Moreira diz que fachada atlântica deve continuar a ser prioridade da alta velocidade
2024-04-13 às 06h00
Rui Morais esteve no ‘Primeiro Plano’ da Antena Minho, onde lembrou o percurso da AGERE ao longo de 25 anos, explorou projectos actuais e apontou para o futuro. A campanha ‘Unidos por uma causa’ marca a celebração deste aniversário, convidando os bracarenses a contribuírem para “algo maior’.
No ano em que a AGERE completa 25 anos ao serviço da comunidade bracarense, Rui Morais, presidente do Conselho de Administração da AGERE, esteve em ‘Primeiro Plano’ na rádio Antena Minho. Na entrevista conduzida por Paulo Monteiro e Rui Alberto Sequeira, olhamos para o presente, passado e futuro desta empresa municipal e para o seu compro- misso contínuo com a gestão ambiental e o bem-estar da cidade.
Em destaque na comemoração destes 25 anos de actividade, surge a campanha ‘Unidos por uma causa’, através da qual a AGERE se associa à UNICEF e se propõe a ajudar quem mais precisa e a preservar o meio ambiente. No âmbito desta campanha, cada adesão conjunta à factura electrónica e ao débito directo da AGERE, vai contribuir para que a AGERE ajude a UNICEF a garantir água segura a 3 pessoas durante 1 ano.
“Para comemorar os 25 anos lançamos em Março a campanha ‘Unidos por uma causa’, no fundo, um evento mensal, que permite aos munícipes no acto de adesão ao débito directo e à factura electrónica colaborar com algo maior. A ideia é levar água potável a países onde o acesso à mesma não está garantido”, explicou Rui Morais.
Neste projecto da UNICEF, o objectivo é atingir as 45 mil pessoas, ou seja, “45 mil pessoas que poderão ter acesso, através desta campanha, à água potável”, garantiu.
Até ao momento, a campanha parece estar a conquistar os bracarenses. “Aquilo que nós temos reparado é que, perante o lançamento desta campanha a adesão tem sido interessante. Os dados ainda estão em bruto, mas sentimos, em termos daquilo que é a interacção com os nossos canais digitais, que o interesse é bastante grande e, portanto, penso que rapidamente vamos atingir esse nível das 45 mil pessoas”, adiantou.
Dados da ONU indicam que 2 mil milhões de pessoas no mundo vivem sem acesso à água potável, estimando-se, por isso, que 600 milhões de crianças não tenham acesso a água segura. Em Portugal, e em Braga em particular, temos hoje abundância, mas amanhã podemos não ter. “Consideramos a água como um bem infinito, mas temos de olhar para ele como um bem finito. Temos na região uma matéria-prima excepcional, podemos assim dizer, que é o rio Cávado, e, portanto, temos água de boa qualidade em abundância. No entanto, temos de ter os cuidados necessários para que ela se mantenha assim”, salientou.
Os mesmos dados da ONU indicam que o desperdício de água leva a que outros não possam ter essa água potável. “Portanto, a campanha, no fundo, procura também sensibilizar as pessoas para esta noção de que algo tem que ser feito, levando, ao mesmo tempo, a que a população tenha uma acção directa para ajudar essas pessoas”, acrescentou.
No universo de clientes da AGERE, que ronda os 96 mil, já aderiram à factura electrónica e ao débito directo cerca de 40%. “Com esta campanha com a UNICEF comprometemo-nos a ter uma média de 3 mil adesões directas, ou seja, conjuntas, por ano, entre as 2.500 e 3.000. Esse já era o objectivo interno directo, achámos é que com esta cooperação e com esta interligação com a UNICEF iremos superar claramente esse número. Esta acção faz com que as pessoas percebam que na sua acção directa estão a contribuir claramente para algo superior a todos nós, que é o poder dar algo a alguém”, notou o presidente do Conselho de Administração.
Rui Morais salientou ainda que “será a AGERE que através do seu canal com a UNICEF irá entregar os valores para a campanha. Os munícipes não sentirão isso em momento nenhum na sua factura”.
