Mariana Machado foi sexta nos europeus de corta-mato
2023-09-23 às 06h00
Tanque na freguesia de Dume acolheu ontem uma recriação do uso deste equipamento no passado. Iniciativa realizou-se no âmbito das Jornadas Europeias do Património.
O projecto ‘Memórias do Tanque’ permitiu já a catalogação de três centenas de tanques, lavadouros e fontanários no concelho de Braga, decorrendo o trabalho de levantamento e caracterização deste património até final de 2024. Ontem, no âmbito das Jornadas Europeias do Património, a empresa municipal Agere promoveu, no lavadouro da Praceta Fonte Carreira, em Dume, uma pequena recriação das vivências passadas nestes locais, a que assistiram crianças do Jardim de Infância de Dume e um grupo de idosos da freguesia.
Os mais novos foram convidados a lavar no tanque pequenos peluches, interagindo com os mais idosos que lhes transmitiram memórias do tempo em que os tanques e lavadouros, para além da sua função primeira, funcionavam como espaços de convívio e socialização.
Dessas vivências ficaram as crianças do Jardim de Infância de Dume a conhecer um pouco mais com a recriação protagonizada por elementos do grupo de teatro ‘Mala d’Arte’, cujas ‘lavadeiras’, acompanhadas de um tocador de viola, protagonizaram uma pequena viagem a um passado em que não existiam ainda as máquinas de lavar.
Porque os tanques, lavadouros e fontanários ainda são utilizados, sobretudo nas freguesias rurais, a Agere, a Universidade do Minho, a Fundação Bracara Augusta e 37 juntas de freguesia do concelho de Braga juntaram-se no projecto ‘Memórias do Tanque’, o qual, para além do levantamento destes equipamentos, visa apresentar a financiamento comunitário a reabilitação de alguns deles, intenção que aguarda pela abertura dos programas do Norte 2030.
Rui Morais, o presidente do conselho de administração da Agere, afirmou ontem que o levantamento que está a ser realizado permitiu já identificar mais tanques, lavadouros e fontanários do que os inicialmente previstos.
Em Sobreposta, uma das freguesias onde esse levantamento já está concluído, foram catalogados 21 equipamentos, enquanto no território da União de Freguesias de Real, Dume e Semelhe, foram realizadas 16 fichas de caracterização.
“Os equipamentos de maior valor arquitectónico serão candidatados ao Norte 2030”, sublinhou Rui Morais, defendendo que, à semelhança do que aconteceu ontem, estes espaços podem ser aproveitados para pequenas manifestações culturais.
Fátima Pereira, da Fundação Bracara Augusta, considera que este “é um património vivo que é preciso dar a conhecer aos mais novos”, relevando que existem ainda muitos tanques comunitários em uso no concelho de Braga.
A?constatação é feita também pelo presidente da União de Freguesia de Real, Dume e Semelhe, Francisco Silva, dando como exemplos o tanque da Praceta Fonte Carreira, bem como um existente em Real, utilizado por três lavadeiras profissionais.
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