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Reedição do livro “O caso dos 17 da TMG” apresentada em Famalicão com forte apelo à mobilização em defesa de Abril
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Reedição do livro “O caso dos 17 da TMG” apresentada em Famalicão com forte apelo à mobilização em defesa de Abril

Vale do Ave

2025-04-13 às 17h31

Redacção Redacção

A mesa foi composta por Carlos Carvalhas, Secretário de Estado do I, II, III, IV e V Governos Provisórios e autor do prefácio, Manuela Vasconcelos, ex-trabalhadora da TMG, Francisco Vieira, coordenador do Sindicato Têxtil do Minho e Trás os Montes, e Sílvio Sousa, da DOR Braga do PCP.

Citação

No âmbito da 2ª Edição do Roteiro do Livro Insubmisso, promovido pela Direcção da Organização Regional de Braga do PCP, teve lugar em Vila Nova de Famalicão, na Biblioteca Municipal, a apresentação pública do livro “O caso dos 17 da Têxtil Manuel Gonçalves. Um documento para a história da luta dos trabalhadores” publicado pela Editora Página a Página com a colaboração do Sindicato Têxtil do Minho e Trás-os-Montes.

A mesa foi composta por Carlos Carvalhas, Secretário de Estado do I, II, III, IV e V Governos Provisórios e autor do prefácio, Manuela Vasconcelos, ex-trabalhadora da TMG, Francisco Vieira, coordenador do Sindicato Têxtil do Minho e Trás os Montes, e Sílvio Sousa, da DOR Braga do PCP.

Esta iniciativa insere-se nas comemorações da Revolução de Abril e trata de um exemplo destacado das consequências negativas do processo de recuperação capitalista. É uma importante contribuição para a verdade histórica e é também uma justa homenagem à luta dos dezassete trabalhadores da TMG que foram visados com ataques do patronato e das forças reaccionárias. É uma homenagem também a todas os trabalhadores do sector têxtil do Vale do Ave e às suas organizações representativas.

Coube a Francisco Vieira fazer a primeira intervenção, na qual referiu com exemplos concretos e próprios a vida dura durante o fascismo, nomeadamente o trabalho infantil e a fome, que importa não deixar esquecer. Valorizando as conquistas da revolução, alertou para o facto de os objectivos de Abril não terem ainda sido integralmente alcançados, dando o exemplo dos baixos salários praticados no sector têxtil e o subsidio de refeição de apenas 2,4€ praticados por muitas empresas actualmente.

A ex-trabalhadora da TMG e uma do grupo dos “17” destacados no livro agora reeditado, Manuela Vasconcelos contou várias estórias da luta dos trabalhadores da empresa. Lembrando que a TMG era a maior empresa têxtil do país e uma das maiores exportadoras nacionais, esta mantinha condições de trabalho deploráveis para os seus mais de 3500 trabalhadores à época. Estas condições de trabalho conviviam com os luxos que o patrão fazia questão de manter à custa da exploração dos trabalhadores e de dinheiro desviado. Luxos que incluíam casas, barcos e aviões.

Manuela Vasconcelos lembrou as cerca de 100 viagens feitas para Lisboa e reuniões tidas com altos responsáveis do país e de vários partidos políticos. Destacou o apoio tido por Vasco Gonçalves, na qualidade de 1º ministro, período no qual foi determinada a intervenção do estado na empresa para salvar a empresa e postos de trabalho.

Lembrou com emotividade os impactos da acção terrorista promovida por forças como o ELP, com o envolvimento do patrão da TMG, que perseguiam aqueles que lutavam por uma sociedade plenamente democrática no nosso país e que tiveram um papel muito grave contra os trabalhadores da TMG.

Partindo para a realidade actual, destacou que é necessário tomar consciência do que temos pela frente. Que os trabalhadores continuam a ser explorados, “que nada se conquista sem muita luta! Que urge pensar e agir em colectivo”.

Carlos Carvalhas começou a sua intervenção por saudar a reedição do livro como contribuição importante para não deixar esquecer o que foi a ditadura fascista, os seus sistemas político e económico, mas também o que significou a revolução de Abril e as suas conquistas. Contribuição mais importante quando estamos confrontados com uma tentativa de reescrita da História.

Para o ex-Secretário de Estado de Governos Provisórios, a intervenção do estado na empresa não foi uma opção ideológica mas uma opção económica para salvar a empresa perante uma grosseira sabotagem do patronato, que estava descaradamente a descapitalizar a empresa, fundamentando com dados concretos.

Carlos Carvalhas lembrou que Álvaro Cunhal, no seu trabalho «A Revolução Portuguesa, o Passado e o Futuro», nos exemplos da recuperação capitalista, cita o caso da Têxtil Manuel Gonçalves, «como um dos mais escandalosos, dadas as irregularidades e fraudes que tinham dado lugar a intervenção do Estado» e ilustra depois os meios poderosos utilizados na recuperação capitalista e no ataques aos comunistas e demais democratas, com se viu nos ataques às sedes do MDP e PCP em Famalicão.

O autor do prefácio destacou o rigor das informações que constam do livro, desde as situações “kafkianas” vividas pelos trabalhadores até às ligações demonstradas entre o patrão e as forças terroristas de extrema-direita.

Na iniciativa houve ainda tempo para um debate sobre o livro e a situação actual, com uma grande convergência entre todos os intervenientes na necessidade de prosseguir e intensificar a resposta política em defesa de Abril e dos seus valores.

Sílvio Sousa, a quem coube moderar a apresentação, referiu que o Roteiro do Livro Insubmisso, que tem vindo a percorrer o distrito de Braga com a divulgação de livros comprometidos com os valores de Abril, é “mais do que uma divulgação literária; trata-se de um espaço de reflexão crítica que desafia as narrativas dominantes e promove ideias que visam transformar a sociedade”. Esta iniciativa visa não só a promoção da leitura, mas também um convite à reflexão profunda sobre o rumo da actualidade política e social.

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