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Trabalhadores da Jado Ibéria continuam luta por postos laborais
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Economia

2018-12-12 às 06h00

Marta Amaral Caldeira Marta Amaral Caldeira

Preferiam estar a trabalhar e a cumprir o aviso prévio dentro da empresa, mas nem isso foi possível aos trabalhadores da Jado Ibéria, que decidiu fechar portas em Braga. Há 74 trabalhadores em risco.

Citação

“Foi uma facada enorme”. É assim que Augusto Moreira, um dos 74 trabalhadores da Jado Ibéria, fala do recente anúncio do encerramento da empresa, que o atira para o desemprego aos 47 anos, juntamente com a mulher, de 53 anos. Como este casal há outro. Ontem os trabalhadores voltaram a manifestar-se contra a deslocalização da empresa que dizem ir para a Bulgária e pedem o apoio da Câmara Municipal de Braga.
Consternados e sem um horizonte à vista, antecipando já as dificuldades em arranjar trabalho, a não ser em condições de grande precariedade, os trabalhadores voltaram a mostrar ontem a sua indignação contra o facto de a empresa ter recorrido a trabalhadores temporários e que preferiam estar a cumprir o aviso prévio em vez de estar em casa.

Carlos Cruz, trabalhador e membro do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Actividades do Ambiente do Norte, explica que se trata de “um protesto” contra um encerramento que ninguém esperava, até porque, refere, a empresa encontrava-se a laborar normalmente, tanto é que há ainda 16 trabalhadores que se estão a dar vazão às encomendas e trabalhadores temporários que estão a desmantelar a unidade.
“Havia trabalho e nada fazia prever uma situação destas, aliás a empresa tinha comprado máquinas novas, tinha contratado novos trabalhadores, tinha até feito remodelações em algumas secções e nada levava a prever este desfecho. Quando os trabalhadores receberam a informação do encerramento foi como uma bomba, ninguém estava à espera”, lamenta o sindicalista.

Depois de terem sido informados do fecho da empresa a 16 de Novembro, os trabalhadores voltaram a ser chamados à administração para serem dispensados do aviso prévio - o que dizem ser uma forma de os manter longe da empresa, que continuam a dizer ter viabilidade.
“Este encerramento de empresas por questões de mercado não pode continuar só porque querem deslocalizar. Portugal já não dá mais, já exploraram os trabalhadores até ao tutano e agora vão explorar outros”, apontou Carlos Cruz. “Isto não é correcto. As empresas vêm para aqui, usufruem de benefícios fiscais e quando lhes ‘dá na telha’ vão-se embora. O governo tem responsabilidades nestas situações”, aponta.

Carlos Almeida, do PCP, juntou-se ontem aos trabalhadores em solidariedade e em defesa dos seus postos de trabalho. O também vereador da CDU disse que da parte da Câmara de Braga devia haver uma mensagem bastante “mais clara e activa” sobre este problema. “Não é positivo que até este momento da parte da maioria que governa o município não tenha havido uma manifestação de apoio a estes trabalhadores”, disse, criticando que esta atitude contratas com as ‘operações de charme’ junto de multinacionais e de embaixadores empresariais. “Espero que a câmara se junte a estes trabalhadores para encontrar uma solução para defender estes postos de trabalho”.

Ricardo Rio “empenhado” em encontrar soluções

A Câmara Municipal de Braga, representada por Olga Pereira, chefe de gabinete de Ricardo Rio, e Ana Ferreira da InvestBraga reuniram ontem com a administração da empresa Jado Ibéria e, na próxima sexta-feira, está já agendada uma reunião com o sindicato. Duas diligências solicitadas pela câmara de Braga que, segundo o presidente da câmara municipal, Ricardo Rio, contrariam as afirmações de Carlos Almeida que acusa a autarquia de falta de apoio aos trabalhadores da Jado Ibéria no sentido de encontrar soluções. “Essas declarações pecam por desconhecimento. Estamos totalmente disponíveis ”, disse ao ‘Correio do Minho’ Ricardo Rio, afirmando que “no dia do que foi anunciado o encerramento da empresa, solicitamos à administração da Jado Ibéria uma reunião para percebermos a realidade dos recursos humanos e avaliar a possibilidade de encontrar novas soluções para os trabalhadores.” Aliás, o autarca assegurou que têm sido feitos vários contactos com empresas instaladas em Braga e “há fortes possibilidades de colocar alguns trabalhadores em empresas que estão em processo de recrutamento”, asseverou. Rio garante que a câmara está empenhada em “tentar arranjar soluções”, lamentando o aproveitamento da situação, cujo processo “não deve ser gerido na praça pública.”

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