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Um projecto ambicioso que visa uma nova cultura de energia

Cávado

2025-06-12 às 11h00

Libânia Pereira Libânia Pereira

O Plano de Descarbonização do Eixo Atlântico vem difundir uma nova “cultura de energia”. Apresentado ontem, o documento propõe 112 acções e procura responder aos novos desafios.

Citação

O Eixo Atlântico apresentou ontem o Volume III do Plano de Descarbonização, um projecto ambicioso que se traduz numa abordagem abrangente e ecossistémica da transição energética para uma sociedade descarbonizada nos municípios do Eixo Atlântico. O documento baseia-se em dois conceitos inovadores (o metabolismo urbano e a biodiversidade) e procura difundir uma “nova cultura de energia”, assente num modelo de autossuficiência energética.
A apresentação do Plano de Descarbonização do Eixo Atlântico teve lugar, na manhã de ontem, na Câmara Municipal da Póvoa de Varzim, tendo contado com a presença de Luís Nobre, presidente do Eixo Atlântico e presidente do Município de Viana do Castelo, Xoán Mao, secretário-geral do Eixo Atlântico, Francesc Cárdenas, autor do relatório, e o anfitrião Aires Pereira, presidente da Câmara Municipal da Póvoa de Varzim.
Levado a cabo ao longo de três anos, o Plano de Descarbonização contou com 505 fichas de boas práticas implementadas nas cidades do Eixo Atlântico. A estas somam-se mais 85 de âmbito internacional, num total de 590 fichas. O número total de acções propostas é de 112.
O Plano de Descarbonização baseia-se, assim, em grande parte da experiência acumulada e em muitos projectos já em curso nas cidades do Eixo. Ao mesmo tempo, visa responder a novos desafios, como “a crescente procura de materiais estratégicos ligados à expansão massiva dos veículos eléctricos (e também das energias renováveis), à constatação de que, com as políticas actuais, não estamos a atingir as metas de neutralidade carbónica até 2050, à necessidade de novos modelos de gestão e governação, à necessidade de uma transição energética justa e à necessidade de novos modelos de desenvolvimento que não se baseiem quase exclusivamente no consumo de recursos”.
De acordo com o autor do relatório, o Plano de Descarbonização do Eixo Atlântico procura difundir “uma nova cultura de energia”, afirmando-se como “um documento estratégico para todos os municípios do Eixo, que depois deverão ser adaptados à sua realidade específica”.
Francesc Cárdenas sublinhou que a “redução do consumo de energia está na base de um modelo de desenvolvimento sustentável, e as fontes renováveis locais devem ser uma prioridade para a obtenção de energia”, acrescentou.
Note-se que o Plano de Descarbonização aborda todos os aspectos da vida urbana: equipamentos e serviços (edifícios e equipamentos municipais, iluminação pública, etc.); implementação de geração de energia renovável em edifícios e infra-estruturas municipais; planeamento (planeamento urbano, edifícios e bairros autossuficientes, sumidouros de CO2, estratégia agroalimentar, etc.); descarbonização da mobilidade, plano de mobilidade urbana; metabolismo urbano: ciclo dos materiais, ciclo da água; biodiversidade urbana, acções de mitigação e adaptação às alterações climáticas; ferramentas de gestão: agência local de energia, comunidades energéticas; compras públicas verdes de bens e serviços; participação e educação ambiental.
O presidente do Eixo Atlântico afirmou que o Eixo continua “a produzir ferramentas fundamentais para a governação local, colocando-se do lado certo da história, interpretando e procurando respostas para os desafios actuais”. Este Plano de Descarbonização “antecipa e dá um contributo essencial perante a questão das alterações climáticas. Este é um desafio global, perante o qual temos de estar conscientes e comprometidos”, defendeu Luís Nobre. “As cidades têm um papel determinante ao nível da sustentabilidade, e devem afirmar-se como agentes activos perante este contexto desafiante”, acrescentou.
Para Luís Nobre, o modelo económico deve valorizar a indústria verde e azul. “Nessa área podemos ser uma referência pelas práticas e pela geografia. O Eixo pode ter um papel fundamental ao nível da economia azul, com dois bons exemplos como Viana do Castelo e a Póvoa de Varzim”, disse. “A qualidade de vida dos cidadãos e a qualidade do ambiente urbano devem ser prioritários. O processo de transformação implica antecipação, e as cidades do Eixo Atlântico vão ser reconhecidas pela sua participação em todo o processo como agentes transformadores”, disse ainda.
Por sua vez, Xoán Mao, secretário-geral do Eixo, afirmou que a “chave do desenvolvimento e progresso dos nossos territórios passam pela coesão social, desenvolvimento económico e sustentabilidade urbana”.
O Plano de Descarbonização foca-se em cinco ideias fundamentais: “a promoção de uma nova cultura de energia, que passa pela autossuficiência energética; a planificação urbana; a qualidade do ar que é decisiva; a aposta em modelos crescimento económico, onde prevalecem empresas que não contaminem, que não destruam, que apostem na inovação; e, finalmente, a antecipação de problemas”, vincou Xoán Mao.

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