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Novos autocarros a gás natural para uma mobilidade mais sustentável

Braga

2021-12-01 às 06h00

José Paulo Silva José Paulo Silva

TUB concretizam renovação da frota com 25 novos autocarros a gás natural. Empresa municipal de transportes prepara candidatura para a aquisição de 30 novas viaturas eléctricas.

Citação

Vinte e cinco novos autocarros dos Transportes Urbanos de Braga (TUB) movidos a gás natural começam a circular hoje no concelho. As viaturas foram ontem apresentadas, no Altice Forum Braga, e representam um investimento de 13 milhões de euros na renovação da frota da transportadora municipal, cinco milhões dos quais assegurados por fundos comunitários.
Com a entrada ao serviço dos novos autocarros, cerca de 30 por cento da frota dos TUB passa a ser constituída por veículos eléctricos ou a gás natural, o que, segundo o presidente da Câmara Municipal de Braga, Ricardo Rio, representa um contributo para a melhoria da qualidade ambiental no concelho, tendo em atenção que, de acordo com o Relatório de Sustentabilidade Ambiental do Município, mais de 60% das emissões de gases com efeito de estufa decorrem da mobilidade automóvel, nomeadamente do “uso excessivo de viatura própria e da idade avançada” dos autocarros dos TUB.

Com os novos autocarros, a idade média da frota dos TUB?passa dos 18,5 para os 15 anos.
O presidente da Câmara Municipal destacou “o maior e mais expressivo investimento realizado na renovação da frota dos TUB desde a sua constituição”.
As viaturas ontem apresentadas, com lotação máxima de 106 lugares, estão equipadas com rampa de acesso para pessoas com mobilidade reduzida, climatização automática, câmara traseira, portas USB e botões com escrita em braille.
Olga Pereira, presidente do conselho de administração dos TUB, garantiu que a empresa municipal vai continuar a apostar na renovação da sua frota, prevendo, ainda para este ano, a apresentação de uma terceira candidatura ao Programa Operacional de Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos (POSEUR) para a aquisição de 30 novos autocarros a tracção eléctrica.

A introdução das primeiras linhas de ‘Bus Rapid Transit’ (BRT), o alargamento do serviço ‘SchoolBus’, a concretização do projecto do Parque de Material e Oficinas (PMO) e a aceleração do processo de transição digital são outra das prioridades da administração da transportadora municipal no actual mandato.
Quanto ao BRT, o presidente da Câmara Municipal assegurou que o projecto irá contar com mais de 100 milhões de euros no âmbito do Programa Portugal 2030, decorrendo estudos técnicos e de viabilidade económica para que a primeira linha comece a funcionar em 2025.
“Seria inaceitável qualquer retrocesso nesta matéria”, declarou Ricardo Rio, lembrando a garantia dada pelo ministro do Ambiente e da Acção Climática de que este projecto será contemplado com fundos comunitários.
O presidente da Câmara Municipal adiantou que as viaturas BRT serão movidas a hidrogénio.

Ricardo Rio apreensivo com concorrência futura no serviço de transportes

O presidente da Câmara Municipal de Braga assumiu ontem que o seu executivo nunca abdicará da manutenção dos Transportes Urbanos de Braga (TUB) como empresa de capital 100 por cento público e gerida pela autarquia, considerando que este “é um vector estratégico inalienável e fundamental de muitas dinâmicas da gestão do território”.
Na cerimonia de apresentação dos 25 novos autocarros dos TUB, Ricardo Rio manifestou, no entanto, “alguma apreensão por algumas tendências legislativas que procuram estimular a abertura à concorrência deste tipo de operadores”, caminho que, na sua opinião, não será o melhor para a salvaguarda do interesse público.

O Município de Braga concessionou aos TUB, até ao ano de 2030, o serviço de transporte de passageiros, considerando a empresa como “operador interno” e não se obrigando, dessa forma, à abertura de concurso público, um modelo que não poderá ser estendido após aquela data, a menos que haja alteração ao actual Regime Jurídico de Serviço Público de Transporte de Passageiros.
Para o presidente da Câmara Municipal de Braga não faz sentido “abrir à concorrência um serviço que está a funcionar bem e que tem uma natureza iminentemente pública”.
Entende ainda o edil que não se justifica “estar a injectar fundos públicos em operadores privados”?quando existe um operador público.

“Uma coisa é monopolizar um sector aberto à concorrência, outra diferente é obrigar um serviço que está a funcionar bem e que tem uma natureza pública a uma abertura”, alegou.
Ontem, o presidente da Câmara Municipal de Braga voltou a rejeitar um cenário de transporte público 100 por cento gratuito no concelho, argumentando que “abdicar de receitas próprias de mais de seis milhões de euros seria pôr em causa o projecto de renovação” em curso actualmente nos TUB.
Transportes públicos gratuitos para todos os residentes e estudantes foi uma das bandeiras do Partido Socialista na última campanha eleitoral autárquica, tendo defendido este partido que essa medida seria fundamental para resolver os problemas de mobilidade que se registam actualmente no concelho de Braga.

Mais oferta pública sem pôr em causa opção pelo automóvel

‘É muito importante que aqueles que hoje reivindicam melhores condições de circulação na cidade de Braga percebam que a solução para as dificuldades que todos enfrentamos tem a ver com a alteração do paradigma de mobilidade dos próprios cidadãos”, defendeu ontem o presidente da Câmara Municipal, reconhecendo que “não se pode garantir melhores condições de circulação do trânsito se não houver uma migração massiva para os transportes públicos”.
Ricardo Rio sustentou que é necessário continuar a dotar o serviço público de transportes das melhores condições possíveis para que a falta delas não sirva de alibi para o recurso ao transporte particular.
Em declarações aos jornalistas na cerimónia de entrega dos novos autocarros dos TUB, o edil rejeitou a opção por restrições de acesso do automóvel particular ao centro da cidade.

“Temos de trabalhar em termos de estímulos positivos e não de medidas coercivas de limitação de utilização de viaturas particulares”, justificou Ricardo Rio, acrescentando que a linha de actuação do seu executivo é “melhorar a oferta de transporte público, atrair cada vez mais utilizadores, sem pôr em causa a opção legítima das pessoas quererem utilizar as suas viaturas”.
Para além da freguesia de Ferreiros, junto ao estabelecimento comercial E.Leclerc, a Câmara Municipal de Braga está “a identificar outros locais” para a oferta de estacionamento automóvel a quem venha de fora do concelho e pretenda ter acesso a transporte público para se deslocar para a zona central da cidade.

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