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Os que ascenderam à Pró-Liga podem subir ao escalão maior

Desporto

2018-06-17 às 06h00

Rui Serapicos Rui Serapicos

Manter estrutura da equipa na época 2018/19 é prioridade de João Chaves, o treinador de basquetebol do SC Braga que reitera a aposta na formação.

Citação

“Vai ter de haver uma resposta por parte dos atletas, queremos que este projecto continue até à Liga com os mesmos”, salienta, em declarações ao Correio do Minho, o treinador João Chaves, que no final de Maio conduziu a equipa de basquetebol do SC Braga ao título de campeã nacional da I Divisão o terceiro escalão nacional - e subir à Pro-Liga com jovens formados em ‘casa’.
No escalão secundário e tendo no horizonte a construção, pelo clube, de um pavilhão novo, é tempo de ponderar a próxima época. O treinador João Chaves mantém a ideia de persistir na formação e valorizar jogadores ainda jovens, a quem reconhece potencial para assumir agora a escalada à Liga.

“A primeira etapa do projecto fechou um ciclo. Vamos iniciar um novo ciclo. Os próximos dois anos serão essenciais, para percebermos em que patamar estamos”, observa.
Segundo João Chaves, importa ver se em 2018/19, na Pró-Liga, os bracarenses vão posicionar-se na parte de cima ou na parte do fundo da tabela.
O treinador diz acreditar que a base da equipa que se sagrou campeã da I Divisão dispõe de potencial para assumir a subida ao escalão maior, considerando a margem de evolução que ainda espera de um conjunto formado por jogadores jovens. “Cinquenta por centro deste plantel tinha 18 anos e o jogador mais velho tinha 25 anos. Portanto, são jogadores extremamente jovens. Temos equipa. Daqui a 10 anos eles ainda vão ser perfeitamente elegíveis em termos de idade, para jogar nesta equipa”, acentua.

Na análise de João Chaves, a nível físico estes jogadores “vão crescer em termos de estrutura, peso e de estatura”. Em termos técnicos, prossegue, um jogador atinge a sua maturidade aos 26, 27, 28 anos, “portanto, têm 10 anos ainda de evolução”.
A ideia do treinador é que eles continuem a evoluir.
“Queremos perceber em que ponto da evolução é que eles se encontram, agora comparando com o que existe na Pró Liga e perceber se são precisos dois, três, quatro ou cinco anos que a gente precisa (para subir à Liga). Eu acredito que não vão ser precisos tantos anos para subir à Liga como foram para subir à PróLiga. Não por uma questão de estrutura do clube, mas por uma questão de termos técnicos dos jogadores, eu acho que eles vão dar o salto mais rápido do que deram até agora”, conclui.

Quatro treinos por semana

Sobre eventuais modificações na organização desportiva, em detalhes como cargas e horários de treino, o treinador acredita que mudanças de fundo não vão ser necessárias. “Não serão precisas grandes alterações. Nós jogávamos no terceiro escalão, mas treinávamos melhor do que algumas equipas da Pró-Liga”, considera.
Vincando que estes jogadores estão habituados a treinar quatro vezes por semana, João Chaves compara com a equipa de futsal arsenalista que joga na I Liga e com bons resultados, a treinar quatro vezes por semana.
“Eles treinam a mesma coisa e em horários nocturnos como nós, não são uma equipa exclusivamente profissional. Há alguns atletas que conseguem treinar noutros horários. Também queremos que aqueles que não são profissionais, que são alunos, que podem ter tempos livres durante o dia, possam acrescentar ao que já fazemos treinos individuais além dos colectivos”, adianta. Em termos colectivos, refere ainda, os treinos quatro vezes por semana “são neste momento o que o clube pode oferecer e são suficientes. Procuramos que sempre que possível os jogadores possam complementar com trabalhos em ginásio, com trabalhos de técnica individual, fora dos horários dos treinos, mas isso vai depender dos próprios atletas”.

Novo pavilhão em construção ajuda a “dar o salto”

Até que ponto, com um pavilhão que está em fase de concretização, o SC Braga vai poder disponibilizar para a prática da modalidade melhores condições materiais, uma casa própria, com mais dignidade, pode ser factor de estímulo para a equipa de basquetebol?
Face a esta questão, o treinador admite que ter casa própria “é extremamente importante”.
João Chaves reconhece que a questão das instalações é um “grande problema para modalidades ditas amadoras, que normalmente não têm casa própria, apesar de, em Lamaçães nós estarmos bastante bem em relação ao que por vezes acontece com outros clubes”.

Ainda assim, acrescenta, “é um custo alto, costumo dizer que com o dinheiro que gastamos em instalações, durante o ano, daria para fazer uma equipa candidata à subida de divisão e, portanto, é totalmente diferente daquilo que nós vemos noutras realidades”.
Por outro lado, realça ainda, “nós sabemos que o pavilhão não será exclusivamente para o basquetebol, haverá outras modalidades do SC Braga a partilhar e, como tal, vai obrigar a alguma ginástica. Não podemos pensar que vai resolver todos os problemas”.
No entanto, reconhece adiante que “nós termos um lugar onde todas as modalidades possam jogar, onde os adeptos saibam que o Braga está presente, não terem de andar de pavilhão em pavilhão à procura do que acontece, achamos que é algo que nos pode dar uma ajuda grande para crescermos, para termos mais adeptos, para termos mais atletas, para darmos um salto em termos de estrutura, para evoluirmos”.

Desenvolver a cultura do basquetebol na região “tem de começar nas escolas”

Tendo com conta indicadores como quantidade de praticantes ou o gosto do público, que se manifesta nas bancadas dos jogos, João Chaves acredita que é possível aproximar Braga a outras zonas do país - como Aveiro ou S. João da Madeira, onde a cultura do basquetebol está mais sedimentada. “Mas vai levar anos até chegar lá”, avisa.
Do ponto de vista do treinador do SC Braga, “tem de começar nas escolas”.
“Se formos à zona de Aveiro, desde muito cedo os professores de educação física são, muitos deles, ex-jogadores de basquetebol e, naturalmente, o desporto escolar está muito forte nesta modalidade”, subinha, para a seguir adiantar que “só assim é que a gente consegue, culturalmente, criar mais atletas, mais pessoas ligadas à modalidade”.

“Em Aveiro, quase toda a gente já jogou basquetebol. Os próprios dirigentes e árbitros já estiveram de outras formas ligados à modalidade e por isso é que lá a modalidade continua a evoluir e a crescer”, salienta ainda, em contraponto com Braga, onde “temos essa dificuldade”.
Para João Chaves, “aquilo que nós fizemos nos últimos anos não foi só o feito de relevância em termos desportivos, não foi só o sermos campeões e o subirmos de divisão com uma equipa jovem”. O treinador sustenta que “se nós procurarmos na região pessoas de mais idade ligadas ao basquetebol encontramos meia dúzia, contam-se pelos dedos. Isso não acontece noutras regiões do país”.

Comparando com o andebol, na região à volta de Braga admite que “encontramos muita gente que jogou a modalidade, é muito mais fácil trabalhar”.
Além disso, prossegue ainda, “tirando o Porto, isso acontece também à nossa volta, em Viana do Castelo ou Vila Real e por isso não há muito por onde possamos fazer recrutamentos. Também daí a aposta do nosso projecto de começar com a prata da casa, fazendo-a avoluir e superar dificuldades. Aveiro para o ano tem duas equipas na Liga, o Illiabum e o Esgueira, que são a 10 km uma da outra e têm jogadores mais do que suficientes”.

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