No recenseamento geral da população de 2021, as freguesias de Real, Dume e Semelhe tinham registados cerca de 14 mil residentes. Hoje serão muitos mais, atendendo ao crescimento populacional verificado nas freguesias de Real e Dume. Em Semelhe, pelo contrário, o cenário actual é de decréscimo e envelhecimento demográfico, preocupação revelada pelo presidente desta União de Freguesias, Francisco Silva, ontem, no programa ‘Histórias das Freguesias’, transmitido pela rádio Antena Minho e CMinho TV a partir do Convento de S. Francisco.
O autarca confessou preocupação pelo facto de a proposta de revisão do Plano Director Municipal (PDM) de Braga, actualmente em fase de consulta pública, prever para Semelhe área de construção “muito aquém das expectativas”.
Se na freguesia de Real, fruto do aumento exponencial das construção de habitações, os espaços disponíveis para esse fim são já muito escassos, e em Dume, com construção menos densificada, a situação “está normalizada”, o presidente da União de Freguesias aguardava que a recvisão do PDM?possibilitasse um aumento significativo da área para construção na freguesia rural de Semelhe.
Algo que não irá acontecer, admite Francisco Silva, alegando que, mesmo com as condicionantes impostas pela linha ferroviária de alta velocidade em Semelhe, a revisão do PDM “poderia ter ido mais além” para responder às necessidades de habitação.
“Fixar população jovem resolveria o problema da falta de creches e de lares de terceira idade”, entende o autarca, que está a cumprir o seu último mandato à frente desta União de Freguesias, explicando que a proximidade de pais e filhos nas terras de origem cria rectaguardas familiares que podem substituir o recurso a soluções institucionalizadas.
Em resultado do crescimento habitacional registado nas freguesias de Real e Dume, associado à escalada dos custos de habitação, a União de Freguesias de Real, Dume e Semelhe tem sido confrontada com “muitos casos graves” de famílias desamparadas com a impossibilidade de renovação de contratos de arrendamento.
O crescimento populacional e urbano de Real e Dume tem tido reflexos negativos ao nível da mobilidade, agravados com o facto de as duas localidades acolheram muito do fluxo rodoviário de entrada e saída da cidade de Braga.
Neste contexto, o presidente da União de Freguesias reclama melhorias em praticamente todas as vias, apontando no entanto como “urgente” uma nova ligação entre a urbanização do Barral e a estação depuradora da Agere, permitindo assim retirar trânsito da congestionada Rua Costa Gomes.
Para breve, o presidente da União de Freguesias de Real, Dume e Semelhe aguarda outra obra prioritária ao nível do sistema viário: a requalificação da Rua António Alves Reis, empreitada da responsabilidade da Câmara Municipal de Braga.