A obra de reconfiguração do Portinho de Vila Praia de Âncora tem condições para arrancar dentro e cerca de dois anos “e ninguém entenderia que assim não fosse, sobretudo os pescadores, que têm visto a intervenção sucessivamente adiada, comprometidas as suas condições de trabalho e a própria vida. Eles têm trabalhado com os especialistas do Instituto Superior Técnico (IST), com a Câmara Municipal de Caminha e com os organismos oficiais ligados às Pescas e aos Portos. Seria mesmo muito mau que os planos fossem interrompidos e não acredito que essa injustiça possa vir a acontecer”, defendeu convicto o presidente da câmara de Caminha, Rui Lages. A afirmação surgiu a propósito da sessão de apresentação da maqueta do projecto de reconfiguração do Portinho de Vila Praia de Âncora, agora patente no Gabinete de Apoio ao Munícipe (GAM).

Um misto de esperança e angústia marcou a sessão em que foi divulgada a maqueta, passo que encerra um conjunto de etapas que têm sido cumpridas com rigor. Carlos Sampaio, em nome da Associação de Pescadores de Vila Praia de Âncora, lembrou a falta de segurança e os valores gastos em dragagens nos últimos anos. “Este é um projecto da nossa comunidade e não pode recuar uma vírgula. Estamos há dez anos a lutar por isto, já tivemos o projecto e a construção nas nossas mãos, e quando íamos começar, tivermos de recomeçar da estaca zero”, afirmou.
“Agora, falta só mais uma etapa, mas é uma etapa decisiva. Agora é preciso fazer a candidatura e obter o financiamento”, sublinha Rui Lages.

A subdirectora-geral da Direcção-Geral de Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos, Isabel Ventura mostrou-se optimista sobre a possibilidade de se cumprirem os planos definidos. O início da execução da obra está aprazado para 2026.
Na opinião de Isabel Ventura, com a execução da obra, o Portinho de Vila Praia de Âncora poderá ter um papel tão importante como outros portos do Norte de Portugal, constituindo mesmo uma alternativa, inclusive ao Porto da Galiza.  
A previsão avançada foi de que até ao fim de 2024 possa estar concluído todo o processo burocrático e na passagem do dossiê ao novo Governo o projecto terá a indicação de prioridade.