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Novos professores não serão suficientes para suprir necessidades das escolas
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Novos professores não serão suficientes para suprir necessidades das escolas

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Novos professores não serão suficientes para suprir necessidades das escolas

As Nossas Escolas

2019-10-16 às 06h00

Isabel Vilhena Isabel Vilhena

Director do Agrupamento de Escolas Alberto Sampaio deixa dois alertas: não há injecção de novos professores e o decreto -lei da inclusão não prevê contratação de mais funcionários nos vários ciclos.

Citação

A tendência de diminuição do número de alunos é acompanhada da diminuição de novos professores nas escolas. O alerta é de João Andrade, director do Agrupamento de Escolas Alberto Sampaio (ESAS).
“Assistimos a uma diminuição do número de alunos e ao mesmo tempo não há uma injecção de novos professores”, afirmou João Andrade, antevendo “tempos muito difíceis” no panorama nacional das escolas. “Nos próximos 5 a 10 anos, 50% desta escola é capaz de ter saído. Eu tenho muitas dúvidas se o número de docentes vá ser suficiente para suprir todas estas saídas. E, se isto for agravado por uma medida de reformas antecipadas, temos algum receio que, a nível nacional, venha a ser um problema”.

O director da ESAS refere que já se começa a sentir dificuldade na colocação de docentes, designadamente em horários mais reduzidos ou em certas áreas como a Filosofia, Geografia ou Moral. Para João Andrade “o sistema educativo não foi apelativo durante muitos anos e os cursos de licenciatura em Ensino foram muito esvaziadas e quem as tirou há mais tempo, provavelmente, já seguiu outras opções de vida que não a educação”. João Andrade aponta ainda “a falta de qualidade” dos candidatos aos cursos de Ensino. “Com a falta de atractividade dos cursos de Ensino, estes cursos superiores tiveram candidatos, cuja média de entrada era francamente insuficiente face às expectativas de vir a ser um professor válido. Entendemos que tem que haver um trabalho sério de enquadramento e de apoio no sistema educativo para garantir que não há uma quebra de qualidade”.

Corpo de assistentes operacionais envelhecido e rácios insuficientes

“A falta de assistentes operacionais é preocupante, principalmente no básico”. A preocupação manifestada pelo director do Agrupamento de Escolas Alberto Sampaio.
João Andrade fala de um corpo de assistentes operacionais “envelhecido”, o que “aumenta o risco de doenças e ausências prolongadas, com a agravante de que não há uma bolsa de funcionários, à semelhança dos professores que, em pouco mais de uma semana, conseguimos uma substituição e isso leva a que as escolas estejam normalmente abaixo do rácio que, normalmente, lhes é atribuído”.

O responsável do agrupamento afirma que “no Básico temos os rácios cumpridos, mas a portaria que define os rácios de funcionários é claramente obsoleta e incongruente”, apontando como exemplo “o decreto-lei da inclusão traz a novidade que as crianças que precisam de necessidades especiais não têm que ir para unidades específicas e podem ficar na escola de sua opção e da sua pertença. O problema é que essas crianças têm necessidades específicas e quase precisam de acompanhamento personalizado.
A portaria não prevê a contratação de mais funcionários e entramos numa terra de ninguém. O município coloca nas escolas os funcionários que a lei obriga”, afirmou João Andrade, defendendo a apreciação casuística.

ESAS tem a maior UAARE do país com alunos de alto rendimento

O Agrupamento de Escolas Alberto Sampaio (ESAS) assume este ano lectivo como um ano de consolidação para, sustentadamente, partir para novos projectos. Palavras de João Andrade, director do Agrupamento da ESAS, reforçando a ideia de que “uma escola de sucesso só o é se conseguir construir estruturas e acções que permitam encontrar respostas para as especificidades de cada um dos seus alunos”.
João Andrade realça que “uma das intencionalidades do Projecto da Unidade de Apoio ao Alto Rendimento (UAARE) é que os seus procedimentos de respeito pela singularidade sejam, posteriormente, replicados e colocados ao serviço de todos os outros alunos”.

O responsável do agrupamento destaca ainda que no primeiro ano de funcionamento, foi considerada a maior UAARE nacional. “No primeiro ano foi um sucesso imenso. No ano experi- mental conseguimos ser a maior unidade do país”, salientou, realçando que “as competências que os alunos UAARE desenvolvem e que os levam a obter sucesso, tornando-se alunos de alto rendimento, são precisamente as que se valorizam nos mais diferenciados contextos: entrega, trabalho de equipa, planificação e organização, gestão do esforço e capacidade e tomada de decisões críticas em contexto de stress operacional”, afirmou João Andrade, sublinhando que “as UAARE são o sub-universo de alunos ou a estrutura que maior sucesso educativo tem, com taxas de sucesso estrondosas em relação ao perfil normal dos alunos.
Um bom desportista é frequentemente um excelente aluno. São alunos de alto rendimento”.

Num universo de mais de 3400 alunos no agrupamento, sendo que perto de 2000 frequentam a secundária. João Andrade destaca também a crescente procura pelos cursos de português para falantes estrangeiros que, este ano, conta com seis turmas.
“Os cidadãos falantes de outras línguas que querem aprender português têm procurado os nossos cursos de português”, dando nota que “existe um conjunto de mais de 40 nacionalidades diferentes a frequentar o agrupamento”.
João Andrade realça a “imensa diversidade cultural que o ano passado permitiu realizar uma feira de culturas”, anunciando que é intenção, este ano, voltar a realizar este evento multicultural.
O director do agrupamento da ESAS dá ainda nota do aprofundamento do trabalho com as forças de segurança, nomeadamente com a Policia de Segurança Pública (PSP).
“Trata-se de uma iniciativa muito louvável que é ter agentes que conhecem a realidade da escola e são a nossa porta de contacto”, afirmou, salientando a parceria “muito frutuosa que tem contribuído muito par o bem-estar e segurança nas nossas escolas”.

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