O potencial da Europa e de Portugal nos ensaios clínicos, o envolvimento dos doentes e a inteligência artificial foram alguns dos temas em debate no 4º Encontro Nacional de Investigação Clínica e Inovação Biomédica, que ontem decorreu na Unidade Local de Saúde de Braga (ULS Braga - Hospital).
O encontro foi promovido pela Agência de Investigação Clínica e Inovação Biomédica (AICIB) e contou com a presença de dezenas de especialistas de todo o país.
Nuno Sousa, presidente da AICIB, destacou que Portugal tem estado no bom caminho no que se refere à investigação clínica.
“Vivemos um momento de inflecção positiva. Portugal está em contra-ciclo com o panorama europeu no que diz respeito à investigação clínica. Portugal apresenta um crescimento consolidado fruto de um crescimento articulado entre instituições públicas e privadas. Portugal está a tornar-se um caso de estudo e um exemplo a seguir”, apontou Nuno Sousa.
O presidente da AICIB anunciou também a criação do Mestrado em Investigação Clínica.
“O programa do mestrado será pragmático, multidisciplinar e orientado para a prática, com o objectivo de formar os líderes da próxima década nesta área estratégica”, apontou Nuno Sousa.
O presidente do Conselho de Administração da ULS Braga, Américo Afonso, considerou que apesar do recohecimento da investigação clínica, há desafios que têm de ser ultrapassados.
“Os desafios são múltiplos, nomeadamente na componente de inovação, que tem impacto para a ULS no que diz respeito à aquisição de medicamentos inovadores. Também temos desafios na adesão às novas tecnologias”, considerou o presidente do Conselho de Administração da ULS Braga.
A secretária de Estado da saúde, Ana Novo, lembrou que foi em Braga que começaram os ensaios clínicos.
“Aqui nasceu a verdadeira investigação em ensaios clínicos em Portugal, com a criação do 2CABraga (Centro Clínico Académico de Braga). O professor Nuno Sousa foi verdadeiramente transformador nessa área em Portugal. Portugal precisa de mais centros como este”, considerou Ana Novo.
Contudo, acrescentou a governante os ensaios académicos precisam de ser desenvolvidos.
“Os ensaios académicos ainda não atingiram o seu potencial. Temos aqui uma oportunidade de crescimento. O nosso objectivo tem de ser criar as condições para que o conhecimento gerado nas nossas universidades se transforme em investigação aplicada em facto real. O futuro passa pela investigação clínica e pela inovação biomédica ”, frisou a secretária de Estado da Saúde.