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Região precisa de distribuição “mais equitativa” dos fundos
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Região precisa de distribuição “mais equitativa” dos fundos

Entrevistas

2021-06-07 às 06h00

Patrícia Sousa Patrícia Sousa

“Criar Pontes” para fortalecer a marca Minho é a principal missão da Associação Empresarial do Minho, que foi recentemente criada. Presidente foi o convidado do programa ‘Da Europa para o Minho’.

Citação

Com o objectivo de “criar pontes” para “reforçar a marca Minho”, o presidente da Associação Empresarial do Minho (AEMinho) admitiu que “as expectativas em relação aos fundos comunitários são altas, mas a realidade vai baixando as expectativas”.

Ricardo Costa, que falava no programa da rádio Antena Minho ‘Da Europa para o Minho’, garantiu que vai trabalhar junto das autarquias e do poder central para que “essa distribuição seja feita de forma mais equitativa para que a região possa receber, pelo menos, na mesma medida que contribui para o PIB, para as exportações, para a criação de emprego e para a geração de riqueza”.

Questionado pelo eurodeputado José Manuel Fernandes e pelo director do jornal Correio do Minho e da rádio Antena Minho, Paulo Monteiro, no programa ‘Da Europa para o Minho’, o presidente da associação, recentemente formalizada, desmistificou a ideia criada que as empresas estão atrás de subvenções. “As empresas precisam de alavancar a reindustrialização e isso só é possível se tiverem acesso a fontes de financiamento a preços competitivos e sem estarem 100% dependentes dos bancos”, explicou Ricardo Costa, confidenciando que o facto de ainda não termos esgotado as verbas disponíveis do Portugal 2020 (ver caixa) “é uma notícia muito triste para os empresários”.

A associação, que conta já com 75 associados efectivos e mais de 200 empresas que manifestaram intenção de o fazer, tem como pilares a resiliência, a transição digital, a transição energética, a captação e a requalificação de talento e o apoio à internacionalização e digitalização.

O principal objectivo e missão da AEMinho é representar as médias e grandes empresas dos sectores industrial e tecnológico da região Minho “para em conjunto ter uma voz mais forte e captar mais fundos para a região para que as empresas se possam desenvolver e capacitar para serem mais competitivas num mundo cada vez mais global”. Ricardo Costa assumiu que se tentou “ser o mais equitativo possível quanto à abrangência geográfica como também à questão sectorial”.

Neste momento, a associação conta com empresas de Braga, de Famalicão, de Guimarães, de Barcelos e de Viana do Castelo, mas também de Celorico de Basto, de Fafe, de Monção, de Vizela, de Vila Verde ou de Amares. “Esta abrangência territorial é muito importante para a nossa associação”, confirmou Ricardo Costa, adiantando que em relação aos sectores representados a associação chega à metalomecânica, ao têxtil, à tecnologia e até à saúde.
Dos encontros com os empresários que antecederam a formalização da associação, o presidente evidenciou a demora com os processos de licenciamento industrial. Além disso, Ricardo Costa referiu que “se chegar uma multinacional e pedir 50 mil metros quadrados para instalar uma unidade industrial, muitos concelhos não o conseguem fazer, mas se se juntarem a concelhos vizinhos já será possível”.

A associação está “em linha” com as orientações da comunidade europeia. “Trata-se de uma estratégia transversal das empresas adaptarem-se a este mundo digital, à sustentabilidade e à economia circular”, sublinhou o presidente da associação, que pretende também ajudar na partilha de toda a informação disponível, bem como apostar na transferência de conhecimento entre universidades, centros de investigação e empresas.

Fala-se de captação e atracção de talento, mas para Ricardo Costa tem-se “esquecido” da requalificação. “Não podemos esquecer das pessoas que estão na faixa etária entre os 40 e os 50 anos, que precisam ser requalificadas para que elas mesmas possam estar na linha da frente desses objectivos e não serem descartáveis por parte das empresas por não se conseguirem adaptar, sobretudo à questão da transição digital”, alertou.

A internacionalização e a exportação com a dinamização de clusters é outra das missões da associação que tem já agendadas, para este ano, duas missões empresariais, bem como a partilha de experiências com o Clube do Empresário e com o Clube Financeiro do Minho, que são acções concretas a desenvolver já no futuro próximo.

