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‘Raspadinha’ causa perturbações  em cerca de 30 mil portugueses

Casos do Dia

2023-09-20 às 06h00

José Paulo Silva José Paulo Silva

Estudo desenvolvido por investigadores da Universidade do Minho conclui que os portugueses gastam, em média, 54 euros por ano em raspadinhas. Muitos cederam ao jogo patológico.

Citação

Mulheres, pessoas com baixos rendimentos e com escolaridade baixa são quem mais aposta em ‘raspadinhas’, uma lotaria instantânea que vicia cerca de 100 mil adultos em Portugal, dos quais cerca de 30 mil apresentam perturbação de jogo patológico. A conclusão é do estudo ‘Quem paga a raspadinha?’, coordenado por Pedro Morga- do e Luís-Aguiar Conraria, da Universidade do Minho, ontem apresentado no Conselho Eonómico e Social, em Lisboa.
G., proprietário de uma pequena cafetaria num centro comercial do centro da cidade de Braga, vende raspadinhas no seu estabelecimento. “Eu não gasto um tostão, nunca tive a tentação de raspar, mas tivemos aqui uma senhora que ‘derreteu’ uma pensão de reforma no jogo”, disse o pequeno empresário ao ‘Correio do Minho’, reconhecendo que a venda deste jogo de sorte “ajuda ao movimento” do café.
No Centro Coordenador de Transportes de Braga, Moisés Silva gere um estabelecimento de cafetaria e tabacaria desde 1983. Num local de grande afluxo de passageiros de transporte rodoviário, os jogos da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa representam fatia importante do negócio deste estabelecimento, se bem que Moisés Silva registe um decréscimo da venda de ‘raspadinhas’ nos últimos anos, situação também relatada na ‘Casa da Sorte’, estabelecimento de jogos aberto na cidade de Braga desde 1933.
Segundo a Santa Casa da Miserircórdia de Lisboa, a raspadinha representou, em 2020, vendas de 1, 44 mil milhões de euros, o que é metade do total das vendas dos chamados jogos sociais, que incluem totoloto, totobola euromilhões e lotarias.
“A raspadinha já vendeu mais. Mas ainda é o jogo que mais vende, seguida do ‘placard’”, constata Moisés Silva.
Os vendedores da raspadinha não se alargam em comentários sobre a dependência que este jogo cria em muitas pessoas, como releva o estudo ontem divulgado em?Lisboa.
G., embora venda os cupões do popular jogo, reconhece que “a busca do fortuna” não existe por esta via, convicção que muitos dos mais de 2 500 entrevistados para a primeira fase do estudo ‘Quem paga a raspadinha’ não têm.
A equipa de investigação da Universidade do Minho concluiu que 3, 09% da população adulta portuguesa corre risco de desenvolver problemas de jogo, sendo que a prevalência de problemas de jogo com raspadinhas é de 1,21%.
“Isto significa que há cerca de 100 mil pessoas em Portugal com sintomas ou comportamentos de problemas de jogo com raspadinhas, das quais cerca de 30 mil apresentam perturbação de jogo patológico’, sublinham.
Esta fase do estudo permitiu concluir também que o consumo frequente de raspadinhas é mais comum nas pessoas com baixos rendimentos (400 a 664 euros mensais).
As pessoas com educação básica têm 5,8 vezes mais probabilidade de serem jogadoras frequentes do que as pessoas com mestrado ou doutoramento.

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