Face à proximidade das eleições autárquicas portuguesas e há inevitável mudança na presidência da Câmara Municipal de Braga, o secretário geral do Eixo Atlântico teceu grandes elogios ao autarca bracarense, notando que Ricardo Rio “é uma figura irrepetível na história do Eixo Atlântico”.
“Ricardo Rio é uma pessoa extraordinária que fez um trabalho notável, enquanto presidente do Eixo Atlântico. Ele colocou Braga no mapa e colocou Braga na liderança do movimento do Eixo Atlântico. É uma figura irrepetível na história do Eixo Atlântico, juntamente com Fernando Gomes e José Maria Costa. Estas eleições autárquicas vão trazer novos autarcas a vários municípios do Eixo Atlântico, como é o caso de Braga. Em termos gerais, Portugal tem muita estabilidade política nas eleições autárquicas. Mesmo quando há mudanças de presidente costuma haver uma política autárquica de continuidade. Isto é algo que contrasta muito com as cidades galegas que, a cada quatro anos, mudam de presidência. Não consegues ter um projecto de longo prazo com apenas quatro anos de presidência. Espero uma autárquicas que não reflictam o resultado das eleições legislativas, que não se alimentem os extremismos e que o poder se manter nas forças mais centristas, como o PS e o PSD. É verdade que tenho visto uma série de conflitos internos na eleição das listas de cada partido, algo que não é habitual e que pode trazer problemas, mas tirando essas situações pontuais, acredito que haverá muita continuidade. Só acredito em possíveis mudanças em duas das 20 cidades portuguesas do Eixo Atlântico”, destacou Xoán Vázquez Mao.

Estas autárquicas podem reaproximar o Porto ao Eixo Atlântico?

Apesar da perspectiva de mudança na Câmara Municipal do Porto (uma das maiores e mais importantes cidades do Eixo Atlântico), Xoán Vázquez Mao acredita que cidades como Porto e Vigo são casos mais complexos de se lidar e trabalhar.
“Porto é como Vigo. São cidades com um peso muito grande e com um perfil complexo. Nestes anos, tenho percebido que existem alguns funcionários de elite nessas câmaras que têm como principal preocupação separar o presidente da rua. Então, passado algum tempo, notas que os presidentes mudam a sua postura. Nesse aspecto, Porto e Vigo são parecidos. Se não presidem às associações e não estão nos momentos de reunião, não marcam presença. Têm dificuldades em aceitar que outras cidades mais pequenas tenham esse papel de presidência. Porém, a verdade é que, nos últimos anos, o Porto tem ficado fora do mapa, não tem tido grande participação em eventos internacionais. Por sua vez, Ricardo Rio, em representação de Braga, tem vindo a ser convidado para inúmeros eventos internacionais e palestras”, frisou Xoán Vázquez Mao.

O Porto perdeu influência no Norte de Portugal face a Braga?

Na opinião de Xoán Vázquez Mao, a ruptura do Porto com o Eixo Atlântico é prova de uma cidade que está parada no tempo e que não é capaz de aceitar o não ser líder da rede de municípios que ajudou a fundar em 1992.
“O Porto perdeu muito face a Braga porque Braga, e o seu presidente, estão presentes em todo o lado e em todos os momentos. Nas cidades grandes, os líderes não aceitam não serem eles a liderar e parece que preferem dar ouvidos a quem parou no tempo. O Porto desapareceu do Eixo Atlântico e tem uma participação activa muito reduzida em redes intermunicipais”, recordou Xoán Vázquez Mao.