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2024-02-17 às 06h00
Correio do Minho arranca hoje uma série de entrevistas aos cabeças-de-lista dos partidos com assento parlamentar na antecâmara das eleições de 10 de Março. Teresa Salomé Mota, candidata do LIVRE, é a primeira voz a dar a conhecer os objectivos e prioridades do partido nas próximas legislativas. Para além de reforçar a representatividade na Assembleia da República, a missão do LIVRE passa por derrotar a direita e evitar que a extrema-direita chegue ao poder.
Mais do que eleger deputados e manter a representatividade na Assembleia da República - reforçada nas últimas eleições de 2022 -, o LIVRE tem como missão e principal adversário a direita. Por isso, Teresa Salomé mota é clara quando se questiona o objectivo do partido para as eleições de 10 de Março. “É derrotar a direita e não permitir que a extrema-direita chegue ao poder”, sintetizou a cabeça-de-lista pelo círculo eleitoral de Braga sublinhando, ainda, que, um acordo à esquerda, permitirá criar um caminho de futuro para Portugal e isolar a extrema-direita.
“A direita em geral é o principal adversário do LIVRE. Se pensarmos na esquerda como um todo, é derrotar os partidos da direita, mas queremos fazer-nos eleger para conseguir de alguma maneira que haja um acordo entre os partidos de esquerda que permita fazer com que o país adopte medidas socialmente e ambientalmente mais sustentáveis. É um caminho que entendemos ser possível e acreditamos que com o LIVRE tendo uma palavra a dizer esse caminho far-se-á melhor e mais rapidamente. O facto de haver um partido que é considerado de extrema-direita, e não há dúvidas que muitas das medidas que advoga são bastante populistas e de extrema-direita, é um adversário para o LIVRE, para o país e para a democracia. O que queremos é que esse partido não esteja em qualquer tipo de acordo e muito menos no Governo”, defendeu a candidata natural de Tomar e que volta a ser a número um do partido por Braga.
Teresa Salomé Mota fez um raio-x dos últimos dois anos e lamentou o facto de não se ter conseguido “ter uma estabilidade política que permitisse ao Governo da esquerda ter implementado algumas medidas que pudessem tornar um país melhor, mais progressivo com maior justiça social e com ajuda e participação de outros partidos”. “Infelizmente não aconteceu, uma maioria absoluta não é sinal nenhum de estabilidade, não foram dois anos perdidos, mas desperdiçados”, criticou Teresa Salomé Mota, admitindo que “houve falta de abertura ao diálogo e à convivência democrática no poder”.
De acordo com a candidata, o partido sentiu “essa falta de diálogo” em momentos específicos “durante a discussão dos orçamentos”, razão “pela qual nos abstivemo-nos, porque poder-se-ia ter ido mais longe, se houvesse uma maior abertura do Governo”. “Mesmo pessoas que não são de esquerda dizem que gostaram bastante do tempo em que houve um Governo na geringonça, quando houve algum tipo de acordo entre os partidos de esquerda e apontam esse período como o melhor dos últimos anos”, referiu, confessando que o ideal seria “um Governo de coligação, seria muito bem visto”, desta vez, “com um acordo escrito, um acordo parlamentar, governativo e formal e que haja negociações, porque os partidos de esquerda são diferentes”.
Regionalização encarada como motor de futuro
Olhando às prioridades do distrito de Braga - que considera serem a mobilidade, saúde e habitação - Teresa Salomé mota diz ser “importante” abordar uma questão: “a regionalização”.
“O LIVRE defende que se efective a regionalização tal como está consignada em referendo e com uma discussão séria e alargada a toda a sociedade civil e não ficar monopolizada pelos partidos políticos. A regionalização aqui é importante, seria muito mais fácil poder olhar para isto e fazer valer a pretensão de uma região e pensar-se a coisa numa maneira mais integrada e abrangente”, destacou a candidata, assumindo ser este o motor para o desenvolvimento das regiões em termos de futuro, desde logo para a aposta na ferrovia.
“Defendemos que deve haver um investimento grande na ferrovia, a questão da alta velocidade é um sonho já antigo que tarda em concretizar-se, assim como fazer com que as quatro cidades principais do quadrilátero sejam servidas por ferrovia, de uma maneira eficiente e acessível para os cidadãos. Se houver vontade, e as próprias CIM têm esse papel de integrar vontades comuns, não há nada que impeça que se trabalhe já nesse campo. E quando se fala da falta de investimentos, a regionalização também podia mudar um pouco esse panorama”, frisou.
Cooperativas de habitação podem ser solução
A candidata do partido LIVRE aponta a habitação como “um dos grandes problemas de Portugal” e que “não é fácil de resolver e é transversal em toda a Europa”. “Nós partimos em situação de grande fragilidade, pelo facto de não termos uma habitação pública em quantidade que permita às pessoas terem casa por preços acessíveis. Será importante ter um parque habitacional público, que apontamos que seja à volta dos 10%, que permita fazer baixar os valores elevados que se praticam um pouco por todas as cidades do país”, frisou, dando conta de que o partido é a favor da “eliminação dos vistos gold”.
“Só porque alguém tem dinheiro, comprar a nacionalidade e com isso fazer subir os valores da habitação no país está fora de questão para nós. Mas é um entre vários factores que têm vindo a gerar esta crise na habitação, a par do parque público ser muito reduzido. Quando o crédito se tornou fácil, houve um incentivo a comprar casa. Não se investiu em cooperativas de habitação, que pode ser uma maneira de ultrapassar esta crise, como a reabilitação de imóveis do Estado ou das autarquias, que possam ser transformados em habitação ou residências universitárias. No imediato, haver ajudas por parte do Estado a quem está em situação de risco”.
Serviço Nacional de Saúde deve ser público
eresa Salomé Mota lembra que o LIVRE defende a saúde como “um bem público” e como tal “o SNS deve ser público”. “Essa é a questão de princípio e é a forma correcta de responder a estas questões em torno do sector da saúde. Nos últimos tempos, tem havido, como em muitas outras áreas, um desinvestimento grande na saúde, têm fugido alguns recursos médicos e enfermeiros para o sistema privado, porque as carreiras tanto a nível de progressão como salarial não correspondem aquilo que os profissionais consideram justo. O que se deveria fazer era investir no SNS e só em situações em que o serviço não consegue responder aí sim pode responder-se aos privados e sector social”, defendeu, considerando que o SNS deve ser repensado, perante a “longevidade que a população tem, com meios de diagnóstico e tratamento mais avançados”, para que “o SNS consiga ser financiado, gerido e tornar-se atractivo para os profissionais”.
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