“Temos níveis de eficiência que são únicos no país”
oi no passado um serviço municipalizado de Braga. Por decisão da anterior gestão socialista, 51% do capital ficou na posse da câmara e 49% foi para os privados. Fala-se nos dias de hoje na remunicipalização da Agere. Neste quarto de século, fazendo o balanço e apontando ao futuro, Rui Morais, sublinha que “a situação actual nunca foi um obstáculo para a implantação de políticas públicas fundamentais”, e lembra que “a remunicipalização terá um custo”. “Deve-se fazer as contas para perceber se aquilo que possa parecer o mais interessante, não seja um encargo para os munícipes”, frisou.
“Este executivo tomou posse em 2013, portanto é já praticamente metade daquilo que são os 25 anos da Agere. Sempre dissemos que o nosso foco tinha a ver com a gestão, a gestão do bem público que é a água, o saneamento e os resíduos. A questão da repartição accionista nunca foi um obstáculo para a implementação das políticas públicas que entendemos”, garantiu o presidente do Conselho de Administração da AGERE. “Desde a redução dos tarifários, da melhoria ao nível dos serviços de limpeza e de resíduos, dos tarifários sociais, tarifários para as famílias numerosas, ao nível de investimentos que eram necessários fazer não foi criado qualquer obstáculo. Portanto, o essencial ao longo destes anos era ter as políticas a serem implementadas e prestar esse serviço com qualidade”, acrescentou.
A remunicipalização não esteve em cima da mesa neste mandato, “veremos em 2025 o que acontecerá com as eleições autárquicas, e o que será proposto pelos partidos”, disse. Certo é que essa remunicipalização terá um custo, e “deve-se fazer as contas para ver se aquilo possa parecer interessante não se torna um encargo para os munícipes”, alertou.
AGERE é a empresa pública local mais eficiente do país pelo 6.º ano consecutivo
Olhando para a actual gestão que arrancou em 2013 pode-se falar numa missão de sucesso que se reflecte na redução de preços para o consumidor e nos investimentos que têm vindo a ser realizados. Desde 2013 até 2024, os benefícios acumulados para o consumidor chegam aos 23,8%. De 2013 a 2017 houve uma estabilização do preço, a primeira redução surge em 2017, e em 2018 nova baixa de preço. Acresce ainda o investimento nos sistemas de recolha de lixo e de limpeza, ou o combate ao às perdas de água.
Nas palavras de Rui Morais “a gestão começa por conseguir unir os esforços de todos aqueles que trabalham dentro da AGERE. Sem um esforço global, sem o trabalho diário de todos os colaboradores, nada é conseguido”. “Foram estabelecidas metas e criada uma gestão rigorosa que não é meramente financeira. Houve investimentos que não foram meramente patrimoniais. Foi também feito um grande investimento ao nível daquilo que são os nossos recursos humanos. Conseguimos implementar uma avaliação de desempenho e através dos resultados, melhoramos as condições dos nossos trabalhadores”, referiu.
Rui Morais lembrou os investimentos feitos em termos de recolha de resíduos e de limpeza urbana. “Desde 2017 até agora, para além dos investimentos que já tínhamos feito de 2013 a 2017, foram investidos praticamente 10 milhões de euros no Município de Braga, principalmente com a contentorização que se fez e com a implementação de um sistema de limpeza moderno e único no país, que nos permitiu ser mais eficientes. Investimento muito também naquilo que é a limpeza urbana ao nível dos equipamentos, principalmente equipamentos mais eficazes e mecânicos, e que garantem uma maior eficiência ao nível da operação, quer na água, quer no saneamento, quer nos resíduos. Temos níveis de eficiência que são únicos no país. Aliás, este é já o 6.º ano consecutivo que a Agere é considerada a empresa pública local mais eficiente do país”, destacou.
Níveis de perda de água em Braga abaixo de 10% até 2025
Os níveis de perda de água no concelho de Braga passaram de 27,3% em 2013 para menos de 13% na actualidade, um valor muito abaixo da média nacional que se fixa nos 25%.
O presidente do Conselho de Administração da AGERE assume que “todo o trabalho foi desenvolvido em termos técnicos e operacionais no sentido de persecução de um objectivo de redução. Estes 13% estão muito abaixo da média nacional. Contudo, para nós o objectivo é ficar abaixo dos 10%”, revelou Rui Morais, acrescentando que esta meta deverá ser alcançada até final do mandato em 2025.
