Correio do Minho

Braga, sexta-feira

- +
UMinho: alga do sushi ameaça a biodiversidade no Norte do país
César Peixoto: “temos cinco finais para encarar e conseguir o nosso objectivo”

UMinho: alga do sushi ameaça a biodiversidade no Norte do país

Governo assina contratos para obras de mais de 21 milhões em postos e esquadras

UMinho: alga do sushi ameaça a biodiversidade no Norte do país

Ensino

2025-03-03 às 10h14

Redacção Redacção

UMinho e UPorto fizeram o primeiro mapeamento local da wakame e propõem estratégias para mitigar os efeitos desta alga nas espécies nativas. Hoje assinala-se o Dia Mundial da Vida Selvagem.

Citação

Uma equipa das universidades do Minho e do Porto mapeou pela primeira vez a alga wakame – uma das 100 espécies mais invasoras do mundo – ao longo da costa Norte de Portugal, mostrando os seus impactos ecológicos e medidas para controlá-los.
Em comunicado, a UMinho explica que esta alga “é rica em fibras, proteínas, vitaminas e minerais, principalmente iodo e cálcio, sendo usada para prevenir o envelhecimento precoce, as doenças cardiovasculares e na perda de peso”.
Esta alga é também comum em pratos de sushi e na alimentação do leste asiático, donde é originária.
Com o nome Undaria pinnatifida, foi introduzida em França para cultivo comercial, mas escapou para a natureza e também terá sido introduzida em Portugal pelo lastro dos navios, sendo registada pela primeira vez cá há mais de 20 anos.

O novo estudo saiu na revista científica ‘Plants’, por Marcos Rubal, Jesús Fernández-Gutiérrez, Diego Carreira-Flores e Pedro Gomes, do Centro de Biologia Molecular e Ambiental da Escola de Ciências da UMinho, e Puri Veiga, do Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental da UPorto, no âmbito do projecto MarinaForest, financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia e liderado por esta cientista.
A equipa de investigação concluiu que a distribuição geográfica da alga wakame depende significativamente da salinidade, sendo comum em marinas de água salgada, como as de Póvoa de Varzim e Leça da Palmeira, mas ausente nas marinas de estuários, onde a salinidade é menor.

Nos habitats naturais, aquela alga surgiu temporariamente em três zonas rochosas de Carreço e Canto Marinho, mas desapareceu após as “tempestades” de inverno.
“Esta espécie tem tolerância limitada a condições como a exposição à ondulação, o que restringe a sua disseminação para áreas mais expostas, mas pode continuar a representar uma ameaça em ambientes mais protegidos”, diz Marcos Rubal.

O trabalho mostrou, aliás, que a Undaria pinnatifida conseguiu substituir a alga nativa S. latissima nas marinas e aí crescer sobre mexilhões fixos em estruturas artificiais, enquanto em habitats naturais cresceu sobre a espécie nativa G. baccata.
Para mitigar estes impactos, os cientistas realizaram experiências de remoção da alga invasora na marina de Viana do Castelo. Os resultados foram promissores, com a recolonização parcial da alga S. latissima, indiciando que reduzir a presença da wakame contribui para a recuperação das espécies nativas. Este estudo fornece assim dados essenciais para estratégias eficazes de gestão e conservação dos ecossistemas marinhos.

Deixa o teu comentário

Usamos cookies para melhorar a experiência de navegação no nosso website. Ao continuar está a aceitar a política de cookies.

Registe-se ou faça login Seta perfil

Com a sessão iniciada poderá fazer download do jornal e poderá escolher a frequência com que recebe a nossa newsletter.




A 1ª página é sua personalize-a Seta menu

Escolha as categorias que farão parte da sua página inicial.

Continuará a ver as manchetes com maior destaque.

Bem-vindo ao Correio do Minho
Permita anúncios no nosso website

Parece que está a utilizar um bloqueador de anúncios.
Utilizamos a publicidade para ajudar a financiar o nosso website.

Permitir anúncios na Antena Minho