Mas os desafios não se ficam por aqui. Ricardo Costa destacou ainda a questão das infra-estruturas. “Temos que chegar onde as grandes empresas de telecomunicações ainda não vão. Vamos trabalhar em conjunto com o poder autárquico, e para isso é preciso financiamento público, para promovermos a coesão territorial e todos os territórios terem acesso à informação”, apelou o presidente da associação.

“Corremos o risco de ficar na cauda se não dermos um abanão”

Durante a conversa com o presidente da Associação Empresarial do Minho, o eurodeputado José Manuel Fernandes anunciou que, dentro de um mês, Portugal vai receber 13% dos 13,9 mil milhões mais os 2, 7 mil milhões de empréstimos, alertando para o facto do país ainda ter 10 mil milhões de que euros do Portugal 2020 que têm que ser executados até 2023 ou serão perdidos.

José Manuel Fernandes lembrou que o Governo tem “a possibilidade de buscar 14, 2 mil milhões de euros de empréstimos e só há intenção de buscar 2,7 mil milhões. Com estes recursos financeiros podiam-se criar instrumentos financeiros para as empresas, o que possibilitava investimento e capitalização de empresas mas isso é uma questão de vontade política”, lamentou José Manuel Fernandes, acreditando que seriam fundamentais para a competitividade, produtividade e empreendedorismo, criando riqueza e melhores salários. “Trata-se de uma visão centralista de de olhar para as grandes áreas metropolitanas o que é inaceitável, por exemplo, no Plano de Recuperação e Resiliência. Corremos o risco de ficar na cauda se não dermos um abanão”, chamou a atenção.

“Queremos fortalecer a euro região”

Ainda não foram feitos contactos com as congéneres galegas, mas a Associação Empresarial do Minho (AEMinho) pretende ter “um papel activo, fortalecendo e dinamizando a euro região, que tem um potencial enorme”, avançou, no programa da rádio Antena Minho ‘Da Europa para o Minho’, o presidente Ricardo Costa, esperando também trabalhar para se ter “uma organização única para representar as empresas da região Minho e ter uma voz mais forte”.

Depois da primeira reunião da comissão executiva ter sido realizada a semana passada e já estar marcada, para o próximo dia 16 de Junho, a reunião de direcção alargada dos 27 elementos, a AEMinho vai começar as reuniões com as forças vivas da região e com os parceiros da Galiza. “A euro região tem sido exemplo em relação à cooperação transfronteiriça e penso que em Bruxelas é reconhecida como bom exemplo”, referiu Ricardo Costa, assegurando que o que se pretende é “criar pontes para fortalecer a marca Minho, que é forte em vários sentidos, por razões históricas e culturais, pelas pessoas, pelas universidades, pelos centros de investigação e pelas empresas”.

E porque o “dividir para reinar” tem sido a opção, Ricardo Costa acredita que a missão agora é “agregar para que todos em conjunto tenham uma voz mais forte”. Depois do vazio criado pelo ‘fechar de portas’ da Associação Industrial do Minho, surgiu seis meses depois este movimento associativo quase como “uma resposta natural”. “Não avançou logo para percebermos se esse espaço existia ou se outras associações concelhias poderiam ocupar esse espaço. Com a pandemia percebemos que as associações concelhias estavam mais focadas no pequeno comércio, que foi das áreas mais afectada, como é o caso da Associação Comercial de Braga (ACB), agora Associação Empresarial de Braga, que em 2018 tinha manifestado publicamente a intenção de ocupar o espaço da AIMinho”, relembrou.

Ricardo Costa continuou a reforçar a ideia da “complementaridade” das associações comerciais concelhias e da AEMinho, até porque se está a tratar de “sectores, problemas, necessidades e acesso a fundos diferentes”. Sobre a criação da Confederação Empresarial da região Minho (ConfMinho), que agrega duas confederações e representa 12 associações, Ricardo Costa foi peremptório: “o objectivo é que não existam estes dois órgãos separados, mas que se unam, porque só desta forma podemos ter voz mais activa, sermos mais forte e levados a sério como representantes”.

Depois das primeiras reuniões com a Associação Empresarial de Braga, seguem-se depois reuniões com representantes da ConfMinho, a começar pela Confederação Empresarial do Alto Minho (CEVAL). “Acredito em pontes e que juntos somos muito mais fortes”, reforçou.

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