“Este é o objectivo trilhado pela AGERE. Em 12 anos estar nos 10% de perdas de água, valor que consideramos normal para uma entidade que tem cerca de 200 mil habitantes”, declarou.
Nova ETAR do Este deverá estar concluída até finais de 2025
O relatório de contas dos primeiros nove meses de 2023 da AGERE, aponta para lucros acima das estimativas. Os dados dão conta de 27 milhões de euros de investimento colocados em orçamento, realizados 4,9 milhões de euros. Há aqui um superávite para a AGERE que se justifica pelo facto da nova Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) do Este ainda não ter avançado. A obra deverá arrancar em 2024 e estar concluída até finais de 2025.
O atraso prendeu-se com o resultado do estudo de impacto ambiental da Agência Portuguesa do Ambiente, “onde a única condicionante imposta foi a replantação de alguns sobreiros no terreno onde vamos construir a ETAR. Estamos a finalizar o relatório para entregar relativamente a essa replantação e logo que o relatório seja aprovado arrancaremos com a obra”, anunciou Rui Morais.
Na última reunião de câmara, a oposição apontou uma alegada perda de 9 milhões de euros de financiamento comunitário para a nova ETAR, por incumprimento de prazos. Rui Morais, garantiu que os fundos comunitários “não estão perdidos”. “Haverá uma transição do quadro Portugal (PT) 2020 para o PT 2030, sendo que o valor remanescente, porque dos 9 milhões já usámos cerca de 2 milhões, passará para o novo quadro, podendo ainda haver um aumento da comparticipação financeira à luz do PT 2030. É claro que não há um desperdício do dinheiro”, esclareceu.
Recorde-se que a construção da nova ETAR está orçada em cerca de 30 milhões de euros. Rui Morais revelou ainda que “o grande grosso do investimento será em equipamento e não tanto com a obra de construção civil. Vamos construir uma nova ETAR com todas as tecnologias mais avançadas. Podemos garantir que esta ETAR estará na vanguarda da Europa”.
Braga está entre as primeiras cidades a avançar com recolha de biorresíduos
‘Agora Sim. Nada se Perde’. É este o mote do projecto-piloto de recolha de biorresíduos que o Município de Braga, através da AGERE, está a implementar nas urbanizações da Makro e Parque Norte, com posterior alargamento a todo o concelho de Braga. A promoção de uma economia circular, os ganhos ambientais e financeiros para as famílias de Braga são apontadas como mais-valias do projecto.
Em entrevista à Antena Minho, Rui Morais lembra que Braga “está entre as primeiras cidades do país a avançar com a recolha de biorresíduos”, referindo o lançamento em 2019 do projecto de recolha selectiva de biorresíduos em estabelecimentos de restauração e hotelaria no centro histórico de Braga.
“Em 2024 é obrigatório alargar essa recolha selectiva à área residencial. Começamos pelas urbanizações da Makro e Parque Norte, abrangendo cerca de 1600 habitações e cerca de 3500 pessoas. O objectivo final é replicar o projecto em todo o concelho, influenciado a actuação das cerca de 200 mil pessoas”, afirmou o presidente do Conselho de Administração da AGERE.
Ao longo de 2024 pretende-se ainda o alargamento do projecto, avançando para os grandes produtores de biorresíduos, nomeadamente, hospitais, universidades, escolas, centros comerciais, e estabelecimentos de hotelaria e restauração fora do centro histórico.
Política de fiscalização preventiva da AGERE revela-se eficaz
A política de fiscalização preventiva tem sido uma aposta da AGERE, medida que se tem revelado eficaz com a redução do número de contra-ordenações registadas.
“Sempre que encontramos resíduos em locais indevidos e identificamos infractor, o mesmo é notificado, não sendo contudo o nosso objectivo cobrar multas”, afirmou Rui Morais. “Procuramos acima de tudo sensibilizar. Numa primeira infracção o processo é arquivado sem multa para o munícipe. O objectivo é sensibilizar para que o erro não vire rotina. No entanto, se se verificar uma segunda e terceira infracções, a multa será maior”, alertou.
“Em 2022 foram instaurados 738 processos de contra-ordenação para quem deixou lixo fora do contentor. Em 2023, com o dobro da fiscalização, o número passou para 203, uma redução positiva”, considerou.
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