Está de volta o espectáculo da prova-rainha bracarense
2024-12-09 às 06h00
Pais de vários utentes e alguns associados acusam a actual direcção de estar a tomar atitudes que podem vir a destruir a associação.
Um grupo de 35 pais de utentes e sócios da Associação de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental (APPACDM) de Braga exigiu a demissão dos órgãos sociais da instituição (direcção, assembleia geral e Conselho Fiscal).
O grupo aponta como justificação algumas alegadas ilegalidades cometidas pelo presidente da direcção da APPACDM.
“Esta direcção tem danificado a nossa associação, destruindo totalmente o circuito familiar, através da falta de pagamentos, através de má conduta perante o pessoal e perante a substituição de pessoal com experiência por outro mais novo. Vemos uma destruição total da nossa associação”, disse António José da Silva, pai de uma das utentes e subscritor do pedido de destituição.
Os pais acusam ainda direcção liderada por Bruno Silva de não pagar “o subsídio de férias” bem como o subsídio de Natal aos funcionários da APPACDM.
O mau estado da frota da associação é outra das razões apontadas pelo grupo de pais. “A nossa frota está totalmente destruída porque não a mandam reparar. Isso cria uma desestabilização nos próprios complexos”, declarou António José da Silva.
O mau estado em que se encontram as instalações das várias valências da APPACDM de Braga tem é motivo de queixa dos pais e associados que pediram a destituição de Bruno Silva. “As valências de CACI (Centro de Actividades para a Capacitação e Inclusão) estão totalmente descoordenadas e não estão a se feitas”, apontou António José da Silva.
Bruno Ramos, que foi presidente da direcção da APPACDM antes de Bruno Silva, acrescentou que “o CACI de Lomar tem duas valências, lar e CACI. O CACI está encerrado e o Estado paga cerca de 28 mil euros por mês para o funcionamento do CACI, e ele está encerrado há vários meses. É um caso de má utilização dos dinheiros públicos”.
Os subscritores do pedido de destituição indicaram ainda que “ao destruir os bens da própria associação , não os mandando reparar, não pagando ao pessoal, está a haver uma destruição da associação”, expressou António José da Silva.
A falta de pessoal é outro dos aspectos apontados, sendo que, segundo Bruno Ramos, “o ambiente no trabalho é tão mau, que as pessoas saem sem indemnizações. Saem por iniciativa delas. Há um muito mau atendimento aos clientes.”
Bruno Silva: “O anterior presidente arruinou a associação”
Bruno Silva, presidente da direcção da APPACDM de Braga considera que o grupo subscritor do pedido de destituição esta a ser alvo de manipulação por parte do anterior presidente, Bruno Ramos. “Trata-se somente do anterior presidente da direcção Bruno Ramos e da sua quadrilha. Depois tem alguns pais, de uma classe etária mais desfavorecida, que são facilmente manipuláveis”, começou por dizer Bruno Silva.
O actual presidente da direcção da APPACDM de Braga assegurou que nunca teve conhecimento do pedido de destituição. “Nós, direcção, não podemos opinar sobre algo que não foi remetido a nós”, destacou Bruno Silva.
O presidente da direcção reconhece que actualmente a associação tem problemas de tesouraria, mas que foram causados pela anterior direcção. “O anterior presidente, Bruno Ramos, arruinou completamente esta instituição. Já foi intimado para devolver os 265 mil euros que retirou indevidamente desta instituição para proveito próprio. Ainda não o fez. Esse dinheiro é crucial para pagar os subsídios que estão em atraso. O Bruno Ramos conseguiu, num espaço de um ano, retirar dois salários a cada trabalhador em proveito próprio”, acusou Bruno Silva.
O presidente da direcção da APPACDM de Braga acrescentou que os problemas com salários do pessoal já existiam no tempo da anterior direcção. Bruno Silva lembrou que em Julho de 2023 (ainda no tempo de Bruno Ramos) foi feita uma livrança de meio milhão de euros para investimento. “Essa livrança serviu para pagar dívidas em atraso para com os trabalhadores, que remotam a 2012, o subsídio de férias e metade do valor desconhece-se o seu fim. Pela aferição que se fez é perceptível para onde o dinheiro foi”, revelou Bruno Silva. O presidente da direcção acusou o anterior dirigente, Bruno Ramos, de ter feito contratos fictícios. “Contratou pessoal para funções para as quais não estava capacitado. Toda esta conjuntura levou a que a gestão do Bruno Ramos tivesse um déficit de 29,2 por cento em 2023”. Bruno Silva garantiu que “quem pagou os subsídios no ano passado foi esta gestão actual. Estamos a falar de 150 mil euros. A instituição estava na ruína e esteve quase a fechar. Nós chegamos ao mês de Julho com uma gestão positiva considerável. se não fosse o triste fado que apanhamos, neste momento não havia qualquer dí- vida para com os trabalhadores. Se o meio milhão de euros que foi pedido tivesse o seu propósito de investimento, havia dinheiro para recuperar as instalações”.
Outro dos subscritores do pedido de destituição, José Luís Ferreira, contou que um familiar seu sofreu um acidente dentro das instalações da APPACDM e que foi para o Hospital sem o acompanhamento de qualquer responsável.
Os subscritores alegam ainda que o CESMinho (Sindicato dos trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços do Minho) tem sido impedido de realizar acções dentro das instalações da APPACDM de Braga.
Os subscritores do pedido de destituição já deram conhecimento da situação actual da APPACDM a várias entidades.
“Tem-se enviado emails a todas as entidades oficiais com os acontecimentos que se têm dado. Toda a gente está calada. Isto revolta. É preciso que a cidade de Braga e a Segurança Social actuem sobre isto.”, frisou António José da Silva.
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