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2020-02-21 às 06h00
Presidente do Governo Regional do Príncipe e presidente da Câmara Municipal de Famalicão assinaram ontem um memorando de entendimento para uma parceria entre os dois territórios, estando já identificadas áreas de cooperação.
O presidente do Governo Regional do Príncipe, José Cardoso Cassandra, iniciou ontem uma visita de dois dias ao concelho de Famalicão. Na recepção oficial, nos Paços do Concelho, o presidente da Câmara Municipal de Famalicão, Paulo Cunha, agradeceu a escolha de Famalicão, no contexto português, para esta aproximação, assumindo-a como “uma distinção”.
Paulo Cunha afirmou que a cooperação entre os territórios “faz cada vez mais sentido” e se a diplomacia é económica ela pode comportar múltiplas dimensões.
O edil famalicense reconhece; “a identidade e proximidade cultural e histórica da língua é um património muito importante e nós queremos expandir e estar mais próximos daqueles que têm um tronco comum do ponto de vista histórico”.
Mas Paulo Cunha olha para uma marca distintiva do Príncipe: a sustentabilidade e encara-a como “um processo de aprendizagem”.
Trata-se de um território que é Reserva Mundial da Biosfera e que tem um patamar interessante de desenvolvimento. “É um case study de como podemos e devemos compatibilizar o desenvolvimento económico com a protecção do ambiente” aponta o autarca de Famalicão. “Nós temos uma patamar interessante de sustentabilidade, mas queremos evoluir a esse nível e estou seguro que o que lá acontece é um processo de aprendizagem mundial e nós temos o privilégio de estar numa parceria estreita” reforça.
Paulo Cunha destaca também a dimensão geo-estratégica. S. Tomé e Príncipe é um pequeno país com potencial não só pelas suas áreas de produção, mas há um posicionamento que a torna uma porta de entrada do sector empresarial famalicense no continente africano e não descuramos essa parte” assume Paulo Cunha. O presidente do Governo regional do Príncipe mostrou-se ontem empenhado em “fazer desta parceria um exemplo com impacto grande nas duas cidades e respectivas populações”.
José Cardoso Cassandra antevê “uma parceria onde as duas partes vão buscar ganhos” e mostra-se “convencido que Famalicão é o parceiro certo”. Do lado da ilha de Príncipe, o presidente olha para o potencial de Famalicão ao nível da formação, em particular dos jovens. “Temos uma visão muito clara do nosso processo de desenvolvimento assente na sustentabilidade, na conservação da biodiversidade” sublinha José Cardoso Cassandra que reconhece: “para nós não é possível fazer esse trabalho com rigor se não tivermos quadros preparados e formados e por isso olhamos para Famalicão, com a experiência que tem, para nos ajudar a fazer esse caminho”.
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