maiores do que naquela altura”.
O restante parque escolar, regra geral, “está bom”, estando prometidas obras para a EB 1 da Quinta da Veiga e arranjos exteriores no estabelecimento de ensino do Bairro da Alegria.
“Regra geral, os nossos equipamentos são bons”, remata o director.

Rádio, teatro e robótica entre os projectos que cativam os alunos

No Agrupamento de Escolas Dr. Francisco Sanches é desenvolvido um projecto com mais de três décadas, mas que continua cada vez mais actual. Trata-se da Rádio Francisco Sanches, que funciona na EB 2,3, escola-sede do agrupamento. O programa é gravado semanalmente e emitido, aos sábados, para toda a região, através da Rádio Antena Minho do grupo Arcada Nova.
Jorge Amado recorda que a escola tem em curso outros projectos e actividades extracurriculares, como o grupo de teatro que conta com a participação de 130 alunos.
Destaca ainda o clube de Robótica, que já ganhou prémios a nível nacional e que também é muito procurado pelos alunos.

Agrupamento com 15% de alunos estrangeiros

O número de alunos do Agrupamento de Escolas Dr. Francisco Sanches tem vindo a aumentar, embora um aumento ligeiro e que se deve ao aumento de alunos estrangeiros. Actualmente, cerca de 15% dos alunos deste Agrupamento são estrangeiros, oriundos de diferentes partes do mundo.
“Temos alunos de proveniência muito diversa, nomeadamente do Brasil, da Itália, da Ucrânia, do Nepal, Paquistão, entre outros países. Aliás, nós integramos a Rede de Escolas para a Educação Intercultural (REEI)”, refere Jorge Amado, realçando o quanto é “enriquecedor” para comunidade educativa lidar com alunos de diferentes culturas.

O director recorda que este Agrupamento sempre teve muitos alunos estrangeiros, no entanto o perfil desses alunos alterou-se nos últimos anos. “Há uns anos tivemos muitos alunos ucranianos, russos e romenos, o que já não se verifica tanto. Tivemos cá muitos miúdos oriundos de famílias desestruturadas, em que os país não tinham qualquer habilitação nem ocupação. Isso alterou-se. Hoje temos alunos estrangeiros, em que os pais estão perfeitamente integrados na sociedade. Temos muitos encarregados de educação que estão em Braga para fazer doutoramentos na Universidade do Minho ou Católica. São alunos oriundos de famílias mais estruturadas ”, refere Jorge Amado.
O director diz ainda que não há interesse em aumentar mais o número de alunos que frequentam o Agrupamento, pois considera que a capacidade actual “é a aceitável”.
“Isto é uma escola não é um armazém. O nosso principal objectivo é que os nossos alunos se formem num ambiente saudável”, sublinha Jorge Amado.

“Queremos que os nossos alunos se tornem adultos plenos”

Tudo o que sejam projectos que sirvam para promover a aprendizagem dos alunos e o seu desenvolvimento enquanto bons cidadãos, este agrupamento “vai à frente”, garante Jorge Amado.
O director do Agrupamento Dr. Francisco Sanches realça a aposta que é feita na formação humana: “Nós apostamos sobretudo a questão da solidariedade porque só assim conseguiremos contribuir para a verdadeira cidadania. Um jovem que não é solidário, que não tem um espírito crítico construtivo, nunca será um adulto pleno. Até pode saber muito de Matemática, Inglês ou português, mas não será um adulto pleno se não tiver desenvolvido esse pilar básico da cidadania”.

E no que a projectos diz respeito para formar adultos plenos a Francisco Sanches acaba de aderir ao projecto Includ-ed. O seu objectivo foi, numa primeira fase, através da investigação em múltiplos e diversos países, identificar actuações educativas e sociais que demonstrassem ser eficazes na reversão da exclusão social e educacional. Na fase actual, de expansão e disseminação, são apresentadas um conjunto de actuações, baseadas em conhecimento educacional, que contribuem para superar o fracasso e o abandono escolar, bem como superar o risco associado de exclusão em outras áreas como emprego, saúde, habitação e participação política. Com o apoio do Ministério da Educação, os primeiros passos estão a ser dados por 10 agrupamentos de escolas piloto.

Indisciplina no agrupamento é “falsa questão”

O Agrupamento de Escolas Dr. Francisco Sanches foi, durante alguns anos, motivo de notícia por alegados casos de indisciplina que o director desvaloriza. “A indisciplina, por vezes, é uma falsa questão. Tudo depende da forma como trabalhamos a situação. Com calma tudo se resolve”, afirma Jorge Amado.
O director refere que o Agrupamento conta com um Gabinete de Apoio ao Aluno e à Família (GAAF), onde trabalham três psicólogas e duas técnicas de serviço social.
“A maior parte das situações de indisciplina não têm a importância que lhe querem dar e acabam por se resolver com facilidade, sobretudo com diálogo. Se houver situações mais graves, está aí a CCPJ. O importante é que as pessoas saibam que estão devidamente acompanhadas”, realça.
Este ano lectivo, na escola-sede, o GAAF funciona perto das salas de aula e qualquer situação que exista em contexto de sala de aula é imediatamente reportada para esse gabinete, entrando em acção os técnicos habilitados para lidar com essas situações.

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